ODACIR SOARES COMENTA PRÊMIO NOBEL PARA ECONOMISTA INDIANO



O senador Odacir Soares (PTB-RO) festejou o prêmio Nobel concedido ao economista indiano Amartya Sen, professor da London School e de Harvard. Autor de 20 livros, o economista, segundo o parlamentar, é considerado um acadêmico de grande reputação. Com doutorado pela Universidade de Cambridge, ele revolucionou a pesquisa e a análise dos estados de miséria absoluta em nações da África e da Ásia", disse o senador.Para Odacir, a mudança do enfoque da Academia Real de Ciências da Suécia, na premiação dada a Amartya Sen, deve ser ressaltada. "Primeiro porque é a primeira vez que um representante de um país do Terceiro Mundo recebe um Nobel de Economia; segundo porque, antes dele, desde que foi criado o prêmio em 1969, apenas o americano Paul Samuelson e o inglês John Hicks haviam recebido o Nobel por teorias na área da economia do bem-estar, em 1970 e 1972, respectivamente", explicou Odacir.De acordo com o senador, Amartya Sen não visitou a América Latina ou o Nordeste brasileiro, mas os seus estudos valem para qualquer nação de qualquer continente, em qualquer tempo. "A desnutrição endêmica de populações inteiras caracteriza o estágio terminal da exclusão econômica e social. São indivíduos de todas as idades situados abaixo do nível da mera sobrevivência biológica, abaixo da dignidade humana. Os estudos do economista indiano têm o mérito de aprofundar o exame das causas desse flagelo", analisou o senador.Odacir Soares explicou que o economista premiado melhorou os métodos de medição e interpretação dos processos de concentração e/ou distribuição de renda. O senador disse que Amartya Sen também estabeleceu ligações até então difusas, ou mal percebidas, entre estados de miséria coletiva com lacunas de mercados livres e, sobretudo, com omissão de políticas públicas. Para o senador, a exclusão absoluta, que termina na morte por fome, tem raiz nas falhas da organização social e da administração política, e o que se deve fazer é identificar e eliminar os fatores que provocam e perpetuam a baixa produção de alimentos em escala planetária.- Ao enfocar este aspecto, Amartya Sen nos leva a revisar o que já era objeto de advertência de um outro laureado com o Prêmio Nobel de Economia, de 1979, Theodore Schultz. Tal como Schultz, o professor Amartya Sen demonstra, cientificamente, a generosa colheita de dividendos econômicos, sociais e políticos a partir da melhoria do capital humano na escola e no trabalho. Não há, no seu entendimento, outro passaporte para a construção de uma sociedade economicamente forte, politicamente aberta e socialmente justa - observou Odacir Soares.

09/11/1998

Agência Senado


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