OMISSÃO DO GOVERNO AUMENTA VIOLÊNCIA NO CAMPO, DIZ ADEMIR
Ao ocupar a tribuna para denunciar o assassinato de outro líder rural do Pará e solidarizar-se com a família e movimentos que lutam pela reforma agrária no estado, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) responsabilizou, nesta sexta-feira (dia 21), "a omissão do governo federal pelo aumento da violência no campo". O parlamentar cobrou "uma ação efetiva do governo do estado para achar e condenar os responsáveis por mais este assassinato".O presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Parauapebas, Euclides Francisco de Paula, foi assassinado na última quinta-feira (dia 20), em pleno centro da cidade, à luz do dia, com três tiros à queima-roupa, por um pistoleiro mascarado que fugiu em uma motocicleta. A violência contra sindicalistas está aumentando no sul e no sudeste do Pará, destacou Ademir Andrade, lembrando que uma semana atrás foi morto outro líder sindical.Na avaliação do senador paraense, o aumento da violência no campo e dos confrontos entre fazendeiros e trabalhadores rurais é diretamente proporcional "à omissão e à incapacidade do governo Fernando Henrique para fazer a reforma agrária". No Pará, em particular, a sensação de impunidade dos mandantes e executores de tais crimes, pela incapacidade do governo estadual de identificar esses autores e levá-los a julgamento, agrava esse quadro, acrescentou.Ademir Andrade lamentou que, após intensa mobilização para reivindicar recursos compatíveis com a gravidade do problema e as necessidades da reforma agrária no estado, que alcançam cifra da ordem de R$ 150 milhões, os trabalhadores rurais vejam "o governo acenar com a possibilidade de liberar R$ 10 milhões".Na presidência dos trabalhos, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou a solidariedade da Mesa do Senado à cobrança de ações para a localização dos responsáveis pelo assassinato do líder rural paraense. "Infelizmente, a sensação de impunidade estimula essas ações e é preciso que o governo, o Congresso e a sociedade reajam com firmeza para conter esses atos", destacou.
21/05/1999
Agência Senado
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