Osmar Dias defende investimentos nas pequenas empresas para geração de empregos
O senador Osmar Dias (PDT-PR) defendeu, nesta terça-feira (18), a destinação de 50% dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos nas pequenas e médias empresas. Ao mesmo tempo, defendeu o senador, os municípios devem criar o Fundo de Aval, resultante de projeto de sua autoria já aprovado pelo Congresso, para apoiarem os trabalhadores rurais e urbanos que pretendessem tomar um empréstimo para se transformarem em pequenos empresários.
Osmar Dias chamou a atenção para o "drama social" que o país vive com o desemprego, citando especificamente o caso do seu estado, o Paraná, onde o número de desempregados saltou de 210 mil, em 1995, para 450 mil este ano, ressaltando que as micro, pequenas e médias empresas responderem por cerca de 70% dos empregos no mercado de trabalho.
Os pequenos empreendedores, no entanto, disse o senador, precisam de apoio. Ele citou pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstrando que de cada dez pequenos negócios que são abertos, sete fecham. Isso, segundo disse, por falta de um estudo de mercado, do dimensionamento da capacidade de produção e de orientação às pessoas que conduziam os negócios.
É necessário, afirmou Osmar Dias, que sejam criados mecanismos que permitam que os pequenos empreendedores recebam assistência técnica permanente que inclua também o treinamento do quadro de pessoal. Ele defendeu o estabelecimento de convênios entre os governos municipais, estaduais e federal com este objetivo.
Osmar Dias também defendeu uma atuação mais marcante por parte do Banco da Terra, no financiamento da compra de propriedades rurais o que, segundo ele, evitaria o êxodo rural e o conseqüente agravamento do desemprego nas áreas urbanas. Segundo o senador, o Banco da Terra pode criar oportunidades para 60 mil famílias por ano, no Brasil.
Em aparte, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) apoiou a proposta de criação de condições favoráveis para as micro, pequenas e médias empresas no campo e nas cidades. Ele admitiu que o número de empresas que fecha é muito grande, mas observou que, de acordo com pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae), isto ocorre por não conseguirem atenderem às exigências da legislação. Muitas delas, disse o senador, diante dessa dificuldade, saem da formalidade mas continuam existindo.
Osmar Dias observou que essa revelação remete ao reconhecimento de o Congresso deixou de fazer a reforma tributária, e fez um chamado aos demais senadores para combaterem as causas do desemprego mudando o modelo de desenvolvimento adotado.
18/06/2002
Agência Senado
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