Osmar Dias rejeita substitutivo de Suassuna ao projeto da Lei de Biossegurança



Em meio ao impasse em torno da aprovação do projeto de Lei de Biossegurança (PLC 09/04) pelo Senado, o senador Osmar Dias (PDT-PR) disse em Plenário, nesta terça-feira (14), que não irá apoiar o substitutivo elaborado pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB), relator da matéria nas Comissões de Assuntos Sociais (CAS), Assuntos Econômicos (CAE) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Osmar Dias relatou o projeto na Comissão de Educação (CE) e advertiu que se o texto de Suassuna for aprovado, serão criadas restrições para que instituições de pesquisa possam fazer estudos com resultados práticos no país.

O senador do Paraná reclamou de sucessivas mudanças no texto de Suassuna, que, segundo ele, imprimiram "um retrocesso tão grande quanto o provocado pelo projeto do deputado Renildo Calheiros aprovado pela Câmara". Segundo observou, o parecer de Suassuna retroage, por exemplo, nas competências da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para tratar dos alimentos geneticamente modificados (transgênicos).

- Não dá para aprovar o projeto da forma como está - sustentou.

Em resposta às críticas de Osmar Dias, Suassuna afirmou que o diálogo está aberto, mas declarou sua disposição de mostrar que o senador paranaense está equivocado em sua análise.

- A CTNBio continua com toda a sua força - disse, defendendo a necessidade de os senadores chegarem a um consenso para aprovar rapidamente a matéria.

Os líderes petistas Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC) também demonstraram interesse na aprovação da Lei de Biossegurança ainda esta semana. Mercadante apelou para novas conversas entre Osmar Dias e Suassuna, esgotando o processo de negociação antes do exame da matéria pelo Plenário, Ideli pediu aos presidentes das três comissões que ainda não debateram o assunto que o façam, conjuntamente, ainda na manhã desta quarta-feira (15).

Os senadores Tião Viana (PT-AC), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Ramez Tebet (PMDB-MS), Magno Malta (PL-ES) e Flávio Arns (PT-PR) também endossaram a cautela pedida por Osmar Dias no trato do projeto, que regulamenta pesquisas com transgênicos e células embrionárias humanas. Arns chegou a considerar ilegal o fato de uma proposição única tratar de dois assuntos distintos e complexos, reivindicando, em seguida, seu desmembramento em dois projetos de lei.



14/09/2004

Agência Senado


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