Paim aposta em votação rápida de emenda paralela



O senador Paulo Paim (PT-RS) justificou nesta sexta-feira (28), em Plenário, seu voto favorável à proposta de reforma da Previdência, argumentando que confia no acordo construído com os líderes da base governista e com a ajuda de oposicionistas em torno da proposta de emenda à Constituição nº 77/2003, a chamada PEC paralela da reforma. Ele afirmou que seria incoerente de sua parte votar contra a reforma quando o relator atendeu a 80% das suas propostas na chamada emenda paralela e manifestou sua crença de que seja viável a votação da PEC nº 77 até 15 de dezembro no Senado.

Paim cumprimentou as entidades do funcionalismo que reconheceram, na visita que fizeram a ele, que -iam perder tudo se não fosse esse acordo-. O senador anunciou que marcou encontro entre os representantes dessas entidades e o relator da reforma, senador Tião Viana (PT-AC), para redigir o novo relatório sobre as 112 emendas destacadas da proposta. E informou que vem recebendo muitas mensagens eletrônicas de apoio ao acordo, mostrando entendimento em relação a esse -verdadeiro jogo de xadrez- que ocorre nas negociações no Congresso.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse estar convencido de que é possível votar a emenda paralela até o dia 15 de dezembro e que há uma -tese-, correndo no Congresso, de que os deputados poderiam apresentar uma emenda igual ao texto do acordo firmado entre os senadores, para abreviar a tramitação no momento em que PEC nº 77 chegasse à Câmara. Lembrou da -luta- de Paim, dele e de outros parlamentares, sem sucesso, para conseguir ampliar o prazo de tramitação da reforma no Senado, exemplificando com o caso da França, que demorou 10 anos para mudar seu sistema previdenciário.

Os senadores Eurípedes Camargo (PT-DF) e Heráclito Fortes (PFL-PI) elogiaram a atuação de Paim na construção do acordo com o governo. Heráclito admitiu a dificuldade em se quebrar o compromisso partidário no PT e disse que, se alguma imagem sair arranhada nessa votação da reforma, será do partido e não a de Paim. - O governo ficará muito mal se não cumprir o compromisso assumido-, ressaltou.

Paim pediu para que conste nos registros do Senado coluna do jornalista gaúcho Paulo Santana, do jornal Zero Hora, que reproduziu a carta que o senador enviou ao veículo sobre o acordo fechado para a votação das mudanças no sistema previdenciário e a sua posição a respeito do tema. Ele destacou o entendimento da imprensa gaúcha em relação ao acordo.



28/11/2003

Agência Senado


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