Paim considera críticas ao presidente Lula exageradas



O senador Paulo Paim (PT-RS) rebateu as críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo por ter colocado o boné vermelho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) quando recebeu seus representantes no Palácio do Planalto, na quarta-feira (2). Ele considerou -exagero e fazer verdadeira tempestade- a reação da oposição ao gesto do presidente.

O líder do bloco de apoio ao governo, senador Tião Viana (PT-AC), em aparte, lembrou que o falecido presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, colocou um cocar na cabeça quando recebeu lideranças indígenas no Congresso Nacional numa época de conflitos entre esses povos e fazendeiros. -Está havendo uma troca de conteúdo pela forma, com preocupações de ordem cosmética-, criticou.

Paim elogiou a lembrança de Tião Viana e disse que o presidente Lula não recebeu nenhuma crítica quando subiu em uma colheitadeira moderna de grande proprietário rural. Lula, segundo o senador, não faz discriminação e assim como convoca o MST para uma reunião no Planalto convida a bancada ruralista, onde está representada a União Democrática Ruralista (UDR), para conversar.

- Entendemos que a reforma agrária tem que ser pacífica, ordeira e nos limites da lei, tanto para o MST quanto para a UDR - afirmou, acrescentando que tem maior simpatia pelos movimentos sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o MST do que pela entidade representativa dos grandes proprietários rurais. Defendeu também o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

Emprego

O 1º vice-presidente do Senado propôs a realização de audiência pública no Plenário da Casa com ministros da área social e representantes das centrais sindicais para discutir alternativas que contribuam para a retomada do crescimento da economia e a geração de empregos. -A principal meta do governo deve ser o combate ao desemprego-, afirmou, acrescentando que é difícil encontrar uma família em que não haja alguém desempregado.

Paim elogiou o programa Primeiro Emprego recentemente divulgado pelo governo, que deverá beneficiar cerca de 200 mil jovens em sua primeira etapa. Para o senador, além de oferecer incentivos para as empresas que contratarem jovens, o governo deve estimular o ensino profissionalizante e a contratação de pessoas com mais de 45 anos de idade, como formas de combater o desemprego.

Ele lembrou ainda seu projeto, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e determina a aplicação obrigatória de parte do rendimento da poupança na construção de moradias populares.

- Isso deve gerar cerca de 2 milhões de empregos, contribuindo para a meta do governo Lula de geração de 10 milhões de novos postos de trabalho - avaliou.



04/07/2003

Agência Senado


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