Saito considera bom sistema misto de controle de vôo e diz que mudanças dependem do presidente Lula



O Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse, durante audiência pública no Senado sobre a crise nos aeroportos, queconsidera bom o atual sistema de controle de vôo - que é integrado, com militares e civis - acrescentando que o sistema funciona bem. Saito disse não saber se será criado um sistema diferente de controle de vôo.

- O presidente da República já disse que a decisão será dele, não me cabe dar a minha opinião. Se ele disser que vai ser um sistema civil, assim será, mas acredito que o tempo de transição precisará ser longo - observou.

O comandante da Aeronáutica fez a afirmação em resposta ao senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), para quem o sistema integrado e cumulativo no controle de vôos que existe no Brasil, com uma mistura de controladores civis e militares, complica a elaboração de um plano de carreira para a categoria.

Valadares perguntou se Saito era favorável a cindir o controle aéreo em duas partes: com os militares cuidando da defesa do espaço aéreo e da segurança nacional e os civis da aviação puramente comercial. Saito explicou que os controladores militares são regidos pelo regime estatutário, podendo os sargentos especialistas subir, na hierarquia militar, até capitão, se fizerem treinamento e se submeterem a provas. Os que possuem nível superior podem chegar até tenente-coronel, disse.

Para o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), a fiscalização do espaço aéreo precisa ser militar, mas a avião comercial pode ter controle civil. Para o senador Paulo Paim (PT-RS), a solução para o problema dos controladores é um salário que atenda aos interesses tanto dos militares quanto dos civis.

- Não acho que deva ter diferenciação de tratamento, de salário ou de condições de trabalho - opinou.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) perguntou a respeito do andamento de uma auditoria do TCU sobre controle de tráfego aéreo, que apontou para dificuldades e fragilidades do sistema, insuficiência de verbas para o controle aéreo, contingenciamento de recursos e deficiência de gerência de pessoal. Ele responsabilizou o governo pelos problemas que ora ocorrem na gestão dos aeroportos, afirmando que o governo contingencia recursos sem olhar para as conseqüências.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, que também participou da audiência pública conjunta das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA),concordou que há insuficiência de verbas, mas observou que isto sempre existe nos governos. Ele também disse ter havido afastamentos de administradores do setor aéreo, em função de recomendações do TCU.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse acreditar que a discussão sobre a cisão do sistema em civil e militar parece estar bem encaminhada. Ele indagou do comandante da Aeronáutica, se em caso de crise, não poderiam ser convocados reservistas, ou seja, se existe um plano de mobilização de pessoal militar em caso de emergência. Saito garantiu que sim, acrescentando já ter havido convocação de controladores da reserva.



12/04/2007

Agência Senado


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