Paim diz que não conseguiu mínimo de US$ 100, mas obteve três importantes garantias do governo



O senador Paulo Paim (PT-RS) disse que lutou até o fim para fixar o novo mínimo em um valor equivalente a US$ 100. Não conseguiu, mas recebeu a garantia do presidente da República e da equipe econômica de três grandes avanços serão implantados a partir do ano que vem: o primeiro é a fixação da data dos aumentos anuais do salário mínimo em 1º de maio. O segundo é que os reajustes do mínimo, das aposentadorias e das pensões serão calculados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) pleno e mais um percentual equivalente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O terceiro avanço é que as pensões e aposentadorias serão pagas até o limite do quinto dia útil de cada mês - hoje, o pagamento sai no dia 10 de cada mês.

Apesar de a votação ter sido adiada para o meio-dia desta quinta-feira (12), o projeto de resolução que fixa o salário mínimo em R$ 240 foi debatido durante quase quatro horas na noite de quarta-feira (11). O senador Paulo Paim (PT-RS), que desde 1991, como deputado federal, defende um salário mínimo equivalente a US$ 100, fez um histórico de sua luta, das vitórias conseguidas nos vários momentos em que o valor do mínimo até mesmo ultrapassou essa meta.

Os líderes do PSDB e do PFL, Artur Virgílio Neto (AM) e José Agripino (RN), pediram ao Plenário apoio para um aumento maior do mínimo, garantindo que têm propostas realistas e responsáveis - R$ 252 do PSDB e R$ 260 do PFL.

- Sou um pragmático, e como governador de meu estado por dois mandatos, acompanhava a arrecadação passo a passo, em uma época de inflação de 80% ao mês, aumentos salariais quadrimestrais e ameaças permanentes de greve. E sempre concedi o máximo possível de reajuste, com prioridade para os vencimentos mais baixos. Garanto, portanto, que a nossa proposta é factível, é responsável, é mais do que possível - disse o líder do PFL.

O líder do PSDB, Artur Virgílio, disse que a proposta do governo -cheira a mesquinharia-, e que -nunca mais o PT fará a oposição irresponsável, do apito, do berro, das agressões, que fez ao último governo-. Segundo ele, o partido, agora no governo, está aprendendo com a realidade. O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que o valor de R$ 240 é resultado de um acordo feito há oito meses entre todos os partidos, e que a herança recebida do governo anterior não permitia, este ano, um reajuste superior.



11/06/2003

Agência Senado


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