Paim protesta contra episódio de racismo em Brasília



O senador Paulo Paim (PT-RS) protestou contra o constrangimento por que passou o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Orlando Silva de Jesus, quando um motorista de táxi o levou até a guarita do Palácio do Planalto, em vez de conduzi-lo ao hotel onde estava hospedado em Brasília.

- Orlando Silva é um homem negro e, exclusivamente por essa razão, foi considerado suspeito e levado até os policiais militares que fazem a guarda do palácio. Ele chegou a ser revistado pelos policiais, a pedido do motorista que se sentiu ameaçado - disse.

Paim afirmou que, no Brasil, "querem tapar o sol com a peneira", ao dizer que existe um preconceito de classe e não um preconceito racial. Para ele, episódios como esse mostram bem que o motorista foi educado numa sociedade onde a cor das pessoas define seu lugar social. "E mais: o negro é uma ameaça, um caso de polícia", protestou.

O senador conclamou governo e sociedade a levarem adiante uma campanha nacional anti-racismo, dizendo que os veículos de comunicação do Senado poderiam dar início ao processo, já que o governo está tardando a tomar providências nesse sentido.

Paim lembrou o êxito da Marcha contra o Racismo que se realizou em São Paulo, no domingo passado, quando mais de 4 mil pessoas percorreram as ruas da cidade, Acontecimentos desse tipo representam bom exemplos de contribuição da sociedade para mudar a atitude das pessoas sobre racismo e intolerância, concluiu.



23/03/2004

Agência Senado


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