Palácio tenta acalmar bancada governista










Palácio tenta acalmar bancada governista
A líder do Governo na Assembléia Legislativa, Teresa Duere (PFL), recebeu ontem do secretário de Governo, Dorany Sampaio (PMDB), a incumbência de organizar a pauta de uma reunião que será realizada entre os deputados da aliança governista e o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), na primeira semana de janeiro. A intenção da pefelista é sentar com os colegas de bancada já nos dias 2 ou 3 de janeiro e definir os pontos que serão abordados no encontro com Jarbas.

“Não se trata de nenhuma ordem do governador para que os assuntos sejam previamente informados. É apenas uma questão de sistematização. Se já iniciarmos a reunião com os pontos organizados teremos mais chances de avançar”, afirmou Teresa Duere.

Apesar das tentativas de alguns nomes do Governo de minimizar as razões do encontro, o motivo é um só: aparar as arestas entre a bancada e o Palácio. “Tenho certeza que será uma reunião tranqüila. Nada mais normal entre pessoas que estão do mesmo lado do que uma conversa. Toda equipe precisa de encontros periódicos para sintonizar o discurso e discutir algumas definições”, explicou Dorany.

A iniciativa de organizar uma pauta foi elogiada pelo deputado Lula Cabral (PMDB). “Sou totalmente favorável a essa medida. Acho que a líder Teresa Duere é a pessoa indicada para coordenar nossos trabalhos. Tenho certeza que a bancada chegará a um consenso sobre a pauta e teremos uma reunião tranqüila. Afinal, estaremos apenas conversando para melhorar ainda mais o relacionamento entre a aliança”, afirmou.

Alguns governistas, entretanto, aguardam com reserva o encontro. Um deles chegou a criticar a definição prévia da pauta. ”Isso pode ser uma estratégia do Governo para desarticular nossa insatisfação. Cada um sabe onde o sapato aperta e se vamos para uma reunião com o governador não precisamos passar recado por outros deputados”, comentou o parlamentar, que preferiu não ser identificado.

A relação entre a bancada de apoio e o Palácio sofreu alguns abalos ao longo do ano. O problema ficou evidente no último dia 12, quando, mesmo a contragosto do Palácio, a maioria dos parlamentares da base governista votou a favor da aprovação das contas de 1996 do Governo Miguel Arraes (PSB). O encontro deve acontecer entre os dias 4 e 6 de janeiro. No dia 8, o governador entra em período de férias.

Hoje, pela manhã, o governador segue para o Sertão. Às 9h ele vai inaugurar a PE-350, que liga os municípios de Flores e Triunfo. Este é o único compromisso de sua agenda de trabalho de hoje, divulgada pelo Palácio do Campo das Princesas.


Câmara de Olinda aprova 7 projetos
Com 17 dos 21 vereadores em plenário, a Câmara Municipal de Olinda aprovou ontem, no segundo dia da autoconvocação, sete projetos, dos quais dois – o Orçamento 2002 e a Lei do Carnaval – em redação final. As outras matérias aprovadas foram a que altera o Código Tributário do município; a que trata do concurso público para os professores; a que prevê o parcelamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis; e dois projetos que tratam de questões ligadas à regulamentação de vínculos com ONGs e matrículas nas escolas da rede pública. A sessão foi tranqüila, à exceção da votação do projeto que trata do concurso para os professores. O vereador Mauro Fonseca (PFL) tentou incluir uma emenda à matéria, mas foi derrotado. “Após muita luta conseguimos aprovar todos os projetos. Amanhã (hoje) ainda nos reuniremos para votar em redação final as últimas cinco matérias, mas acredito que não teremos problemas”, afirmou o presidente da Câmara, André Luiz Farias (PDT).


Jarbas admite ficar fora da eleição
Governador recusa avaliação de que só sua candidatura à reeleição mantém aliança e diz que pode até não disputar nada, ficando de cabo eleitoral

Alimentando o mistério que vem fazendo sobre o seu futuro político, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) admitiu ontem que existe uma “possibilidade real” dele concluir o Governo sem disputar as eleições 2002, mas ajudando a eleger o sucessor. Numa resposta direta aos líderes políticos do PMDB, PSDB e PFL que vêm defendendo sua candidatura à reeleição como fundamental para a manutenção da aliança governista, Jarbas disse que as alianças “não devem mais girar em torno de pessoas específicas”.

“Estamos fazendo um bom trabalho em Pernambuco e pode ser que eu tenha condições de eleger alguém da aliança permanecendo onde estou, tocando meu trabalho como venho fazendo há três anos. Este é um cenário entre vários outros. E pode ser que seja este o cenário colocado para a opinião pública”, complementou.

O que é fundamental para a vitória nas eleições, segundo Jarbas, é a “composição equilibrada” da chapa governista. Ele alertou que a chapa precisa ser feita por meio de uma competente costura de forças. “Se (a chapa) for mal alinhavada vai trazer prejuízos e pode comprometer nosso desempenho nas eleições. Se tudo for feito de forma racional, sem a preocupação de atender esse ou aquele grupo, estaremos na frente do adversário, seja ele quem for”, declarou, admitindo que o assunto será tratado com a bancada governista em reunião marcada para a próxima semana.

Questionado sobre os sucessivos apelos que vem recebendo para que dispute a reeleição, o governador, mais uma vez, manteve o ar de mistério. Disse que está satisfeito com o trabalho que vem realizando no Governo – “um verdadeiro upgrade na infra-estrutura estadual” –, mas que sua decisão só sairá mesmo em março. Para alguns parlamentares governistas, entretanto, o mistério de Jarbas é só “estratégia para confundir a oposição” e ele deve mesmo disputar a reeleição.

Na solenidade de inauguração da barragem de Pirapama, no Cabo, Jarbas aproveitou para fazer, em público, um rápido balanço de seu Governo. “Quando assumimos, enfrentamos o problema do desabastecimento de água. Trabalhamos duro e vencemos. No segundo ano do nosso mandato, encaramos o drama da falta de estrutura na saúde pública. Isso também está sendo resolvido. Agora, é a vez de encararmos de frente as dificuldades na área da segurança. Estamos tranqüilos porque sabemos que vamos conseguir”, discursou.


João Paulo pede clareza política a Bezerra Coelho
Prefeito do Recife acusa o pós-comunista de tentar inviabilizar a aliança entre o PT e o PPS no Estado. Bezerra Coelho reage e mantém críticas aos petistas

O prefeito petista do Recife, João Paulo, afirmou, ontem, que o prefeito pós-comunista de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), está querendo “inviabilizar” a aliança entre o seu partido e o PPS no Estado. O prefeito recifense disse, em resposta às constantes provocações do petrolinense aos petistas, que se o PPS concorda com as críticas e posições de Bezerra Coelho, basta dizer publicamente que “não vai compor com o PT e que vai se aliar a Jarbas (governador)”. João Paulo, como em tom de conselho, declarou que o pós-comunista é um dos nomes das oposições, porém, está se tornando inviável devido aos ataques ao PT. “Fernando Bezerra Coelho está extrapolando os limites. É um líder político, mas é uma posição isolada no PPS.”

O prefeito petrolinense rechaçou a censura do petista, ressaltando que “não é uma voz isolada” na legenda e que “não está mentindo” quando faz críticas ao PT. Bezerra Coelho assinalou que na reunião de anteontem, com o senador Roberto Freire e o prefeito do Cabo e presidente estadual do PPS, Elias Gomes, ficou claro que os três estão “afinados”. O petrolinense disse que “quer a unidade” das oposições e que apenas “tem constatado que não há nenhum gesto do PT” em direção ao PPS, no sentido de incluir os pós-comunistas na aliança. “Não estou querendo inviabilizar nada. O PPS não vai é ficar a reboque ou refém do PT”.

João Paulo assinalou que Bezerra Coelho está indo pelo caminho errado, se o objetivo é o de impedir a aliança entre os dois partidos. O petista diz que o pós-comunista está indo contra a resolução da convenção estadual do PPS, que aprovou o alinhamento com os partidos da base de oposição aos governos Jarbas e FHC. Para João Paulo, o pós-comunista está colocando um projeto pessoal – o de querer ser candidato ao Governo – no lugar do projeto do PPS. “Ele deve convocar o partido e tentar convencê-lo a ir contra a própria resolução”, sugere o petista.

Bezerra Ceolho retruca, entretanto, pedindo clareza nas intenções do PT. O petrolinense reconhece que tem feito críticas duras, mas que são verdadeiras. Segundo o pós-comunista, o PT não quer aliança com o PSB e o PDT, por não possuírem base parlamentar forte, ao contrário do PPS. “O que pregam nos bastidores não é o que nos falam. Precisam ser claros.”


Ex-tucano, Helvécio passa na peneira do PT
Após três horas de acirrada discussão, o vereador e ex-tucano Luiz Helvécio conseguiu ter seu pedido de filiação aprovado pela Executiva Municipal do PT Recife. Helvécio foi aceito por oito votos a favor, cinco contrários e uma abstenção. A grande dificuldade da ala mais radical do partido era “aceitar um tucano de carteirinha no bloco das esquerdas”. Essa é a terceira filiação polêmica acatada pelo PT este ano. Os primeiros nomes foram os do deputado federal Pedro Eugênio e o do ex-prefeito de Caruaru João Lyra Neto, ambos saídos do PPS.

Helvécio foi um dos fundadores do PSDB no Estado, em 1988, mas estava sem partido desde setembro. Segundo ele, o motivo que o levou a deixar a legenda foi “a falta de comprometimento do PSDB com a social-democracia”.

Os problemas entre Helvécio e os sociais-democratas se tornaram maiores há cerca de um ano e meio, quando o vereador decidiu apoiar o deputado estadual João Braga (PV) para prefeito do Recife, em oposição a Roberto Magalhães (PSDB), que na época era pefelista.

Diante da manutenção da aliança PFL/PSDB/PMDB, Helvécio não teve outro caminho a não ser apoiar Magalhães para prefeito, em obediência ao seu partido. Na Câmara, porém, continuou fazendo oposição explícita a Magalhães, até que, neste ano, decidiu renunciar à vice-presidência estadual do PSDB para votar no vereador petista Dilson Peixoto para presidente da Câmara do Recife.

POR TELEFONE – Helvécio acompanhou o resultado da reunião da Executiva por telefone e disse que as divergências entre os integrantes da Executiva fazem parte de um processo democrático. “É importante a discussão ampla que existe no PT. Agora estou ainda mais à vontade para trabalhar apoiando o Governo João Paulo. Deixei o PSDB, um partido com poder nacional e estadual, por convicção, e ingresso no PT, um partido em construção, para somar”, declarou.
Ferrenho defensor do nome de Helvécio no PT, o presidente do Diretório Municipal do Recife, Oscar Barreto, disse que os votos contrários não representam nenhum problema porque “a maioria da Executiva entendeu que Helvécio chega para ajudar”. Ele acrescentou que a votação sobre a filiação do ex-vereador do Recife Paulo Marcelo ao PT só será decidida no final de janeiro.


Batata condena críticas de Carlos André ao Governo
BRASÍLIA – O vice-líder do PSDB na Câmara Federal, Carlos Batata (PE), disse ontem que as críticas do presidente do Instituto Teotônio Vilela em Pernambuco, Carlos André Magalhães, ao Governo Fernando Henrique “são improcedentes, de cunho pessoal e não refletem o pensamento do PSDB no Estado”. O advogado Carlos André, filho do ex-prefeito Roberto Magalhães, declarou que o PSDB estadual “pretende redesenhar o modelo social que foi posto em prática pelo Governo FHC”. Segundo Carlos André, o Governo Federal “deixou muito a desejar”. “O PSDB em Pernambuco não fez nenhuma autocrítica, nem endossa as declarações de Carlos André, que expressou, exclusivamente, sua opinião”, ressaltou Batata.

Ao contrário de Carlos André, o deputado entende que o Governo Fernando Henrique vem fazendo “um esforço gigantesco” para resgatar a dívida social, que “vem se acumulando ao longo de 50 anos”. “Nenhum Governo pode, de repente, resgatar uma dívida social como a do Brasil. Antes precisa equilibrar as finanças, e é isso que o Governo brasileiro vem fazendo para, só então, executar seus programas sociais”, considera Batata. Segundo o deputado, depois de equilibrar as finanças, FHC deflagrou uma série de programas que visam o resgate da dívida social. Entre essas ações, o deputado citou o Bolsa-Escola; o Pronaf; o Programa de Assentamento dos Sem-Terra; o Saúde na Família; o Bolsa-renda – que beneficia as vítimas da seca –; e o Programa de Combate à Desnutrição Infantil.

“Acusar o Governo de descaso com o social é, no mínimo, um equívoco”, dispara o deputado tucano. Apesar de “todo o esforço que o Governo Fernando Henrique vem fazendo em favor do social”, Carlos Batata acha que “ainda há muito o que fazer”, e que o futuro presidente terá, necessariamente, que “avançar muito mais na área social”.


Artigos

Brasil vermelho
José Paulo Cavalcanti Filho

O verdadeiro rosto de um povo se compõe aos poucos, sem pressa, com notícias do passado. Ruim é que, algumas vezes, elas não estão disponíveis. Outras, ainda pior, não correspondem à verdade histórica. Por tudo isso é com alegria que afinal vemos corretamente contada a epopéia de Villegagnon - dando formas ao sonho de construir aqui uma França tropical, em meio às tribos canibais da Guanabara.

O livro é Brasil Vermelho (”Rouge Brésil”) - prêmio Goncourt e há meses o mais vendido na França. O autor é Jean-Christophe Rufim - “mistura de Alexandre Dumas e Voltaire”, no dizer que Jean-Rémi Barland. Um amigo do Brasil, onde morou alguns anos, antes de ser presidente dos “Médicos sem Fronteiras”. No nosso último encontro - ao lado de Maria Lectícia, Cristina e Sileno Ribeiro, em um simpático restaurante no Louvre des Antiquaires, falou com paixão da tarefa que então o consumia.

Esse romance histórico retrata a trajetória de duas crianças, Just e Colombe, embarcadas na expedição para servir de intérpretes junto aos índios. O cavaleiro de Vilegagnon revela-se, no relato, um nostálgico das cruzadas. Precursor de Cirano de Bergerac ou D’Artagnam. Finda a aventura, e voltando à França, foi afinal recompensado por sua brutalidade. Passando a viver da renda de imóveis que ganhou em Malta e Beauvais. De Lisboa ainda recebeu alguns trocados, para renunciar definitivamente à Guanabara. E findou seus dias em paz, deixando aos pobres de Paris todos os seus bens.

Na Guanabara, já abandonada pelos franceses, os portugueses construíram a vila do Rio. E continuaram a traficar. Just e Colombe passaram a viver pelas praias. Boa parte dos europeus vindos com Villegagnon acabaram se integrando ao cadinho brasileiro. Outros escolheram o mar, tornando-se corsários e aterrorizando as rotas do Atlântico. Sem contar os que simplesmente voltaram à França - um deles levando consigo índio em quem Montaigne se inspirou para escrever “Dos Canibais” (parte de “Ensaios”). Nascia alí o mito do “bom selvagem” - desenvolvido por ele, e também por Russeau, em que se buscava provar a superioridade do “homem natural” sobre o civilizado.

Foi tudo. O mais surpreendente nessa história, disse um crítico, é que ela seja real. Pouco depois do fim da empreita, por volta de 1570, aqueles índios guerreiros - tupiniquins, tupinambás e tamoios - estavam virtualmente extintos. Com a decisiva col aboração de Men de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil. Os colonizadores anotaram boa parte de seus costumes. E também de seus mitos. O mais documentado deles fala de um dilúvio que o grande deus Tupã infligiu aos homens que o enfureceram. Toda a humanidade desapareceu, salvo um casal de irmãos, de onde acabaria por nascer uma nova raça humana.

Que as bordas de um novo ano nos convide a crer nessa promessa do futuro. Que talvez, nesse Brasil vermelho, nesse Brasil magro de esperanças, nesse Brasil roto por carências endêmicas, nesse Brasil em que só nós mesmos acreditamos, talvez esteja mesmo nesse Brasil nascendo uma nova civilização, em contraponto à globalização deletéria de um primeiro mundo já sem rumos.


Colunistas

PINGA-FOGO - Inaldo Sampaio

À recandidatura
Jarbas Vasconcelos declarou-se satisfeito com a nota 6,6 que o povo de Pernambuco deu ao seu governo (Datafolha) e está absolutamente decidido a se recandidatar a governador. Essa história que ele repete sistematicamente de que só decidirá no mês de março tem por finalidade única e exclusiva não precipitar a sua própria sucessão. Mas a decisão já está tomada.

Ele se recandidatará a governador, Mendonça Filho de novo a vice e Marco Maciel a uma das vagas no Senado (são duas). A outra pertence ao PSDB, que ainda não está totalmente decidido se lançará o nome de Sérgio Guerra. Se ele tiver interesse na candidatura não há contestação ao seu nome nem dentro do PSDB e nem dentro da aliança. Mas como eleição majoritária não depende da vontade de uma só pessoa e sim de um conjunto de variáveis, ele só decidirá entre o final do mês de março e o começo de abril.

Enquanto isso, iniciou-se o “queremismo” na aliança para que o governador Jarbas Vasconcelos seja candidato à reeleição. O ministro Raul Jungman deu o pontapé inicial, devendo ser imitado, posteriormente, pela bancada federal, depois pela bancada estadual, depois pelos prefeitos e, finalmente, por entidades classistas.

Descanso do guerreiro
O deputado federal e presidente da Fiepe Armando Monteiro Neto, do PMDB, viaja amanhã para a Europa. Vai passar 10 descansando para se recompor da maratona que culminou com a escolha do seu nome como candidato único do empresariado nacional à presidência da CNI (Confederação Nacional da Indústria). A eleição será em julho. Mas desde já a entidade se prepara para retomar o debate sobre a reforma tributária e a inserção do Brasil na Alca.

Desvio de rota
Ex-presidente do Sinpol, Sérgio Leite (PT) tentou politizar ontem - na Comissão de Defesa da Cidadania da Assembléia Legislativa - a denúncia feita pelo “Fantástico” sobre a existência de um grupo de extermínio na PM-PE. Mas foi prontamente desarmado por Antonio Moraes (PSDB), João Braga (PV) e Augusto Coutinho (PFL).

Na trilha do avô
Seguindo os mesmos passos do avô, Miguel Arraes, que disputou três eleições para o Governo do Estado com um representante das classes produtores na chapa do Senado (Zé Ermírio, Antonio Farias e Armando Monteiro), Eduardo Campos (PSB) poderá ter Luciano Bivar (PSL) como seu candidato a senador em 2002. As conversações estão adiantadas.

Sobrinho do líder fará contraponto a Augusto César
Augusto César (PSDB) não brilhará sozinho, hoje, ao lado de Jarbas, na inauguração da pavimentação da rodovia da serra de Triunfo. Giovane Oliveira, sobrinho de Inocêncio (PFL) e candidato a deputado estadual, também estará lá.

Walfredo terá “perfil” lançado na terra natal
João Negromonte (PMDB) e Sebastião Rufino (PFL) representarão a Assembléia Legislativa no lançamento do perfil biográfico do ex-deputado Walfredo Siqueira, em São José do Egito, no dia 4 de janeiro próximo.

De cabeça fria
Do prefeito de Aliança Elane Vieira (PMDB) sobre o dossiê que vereadores da oposição encaminharam ao Ministério Público com denúncias contra a sua gestão: “Não recebi nenhuma notificação, mas se porventura ela chegar estou tranquilo. Não há nada irregular na prefeitura e os meus adversários sabem disto”.

Troca silenciosa
Bornhausen (SC) contou em artigo na “Folha” que o PFL não é mais afiliado da Internacional Liberal e sim da Internacional Democrata Cristã. Segundo ele, quem convenceu Marco Maciel a fazer a troca, “que atenderia melhor à nossa posição ideológica”, foi o premier espanhol José Maria Aznar (Partido Popular).

De Maurílio Ferreira Lima (PMDB) sobre o “caos” político, social, econômico e financeiro que o ex-ministro Domingo Cavallo deixou na Argentina: “Celso (Furtado) é o único economista que eu conheço que transitou pelos grandes centros acadêmicos da Europa e dos EEUU e não se deixou contaminar pela ideologia deles”.

O prefeito João Paulo (PT) tem hoje uma pauta eclética. Recebe em audiência o deputado Paulo Rubem Santiago e a direção municipal do PT e, logo em seguida, vai a duas festas de contraternização: uma dos diretores e vices das escolas municipais e outra do CDL (Clube de Diretores Lojistas).

Depois de barragem de Pirapama, os próximos desafios do Governo do Estado na área de recursos hídricos são Jucazinho e a Adutora do Oeste. Ambas são obras federais mas como caminham a passo de cágado a Compesa avocou para si a responsabilidade de concluí-las e deverá entregá-las à população antes do final do próximo ano.

Deu no Jornal do Brasil (27/12): “Dos R$ 416 milhões previstos no Orçamento Geral da União para investimentos no Estado (RJ) este ano, apenas R$ 36 milhões - ou 8,64% - foram liberados até agora. A média nacional é de 21%”. Taí a prova nua e crua de que Lei Orçamentária no Brasil não passa de peça de ficção.


Editorial

O túnel e a luz

Este primeiro ano do século 21 e do 3º milênio termina deixando lições e advertências muito sérias para o nosso País. A lição maior talvez seja a de que o fenômeno da globalização torna o interrelacionamento entre as nações mais rotineiro e mais rápido, mas cria um tipo de interdependência em que uma crise econômico-financeira em um só país produz efeitos em cadeia de âmbito mundial. E com a agravante de que as conseqüências negativas têm impacto maior nos países em desenvolvimento do que nos amplamente desenvolvidos.

Uma das advertências que este vestíbulo de milênio traz aos brasileiros (a principal delas, talvez) é que devemos abandonar a cultura do desperdício, porque as fontes renováveis de energia não se renovam rapidamente para atender aos nossos caprichos, e as águas do céu não caem na medida e no tempo necessários, ou por decreto presidencial. É preciso economizar energia, é preciso economizar água, como é necessário preservar a natureza.

Ao contrário do que diziam os pessimistas militantes, estamos sabendo lidar com a crise energética. E tudo indica que 2002 será, no setor, um ano sem sustos. Mas aquela advertência deverá repercutir no comportamento da população e na prancheta dos planejadores de Brasília.

Quanto à globalização, a primeira grande crise financeira da última década do século passado aconteceu no México, em 1994, coincidindo com a implantação de nosso Plano Real. De lá para cá, duas grandes crises abalaram as economias dos países em desenvolvimento. Foram elas a dos chamados Tigres Asiáticos, em 1997, e a da Rússia, em 1998 (com uma moratória de US$ 40 milhões). A recessão da Argentina, que já dura 3 anos e sete meses, explodiu em sublevação social este ano, mas os efeitos negativos que se esperavam para a economia brasileira não aconteceram, porque o nosso País já sofreu alguns períodos de turbulência e se recusa a sofrer as crises alheias.

Tudo indica que sairemos incólumes desse cataclismo que afeta tão dolorosam ente os argentinos. Talvez tenhamos aprendido a lição de que uma economia que se baseia unicamente na captação de investimentos voláteis do exterior torna-se extremamente dependente e frágil.

Há boas perspectivas para o Brasil, em 2002, segundo análises feitas com base em levantamentos da Fundação Getúlio Vargas. Mas seu boletim “FGV-Prevê” só espera uma melhoria nas condições econômicas a partir do segundo trimestre do próximo ano, com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,2%, maior do que o admitido meses atrás.

Para um País sob forte racionamento de energia, que mergulhara de certa maneira nas trevas do pessimismo, as luzes no fim do túnel surgiram mais cedo do que se esperava, com o aumento de nossas exportações. Os analistas econômicos esperam para o próximo ano um melhor desempenho da balança comercial, redução da inflação e maior credibilidade para o Brasil no mercado financeiro internacional. Sobretudo depois da moratória da dívida externa decretada na semana passada pelo governo provisório da Argentina.

O que ainda incomoda é a manutenção pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central da taxa de juros básicos, a chamada Selic, em 19% ao ano. O motivo alegado é a necessidade de segurar a inflação e o câmbio. Mas isso repercute no crescimento da dívida pública e tem o efeito de deter o crescimento econômico. Se os bancos captam o dinheiro a 19%, essa taxa se multiplica como os pães bíblicos em seus balcões. Para a produção, ela se transforma em 55%. E para os consumidores que insistem em gastar mais do que ganham, em até 145%.

Mas, 2002 será um ano eleitoral, e isso pode contribuir para que muitas contas sejam refeitas. O governo pretende fazer seu sucessor, enquanto a oposição vai prometer até o impossível. Eleições também criam empregos temporários e demanda extraordinária para alguns setores da economia.


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12/28/2001


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