Papaléo propõe amplo debate sobre reforma política



O senador Papaléo Paes (PMDB-AP) propôs nesta quinta-feira (4) um amplo debate sobre a necessidade de realizar uma reforma política que permita o aperfeiçoamento das instituições que sustentam a ordem democrática brasileira. - É precisamente por esse motivo que a reforma política é chamada, por alguns, de a mãe de todas as reformas. Pois se estamos a falar de democracia e de Estado democrático de direito, é preciso assegurarmos, em primeiro lugar, a efetividade de nosso sistema representativo, condição primeira para qualquer experiência que se queira democrática - argumentou. Papaléo abordou a questão da constância e da falta de critérios para a mudança de partidos pelos parlamentares e afirmou que não defende a vedação da troca de legenda, nem a continuidade do atual sistema. -O que parece claro aos olhos de todos é a urgência que temos em enfrentar esse problema-, assinalou. Ele destacou a proposta de proibir as coligações partidárias, ao menos no que diz respeito ao voto proporcional, afirmando que, dessa forma, o eleitor saberia exatamente para onde vai o seu voto, o que contribuiria para um maior engajamento popular, além de assegurar melhor qualidade na representação política. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) concordou em aparte que a reforma política é imprescindível. - Perdemos tempo e credibilidade por mantermos um modelo político superado. É hora de deixarmos determinados interesses pontuais de lado em favor da busca de um modelo que atenda o conjunto da sociedade - afirmou. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) lembrou que este é um tema muito discutido em seu partido, o PFL, e se disse preocupado com a idéia de adoção da lista fechada. - O cidadão perde o direito de votar em quem ele quer e será forçado a votar em um partido. Será que o brasileiro aceitará isso? Falta cultura de participação partidária - frisou.

Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que Papaléo estava tranqüilizando o país ao propor o debate -para que não surjam aqui reformas apressadas-. Ele lembrou que o país já teve a experiência da lista fechada, adotada durante a República Velha e posteriormente suspensa, por ter sido considerado um sistema injusto. Para Mão Santa, a grande mudança seria a adoção do voto distrital, que impediria a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais.



04/12/2003

Agência Senado


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