Para Adelmir Santana, saúde mental recebe pouco investimento
Ao lembrar, nesta sexta-feira (10), o Dia Mundial da Saúde Mental - que se celebra na data de 10 de outubro -, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) afirmou que os transtornos psíquicos não têm recebido tratamento adequado por parte dos governantes. Ele ressaltou que, segundo informações do Ministério da Saúde, apesar de haver mais de 38 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de distúrbio mental - o que representa 21% da população do país -, apenas 2,3% do orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é destinado ao tratamento da saúde mental.
Adelmir Santana ressaltou que os problemas mentais são, muitas vezes, causados pelo abuso de álcool ou de drogas e incluem, entre outros sofrimentos psíquicos, a depressão. Ele observou que o número de pessoas acometidas por esses problemas aumenta proporcionalmente em relação ao crescimento da população, e que isso é um fenômeno observado em todas as partes do mundo.
- Se formos analisar, um por um, os que convivem ao nosso lado, quem é normal? - perguntou o senador, referindo-se a uma passagem de O alienista, de Machado de Assis.
Na opinião de Adelmir Santana, os conceitos de loucura e normalidade são relativos e, em sua avaliação, transtornos mentais podem atingir qualquer pessoa em determinada fase da vida.
Atualmente, destacou o parlamentar, não existem mais manicômios no Brasil - onde, no passado, segundo ele, "os pacientes viviam enjaulados e sob efeito de tratamento de choques". No entanto, alertou, a rede de saúde pública não é adequada ao tratamento dessas pessoas.
O senador defendeu o planejamento adequado para o setor de saúde mental, bem como o estabelecimento de prazos para que os governos estaduais melhorem as condições dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). Ele afirmou que os estados nos quais os CAPs estão em melhores condições são Sergipe e Rio Grande do Sul. Tratamentos alternativos, como terapia ocupacional, também foram sugeridos por Adelmir Santana.
Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) homenageou o ex-deputado federal e constituinte Paulo Delgado, autor da lei que trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental (Lei 10.216/01, que ficou conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica ou Lei Paulo Delgado). Para Delgado, disse Paim, as pessoas com doenças mentais precisam receber apoio da família e morar com seus famíliares.
O senador Mão Santa (PMDB-PI), que presidia a sessão plenária durante o discurso de Adelmir Santana, lembrou que, de acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), "saúde não é apenas a ausência de enfermidade ou doença, mas o mais completo bem estar físico, social e mental".10/10/2008
Agência Senado
Artigos Relacionados
TIÃO VIANA: BRASIL POUCO AVANÇOU NO ATENDIMENTO À SAÚDE MENTAL
Adelmir Santana cobra melhorias na saúde do DF
Adelmir Santana elogia gestão da saúde no DF
Adelmir Santana defende oferta de atendimento de urgência e remédios em postos de saúde
Adelmir Santana: desburocratizar para gerar empregos
Adelmir Santana retira assinatura de requerimentos de CPI para Petrobras