Para Alvaro Dias, perversidade do mínimo não pode ser esquecida



Ao analisar a votação, na Câmara dos Deputados, que fixou em R$ 260 mensais o salário mínimo do país, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que tomar R$ 15 do povo brasileiro foi um ato perverso que não pode ser esquecido, sequer tolerado.

- Esse gesto da Câmara, curvando-se diante da imposição do governo, não pode ser esquecido pelo trabalhador brasileiro. A tolerância aos maus-tratos precisa ter limites. O governo demonstrou não ter sensibilidade humana, preferindo se preocupar com a Bolsa de Valores ou o dólar a se condoer com o drama do trabalhador - destacou.

Alvaro Dias lembrou a dificuldade que os tradutores internacionais têm de traduzir a palavra ilunga do idioma falado no sudoeste do Congo (África). Trata-se de um vocábulo para significar que uma pessoa deve perdoar os maus-tratos pela primeira vez, tolerar pela segunda, mas nunca pela terceira. Para ele, o trabalhador brasileiro já atingiu esse limite em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.

O senador pelo Paraná criticou ainda o que chamou de -retórica otimista, mas vazia- do presidente Lula, ao falar sobre investimentos estrangeiros para uma platéia de empresários em Nova York. Ao dizer que o Brasil pode atrair US$ 20 bilhões por ano em investimentos estrangeiros, Lula está na contramão da realidade, afirmou o senador. Segundo ele, em 2001 o Brasil obteve US$ 22 bilhões em investimentos estrangeiros, mas em 2003 foram apenas 10 bilhões. Este ano, até maio, são apenas US$ 3,3 bilhões. Mesmo as previsões otimistas do Banco Central não ultrapassam US$ 12 bilhões.

- Essa projeção de US$ 20 bilhões é absolutamente inatingível. Está mais do que na hora de o presidente Lula colocar o pé no chão da realidade. Tampouco os indicadores econômicos transmitem sintomas de que a retomada do crescimento econômico será forte e sustentada - assegurou.

Alvaro Dias reconheceu ser possível que o Brasil escape da paralisia econômica que caracterizou esses quase 18 meses do governo Lula, mas garantiu não haver indicações firmes sobre grande progresso e desenvolvimento econômico, com geração substancial de empregos.



24/06/2004

Agência Senado


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