PARA BENEDITA, 1º DE MAIO É DIA DE LUTA E REAFIRMAÇÃO DE IDEAIS
A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) disse hoje (dia 5) que, num momento histórico em que o trabalho humano é desvalorizado como fator de produção, mais do nunca as comemorações em torno do 1º de Maio devem ser oportunidade de reafirmação de ideais e de redobrada disposição de luta por parte dos trabalhadores.
O avanço da informática, da robótica e da automação, aliado "à lógica cruel e desumana do neoliberalismo", resulta em vertiginoso crescimento do desemprego, não só nos países mais pobres, mas também nos mais desenvolvidos, acrescentou.
No caso específico do Brasil, Benedita destacou que os trabalhadores sempre conviveram com a exploração selvagem, o desrespeito aos direitos legalmente assegurados e os ataques à liberdade de associação, circunstâncias atualmente agravadas "pela subida dos índices de desemprego, pelos ataques generalizados, impiedosos e constantes a todas as conquistas da classe e pelo achatamento salarial".
Ao contrário do que afirmava o governo, enfatizou a senadora, o desemprego não está circunscrito a determinadas regiões ou setores econômicos. Conforme dados do IBGE citados por Benedita, a taxa de desemprego aberto subiu em todas as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo instituto, em todos os setores de atividade:
- Na indústria de transformação, passou de 5,8% em dezembro de 97 para 8,8% em janeiro de 98; na construção civil, de 5,6 para 7,9%; no comércio, de 5,2 para 7,5%; nos serviços, de 3,7 para 5,6%; e, em outras atividades, de 1,9 para 2,6% - afirmou.
Os dados, explicou a senadora, referem-se às pessoas que, na pesquisa, declararam-se desempregadas e à procura de emprego, de modo que eles não abrangem os ex-assalariados que optaram pelo ingresso na informalidade. Do ponto de vista macroeconômico, o impacto do desemprego pode ser verificado, a seu ver, na queda da participação assalariada na formação do PIB brasileiro, da ordem de 45% em 1990 para 38% em 1997.
05/05/1998
Agência Senado
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