PARA FOGAÇA, MARCHA NÃO É AMEAÇA INSTITUCIONAL



Sustentando que qualquer manifestação política é legítima, o senador José Fogaça (PMDB-RS) afirmou nesta quarta-feira (25) que a "Marcha dos 100 Mil", que será realizada na quinta-feira (dia 26), na Esplanada dos Ministérios, não é uma ameaça institucional, mas uma reação naturalmente resultante do aumento das dificuldades econômicas do país. Ele disse que esse movimento jamais seria causador de ingovernabilidade, porque o governo de Fernando Henrique Cardoso tem dado passos seguros na direção da estabilidade econômica. "Isso faz parte do estado de direito, do sistema de contrários, que é a democracia presidencialista", sustentou o parlamentar, expondo as razões que, em sua opinião, amparam o acerto da política governamental - o ajuste fiscal em andamento, a busca de metas inflacionárias e a política de juros. No entender do senador, o governo está submetendo a população a um momento de sacrifício, mas isso é parte de um projeto para evitar sacrifícios maiores no futuro. Conforme Fogaça, essa política é o avesso do que fazem os governos imediatistas, que comportam-se irresponsavelmente com as finanças públicas, desorganizando a economia, provocando a desconfiança internacional e propiciando a fuga de investidores. Ele condenou soluções como a emissão descontrolada de moeda, dizendo que isso significa mascarar problemas e enrolar o povo. E assegurou: "esse é o comportamento que não serve e que tem marcado a história do Brasil".Na análise do senador, quando a política cambial foi alterada em janeiro, quem quer que tivesse noção de economia já deveria prever os dias amargos que a população brasileira viveria. Ele disse que toda vez que se altera a taxa de câmbio e se puxa a moeda para baixo, há repercussões que podem ser positivas, como o aumento da competitividade dos nossos produtos, mas também duríssimas, como o empobrecimento da população. Na opinião de Fogaça, o que o povo brasileiro deseja é viver esse momento amargo agora para enfrentar menos amargura no futuro. "É isso que garante que não há golpismo na atitude da oposição. A oposição pode manifestar-se assim não só porque a cultura golpista já foi abolida no Brasil, mas sobretudo porque o governo tem um projeto", assegurou. Ele aconselhou todos a manterem a tranqüilidade como expectativa. Em aparte, o senador Mauro Miranda (PMDB-GO) também disse que a governabilidade do país não corre nenhum risco.

25/08/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


Sérgio Guerra aponta ameaça de crise institucional

FOGAÇA: "NÃO HÁ AMEAÇA AO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA"

ANTERO DE BARROS ALERTA PARA IMPASSE INSTITUCIONAL

Agripino alerta para possibilidade de crise institucional

Eletrosul abre inscrições para patrocínio institucional de projetos

Equipamento para segurança institucional poderá ficar isento de IPI