Para Lúcio Alcântara, Brasil só deve entrar na Alca se passar a vender mais
Na opinião do senador, as condições apresentadas pelo presidente Fernando Henrique são pontos dos quais o Brasil não pode abrir mão. Ele recomendou que o Brasil se mantenha nessa posição cautelosa e disse que o ingresso do país nesse acordo aduaneiro tem que ser decidido com maturidade e senso de responsabilidade.
Lúcio Alcântara louvou iniciativas em favor do incremento do comércio mundial, mas sustentou que isso só deve ocorrer com a garantia de aumento das vendas de mercadorias dos países mais pobres. Referindo-se ao fato de que os países ricos gastam cerca de US$ 100 bilhões anuais com medidas protecionistas, ele condenou a série de práticas utilizadas pelos Estados Unidos.
Além das barreiras tarifárias, Lúcio Alcântara disse que o governo norte-americano adota medidas burocráticas que limitam muito a chegada de mercadorias de outros países ao seu mercado interno. Ele mencionou leis específicas que propiciam o exclusivo desenvolvimento de empresas americanas em determinados mercados.
Também mencionou as exportações brasileiras de camarão e frango para dizer que esses produtos enfrentam inexplicáveis barreiras burocráticas para chegar ao consumidor americano. Referiu-se ainda a normas que limitam a empresas americanas as compras governamentais, cotejando isso com o fato de que, no Brasil, até a navegação de cabotagem foi aberta à exploração de empresas estrangeiras.
Lúcio Alcântara considera impossível o Brasil aderir à Alca se continuar enfrentando tarifas elevadas para colocar naquele mercado produtos em plenas condições de competir com o similar americano. Ele disse que essa restrição com relação à Alca vale também para a discussão sobre o ingresso do Brasil no mercado de livre comércio da União européia.
30/04/2001
Agência Senado
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