Para Tião Viana, saída do PTB do bloco do governo é um ato natural



Ao sair nesta quinta-feira (22) para almoçar, o presidente interino do Senado, Tião Viana, afirmou que considera um gesto natural do PTB retirar-se do bloco de apoio ao governo e manter-se independente para votar como quiser. Mesmo isso acontecendo às vésperas da votação em que a Casa vai decidir se prorroga a cobrança da CPMF, Tião Viana disse que a decisão dos trabalhistas não afetará em nada essa deliberação plenária.

- É um ato natural do PTB. Sair do bloco não quer dizer sair do governo. Essa saída não afetará em nada a votação de matérias relevantes. Isso não tem vínculo com a CPMF. É um ato de insatisfação com o relacionamento entre os partidos da base.

Na análise de Tião Viana, como a base de apoio ao governo está fragilizada, em razão da crise que afetou o funcionamento do Legislativo este ano, "qualquer atrito político pequeno gera a idéia de conflito". Ele sustenta que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira pode ser votada, sim, no prazo regimental do atual ano legislativo.

Na agenda fixada pelo presidente interino do Senado, a proposta de emenda à Constituição que prorroga a vigência dessa contribuição será votada, em primeiro turno, no dia 14 de dezembro. Haverá, portanto, tempo suficiente para o transcurso de três sessões legislativas ordinárias, necessárias para a matéria ser decidida em segundo turno. Isso tudo antes do recesso, que se inicia no dia 23 de dezembro.

Outro argumento utilizado por Tião Viana para justificar seu otimismo com a aprovação da CPMF foi o de que São Paulo, por exemplo, receberá R$ 3,7 bilhões do total de recursos oriundos da CPMF que serão investidos em saúde naquele estado. O senador entende que não interessa a nenhum estado ver essa matéria rejeitada no Senado. Na opinião do presidente, o que se verifica no momento é o velho jogo político próprio dos Parlamentos.

- Estamos no meio de uma disputa política. O único que, de fato, demarcou um campo ideológico foi o Democratas. O PSDB está dividido. Estamos ainda construindo a relação entre governo e oposição. Mas todo o ambiente político ainda é favorável à negociação - concluiu Tião Viana.



22/11/2007

Agência Senado


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