Parlamentares alertam para que Executivo não faça uso político das contratações



A posição dos deputados sobre a retomada da vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul não teve a mesma unanimidade da votação do projeto do Executivo, que propôs a contratação de 100 veterinários e 1000 pessoas, em caráter emergencial, para realizar a vacinação do rebanho bovino gaúcho. Embora a maioria das bancadas tenha destacado a importância da unidade independente de questões partidárias, alguns parlamentares alertaram que o Executivo não deve fazer uso político dessas contratações. O líder do governo, deputado Ivar Pavan (PT), saudou “o espírito de colaboração por parte das lideranças da Casa, como forma de agilizar a contratação de pessoal para proceder a vacinação”. Ele disse esperar que “essa ação unificada dos parlamentares gaúchos, das entidades, dos pequenos, médios e grandes produtores possa convencer definitivamente o ministro da Agricultura. É preciso vacinar todo o rebanho gaúcho para proteger a nossa economia e garantir o nosso status de estado livre de aftosa com vacinação”, defendeu. O deputado Onyx Lorenzoni, líder da bancada do PFL, ressaltou o voto favorável de sua bancada ao projeto, mas afirmou que “a situação que o Rio Grande do Sul enfrenta neste momento decorre da desestruturação do Departamento de Produção Animal, pois este órgão, após seis décadas de história, atualmente é comandado por alguém que não tem nenhuma familiaridade com o processo, porque o atual governo substituiu a técnica pela política”. O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, deputado Frederico Antunes (PPB), disse que após a votação do projeto “iniciamos uma nova fase, que exige a permanência da unidade criada no Estado, independentemente de questões político-partidárias. Sustentando que “a vacinação deve ser iniciada já”, disse que o foco do discurso dos parlamentares deveria ser o de “salvarmos o setor produtivo do Estado”. O deputado Luís Augusto Lara (PTB) pediu que a vacinação seja estendida a todo o Estado, “para que a Metade Sul não seja confinada a uma quarentena, fazendo com que o produtor não possa transitar com o seu gado, porque só lá é feita a vacinação”. Apelou para que o governo “não utilize essas 1.100 pessoas contratadas em busca de proveito partidário, mas da maneira mais isenta e técnica possível”. O deputado Paulo Azeredo (PDT) defendeu a “apuração da responsabilidade e os interesses que motivaram a não-vacinação, quando a doença estava restrita à Argentina ou, quando já havia atingido o Uruguai. Também pediu que a vacinação seja estendida a todo o Estado e não em apenas 25 municípios, como forma de evitar o surgimento de focos nas demais regiões”. A líder da bancada do PC do B, deputada Jussara Cony, destacou a atuação dos presidentes da Comissão e Agricultura e da Assembléia, deputados Frederico Antunes e Sérgio Zambiasi, na conquista da unidade que, segundo disse, permitiu salvaguardar a saúde e a economia do Estado. Criticou, de outra parte, a atuação do ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, no episódio, que desde o início do problema, só se preocupou em culpar o governo gaúcho pela situação. O líder da bancada do PMDB, deputado Paulo Odone, alertou que devido a disseminação violenta de focos da aftosa no Uruguai, “não adianta barreira sanitária e se o Governo Federal tiver uma posição corajosa, baixa norma determinando a vacinação em todo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina já”.

05/07/2001


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