PATROCÍNIO: HIDROVIA TOCANTINS-ARAGUAIA SERÁ EIXO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL



A hidrovia Tocantins-Araguaia está prestes a se concretizar, disse nesta quarta-feira (dia 21) o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), apesar dos obstáculos à obra que ele afirma terem sido criados por várias organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas. "Ela se tornará o eixo integrador do desenvolvimento nacional", previu.
A confiança do senador baseia-se em relatório do Centro de Educação Permanente em Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), com o qual a Administração da Hidrovia Tocantins-Araguaia (Ahitar) firmou contrato, para que os técnicos da USP avaliassem a forma e o conteúdo do relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA) do projeto da hidrovia.
Entregue em fevereiro deste ano, a avaliação geral dos técnicos pode, na opinião do senador, ser resumida no primeiro parágrafo do relatório por eles produzido: "A equipe entende que o projeto da hidrovia é importante, quer como via de transporte inter-regional, quer como possível eixo integrador e fator de desenvolvimento regional, sendo, pois, favorável à sua adequada implantação".
A avaliação da USP opõe-se frontalmente às conclusões de estudo independente entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em maio de 1999, destacou o senador. Sob a coordenação da Fundação Centro Brasileiro de Referência e Apoio Cultural (Cebrac), explicou Carlos Patrocínio, uma coalizão de ONGs elaborou laudo sobre o mesmo EIA-RIMA analisado pelos técnicos da USP. No documento, acrescentou, a hidrovia Tocantins-Araguaia é considerada obra sem viabilidade econômica e de impactos ambientais que poderão levar a verdadeira catástrofe a economia e a sociedade locais.
O último parágrafo do relatório patrocinado pelas ONGs foi diretamente contestado pelo senador. Por tudo o que a implantação da hidrovia representaria em termos de destruição ambiental, as ONGs afirmam que ela "não é o caminho para tornar nosso país uma nação", ao que Carlos Patrocínio opôs, com veemência, que o Brasil já é uma nação. A atuação das ONGs internacionais em países como o Brasil, na sua opinião, representa uma forma mais sutil, "e, por isso, mais perigosa", do velho domínio de alguns povos sobre outros. Não é à toa, disse, que o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) pleiteia a instalação de uma CPI para apurar as atividades dessas entidades.
Em aparte, o senador Moreira Mendes (PFL-RO) também declarou-se favorável à CPI, relatando que a primeira de uma série de termelétricas a serem instaladas para resolver o problema do fornecimento de energia em seu estado foi impugnada na Justiça pelo Fórum de ONGs de Rondônia. Leomar Quintanilha (PPB-TO), por sua vez, disse que o ambientalismo seria uma cortina de fumaça a esconder objetivos de natureza comercial. Quanto à hidrovia, ele a considera uma redenção para a agropecuária do Centro-Norte do país.

21/06/2000

Agência Senado


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