PATROCÍNIO REBATE ATAQUES À HIDROVIA ARAGUAIA-TOCANTINS



O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) rebateu nesta quarta-feira (dia 12) o que chamou de "novos ataques com argumentos velhos" ao projeto da hidrovia Araguaia-Tocantins. Ele explicou que o projeto pretende aumentar a navegabilidade da bacia e permitir o transporte anual de 1,5 milhão de toneladas de produtos como grãos, calcário e insumos agrícolas, baixando em 30% o custo da tonelada no transporte de fertilizantes e de defensivos agrícolas.
Os adversários da hidrovia, disse Patrocínio, argumentam que a maior parte da região Centro-Oeste não é apropriada à agricultura, mas à pecuária extensiva, e que a cultura de grãos exigirá fertilizante e agrotóxicos, o que deixará a terra esgotada e abandonada em poucos anos de uso.
Citando especialistas, Patrocínio informou que o cerrado brasileiro tem tudo para transformar-se no celeiro do mundo, desde que sejam adotadas tecnologias adequadas para a produção de alimentos de origem vegetal e animal.
- Entretanto, alguns mal intencionados, ou ingênuos, defendem, com unhas e dentes, não os benefícios e o progresso da região, mas os ganhos, as vantagens e a cobiça de produtores estrangeiros. São contra a ampliação de nossas áreas de plantio de grãos, a exploração de nossas reservas de minérios, a recuperação e o melhoramento do nosso solo e o desenvolvimento da nossa pecuária - afirmou o senador.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) disse que entidades que escondem seus reais objetivos sob o manto de defensores da natureza na verdade estão tentando impedir o desenvolvimento do país. "É um colonialismo moderno que tenta colocar um freio no nosso desenvolvimento", afirmou. O senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) explicou que "ninguém quer matar a galinha dos ovos de ouro acabando com os recursos naturais". Para ele, é impossível que, em pleno ano 2000, mantenha-se o pensamento retrógrado de não querer transportas carga pesada a um custo menor.
Patrocínio ainda citou exemplos de hidrovias implantadas nos Estados Unidos e na Europa, ressaltando que o transporte hidroviário é o mais limpo, seguro e barato que existe. "Não sou especialista em transportes, mas me recuso a acreditar que o mundo inteiro esteja equivocado e que apenas quatro antropólogos brasileiros e um punhado de terroristas verdes sejam os donos da verdade", concluiu.

12/04/2000

Agência Senado


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