PATROCÍNIO QUER ACABAR COM PROPAGANDA DO "DISQUE SEXO"
As empresas jornalísticas poderão ficar proibidas de divulgar os números de telefones para ligações eróticas. Isso é o que determina projeto do senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) que está pronto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proibição atinge emissoras de rádio e tv, além de cinemas e editoras de jornais e revistas.Na opinião de Patrocínio, os serviços "disque" e "tele" anunciados diariamente através dos meios de comunicação estão invadindo as residências e aliciando as pessoas mais solitárias, crédulas, curiosas e influenciáveis. O senador observou que os mais expostos são justamente os adolescentes, principalmente durante o horário de trabalho dos pais:- Vivemos na era da comunicação. Precisamos, no entanto, zelar para que o poder desses veículos não seja utilizado para deformar ou malformar as personalidades dos nossos jovens - comentou Patrocínio.Outra justificativa apresentada por Patrocínio para acabar com a propaganda do "disque" ou "tele" sexo é que os empresários responsáveis pelo serviço cometem crime contra a economia popular ao divulgar números de telefones de outros estados ou países. "Isto resulta em tarifas interurbanas e internacionais muito elevadas, em razão do longo tempo de cada ligação a que os usuários são induzidos", completou.Relator da matéria, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) justificou seu parecer favorável ao projeto com a afirmação de que os meios de comunicação não têm tido o "cuidado patriótico" com a juventude e a infância brasileiras. "A imprensa tem preferido pensar nos lucros que pode auferir com sua vulnerabilidade a tais anúncios e veiculações", concluiu.
22/09/1998
Agência Senado
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