Paulo Davim defende vetos ao projeto do Código Florestal



O início da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no Rio de Janeiro, a partir desta quarta-feira (13), deve ser um momento de reflexão sobre o modelo econômico de desenvolvimento que o país pretende adotar. A sugestão é do senador Paulo Davim (PV-RN), que criticou em Plenário nesta terça-feira (12) o “capitalismo desenfreado” que tem colocado em risco os ecossistemas nacionais e defendeu os vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto do Código Florestal.

- Não há sentido tanto frenesi com a Rio+20 se vivemos a ameaça da entrada em vigência de um Código Florestal incompatível com os interesses maiores da Nação. Não há sentido em fazermos esta celebração se os ainda riquíssimos ecossistemas nacionais estiverem no corredor da morte, condenados pela ambição desmedida de alguns e pela emasculação do poder estatal de equilibrar o processo, conciliando crescimento e preservação – alertou o senador.

Davim lembrou que o desenvolvimento industrial do final do século 18, iniciado na Inglaterra, trouxe um progresso que, por longas décadas, concentrou-se apenas no mercado, sem considerar os limites dos recursos naturais nem questionar suas consequências. O resultado foi o início das grandes tragédias ambientais, como o desastre de Minamata, no Japão, onde rejeitos industriais tóxicos jogados no rio por uma fábrica de PVC contaminou peixes com mercúrio e acabou matando dezenas de pessoas por envenenamento, com convulsões, surtos de psicose, perda de consciência e coma.

Para o senador, esse pensamento de desenvolvimento a qualquer custo foi repetido na Câmara dos Deputados, na ocasião da votação do novo Código Florestal. Paulo Davim afirmou que os “defensores do desmatamento desenfreado sob a capa de ruralistas patrióticos, dedicados à produção e aumento do PIB nacional” alteraram de forma “criminosa” o texto elaborado no Senado, que segundo ele era de consenso entre representantes do agronegócio e defensores do meio ambiente.

Em sua avaliação, foram positivos os vetos da presidência aos dispositivos do texto que explicitamente contrariavam a preservação do meio ambiente.

- O objetivo do crescimento econômico não pode se limitar aos números de curto prazo. São as gerações futuras, que herdarão o país e tudo o que legarmos de preservado ou consumido, as verdadeiras donas do Brasil, e o foco mais legítimo de nossas preocupações – reforçou.



12/06/2012

Agência Senado


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