Pavan defende que relatório da CPI vá para o Ministério Público
O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT) defendeu, ontem (quinta-feira, 15/11), durante a coletiva do governador Olívio Dutra, que o relatório da CPI da Segurança Pública deve ser enviado o quanto antes para investigação e análise do Ministério Público. "É nesta instância constitucional, sem vícios do ressentimento, que este documento improcedente deve ser apreciado", assinalou Pavan, para quem o relatório é o desdobramento natural de uma CPI montada contra o PT e o Governo do Estado. "O relatório não nos surpreende, só poderia ser assim. O que nos admira é a absoluta inconsistência jurídica para tentar sustentar conclusões tão graves", analisa, arrematando: "Não temos dúvida, o que está em marcha é um golpe político para mudar o resultado das eleições de 1998 e interferir na sucessão estadual e nacional do ano que vem."
Ao invés de auxiliar na busca de soluções para a área da segurança pública, esta CPI visou tão somente desconstituir um governo legitimamente eleito. "Somos minoria no Parlamento estadual, mas temos maioria na sociedade", destacou Ivar Pavan, ressaltando que o governo não teme nenhum processo de impeachment, até porque o relatório não tem sustentação técnica e, tampouco jurídica. "Trata-se de uma peça inconsistente, elaborada a partir de opiniões, boatos, fitas clandestinas, mentidos e desmentidos, escandalosamente acolhidos pela CPI".
Segundo ele, o relatório é tão ridículo que indicia o governador e integrantes do governo, com base no regulamento das videoloterias, aprovado pelo Legislativo, inclusive com o voto do deputado Vieira da Cunha. "Este parlamentar, tomado pela ira, pela insanidade e pela irracionalidade acabou envergonhando a classe dos promotores, ao demonstrar sua incapacidade de produzir um relatório com sustentação técnica, legal e jurídica".
Para o deputado Ronaldo Zülke (PT), a CPI iniciou mal, com assinaturas fraudadas e terminou deixando claro para a sociedade que o objetivo da oposição foi única e exclusivamente político e ideológico tendo como alvo o PT e o Governo Democrático e Popular. "Vieira da Cunha e seus aliados da direita foram guiados pela histeria", assinalou Zülke, para quem o Parlamento foi desrespeitado pela oposição e a democracia enxovalhada por aqueles que até hoje não se conformaram com a opção da sociedade gaúcha pelo Governo Democrático e Popular, legitimamente eleito. "Esse processo revela o desespero da direita frente aos êxitos de nosso governo e a possibilidade real de reeleição de nosso projeto", acentua o deputado.
Os deputados reafirmaram que o governo não autorizou o ex-diretor do Clube da Cidadania Diógenes Oliveira a falar em seu nome. Os petistas repudiam o comportamento de Diógenes de Oliveira e reafirmam que as instâncias partidárias, como sempre aconteceu no PT, democraticamente adotarão as medidas cabíveis.
O destino da sede do PT também será definido pelo próprio partido. Não está descartada uma campanha aguerrida pela compra da sede pelo Partido - hoje a sede é cedida pelo Clube da Cidadania. Os petistas enfatizaram, ainda, que o governo estadual vai continuar empenhado em extirpar a banda podre da polícia e defendendo uma segurança pública preventiva e operativa. "Temos 21 anos de história pautados na ética e no respeito à coisa pública. E nosso patrimônio de integridade não será enxovalhado com falsas denúncias, fatos distorcidos e declarações inconsistentes", arrematou Ivar Pavan.
11/16/2001
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