Pedro Simon bombardeia aliança com Serra









Pedro Simon bombardeia aliança com Serra
Baiano Geddel Vieira deixa peemedebistas em pé de guerra ao anunciar que o partido está muito próximo de uma aliança com o ministro tucano José Serra.

As declarações do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), contra a candidatura própria do partido à Presidência da República, foram bombardeadas ontem por dois pré-candidatos do partido, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), pelo senador Maguito Vilela (PMDB-GO) e pelo presidente nacional, deputado Michel Temer (SP).

Simon, que está na praia de Rainha do Mar, avisa: "Se não houver prévia, em junho, na convenção do partido, apresento minha candidatura", enfatizou o senador.

Na opinião de Simon, a declaração de Geddel de que o partido está mais perto de fechar uma aliança com o pré-candidato do PSDB à Presidência, o ministro José Serra, é "infeliz e não pode partir do líder do partido de uma bancada. Estou enviando uma carta ao Geddel", afirmou. No documento, Simon diz que a declaração é "inoportuna e causa grave prejuízo para a unidade partidária".


Marchezan aprova Yeda.
O deputado federal do PSDB, Nélson Marchezan, acha ótimo o nome da deputada Yeda Crusius para concorrer ao governo do Estado. Yeda disse que é candidata ao governo pelo PSDB, "independentemente da vontade de Marchezan (presidente estadual do partido) ".

O deputado disse que é "ótimo que a Yeda coloque o seu nome à disposição do partido. Já temos também o Vicente Bogo, quanto mais candidatos melhor", afirmou. O deputado disse que trabalha com as hipóteses de candidatura própria e de coligações. "Na hora oportuna, que deverá ser em março ou abril, iremos decidir. A maioria dos partidos não tem candidato. Temos que analisar com calma a situação, pois as decisões federais também influem aqui no Estado", ressaltou.

O deputado informou que manteve conversas com o candidato ao governo pelo PPB, Celso Bernardi, e com o presidente estadual do PPS, Nélson Proença. "Tive uma boa reunião com o Proença", afirmou.

O deputado disse que o PSDB está em expansão. "O partido está aumentando em número de filiados e de diretórios”, ressaltou.


Celular não funcionará mais perto de presídios
Presidente da Anatel diz que o modelo é usado por pessoas honestas e criminosos, assim como as armas

O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Renato Guerreiro, disse que a restrição à venda de telefones celulares pré-pagos foi afastada diante da constatação de que não resolveria o problema da criminalidade e traria problemas para a população. "Essa questão do pré-pago foi encerrada", garantiu.

Ele disse que, na reunião de terça-feira com o presidente da República, e o ministro da justiça, Aloysio Nunes Ferreira, ele e o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, mostraram que não existe diferença no rastreamento de ligações de um celular pré-pago em relação a um pós-pago. Quanto à proposta de se exigir a identificação dos compradores do pré-pago, ela seria inócua, na opinião de Guerreiro, pois não poderia atingir os mais de 19 milhões de usuários que possuem o aparelho.

Além disso, segundo ele, os criminosos poderiam fazer cadastros com os documentos falsos que já usam. "Seria um trabalho que não levaria a solução de nenhum problema", afirmou. Guerreiro disse que no serviço de telefonia não há como separar os usuários honestos dos desonestos. "Foi mostrado (na reunião de ontem) que o processo utilizado no Brasil é o mesmo que se usa em todo o mundo. Assim, o pré-pago e o pós-pago vão continuar sendo usados por pessoas honestas e criminosas, assim como as armas são usadas por policiais e por criminosos”, disse.

Guerreiro explicou ainda que só será possível garantir a localização precisa de um celular quando forem instalados o Sistema de Posicionamento Global (GPS) nos aparelhos. Esse equipamento, que mostra as coordenadas da posição do usuário, só existe na telefonia via satélite, por exigência do sistema de tarifação.


Preço da gasolina tem queda de 10% em Porto Alegre
Preço médio do litro é de R$ 1,526. No Recife, o preço está em R$ 1,414 o a redução já é de 19,82%, a maior entre as cidades pesquisadas pela Agência do Petróleo.

Aos poucos, a queda no preço da gasolina vai chegando ao consumidor. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) divulgou ontem que o preço do litro da gasolina caiu 10,07% em Porto Alegre em relação a dezembro. Na pesquisa anterior, a queda estava em 9,43%. O preço médio na capital é de R$ 1,526.

A Garagem Catharino Andreatta é a que tem o preço mais baixo, de R$ 1,470. O proprietário do Posto, Vitorio Andreatta, diz que reduziu a margem de lucro obtido na venda da gasolina. "Isso só foi possível porque tenho a receita da garagem. Hoje, um posto que só tenha renda com a gasolina quebra."

Andreatta diz que, para cair mais, o governo do Estado tem de reduzir mais a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). "É justo que eu, que pago funcionários e estou sujeito a vários problemas, tenha um lucro de R$0,13 por litro enquanto o governo arrecada cerca de R$0,50 por litro?”, questiona Andreatta.


Debates do Fórum não devem ficar só no papel
Presidente da Associação Brasileira de ONGs diz que, no final, as discussões servirão para semear novas políticas públicas

O 2º Fórum Social Mundial deve apostar na política, deixando de lado um pouco da rebeldia do "espírito de Seattle", quando dezenas de ONGs protestaram contra o sistema neoliberal durante uma reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio), em novembro de 1999. A opinião é do presidente da Abong (Associação Brasileira de ONGS), Sérgio Haddad. A Abong é uma das oito entidades que organizam o FSM em nível nacional. Haddad é economista e professor de pós-graduação em Educação da PUC-SP e também preside a ONG Ação Educativa. Abaixo, trechos da entrevista.

O Sul - Uma cobrança que se faz do 1º FSM é que ele não teve resultados concretos. O que vai mudar na segunda edição do evento?
HADDAD - Este ano, a preocupação com a sistematização das conferências é maior. Todas elas ficarão disponíveis aos partidos políticos e governantes no site do FSM. O 1º Fórum serviu para marcar uma presença de espírito de resistência, marcar um outro ponto de vista até na própria mídia, deixar um recado. A intenção é que essas propostas, que devem ser sistematizadas ao final do encontro, sirvam para semear novas políticas.

O Sul - O fato de várias organizações diferentes estarem reunidas sem um ordenamento de ações não dificulta os avanços práticos durante o Fórum?
HADDAD – Há o risco de que a pulverização das ações leve à reinvenção da roda, mas para isso, a tendência atual é a formação de redes, em que as ONGs feministas e ambientais, por exemplo, trocam informações entre si. O Fórum é um espaço para troca de informações e definição de agendas comuns entre elas.

O Sul – O que se tem de avanços práticos do papel exercido pelas ONGs no Brasil?
HADDAD – Essas entidades nasceram nas décadas de 70 e 80, ainda que não tivessem uma condição de organização, e tiveram um papel importante na denúncia das violências do regime militar. Elas abriram essa discussão. De avanço prático, por exemplo, podemos citar o Estatuto da Criança e do Adolescente, na década de 90, que surgiu depois que o trabalho de entidades de apoio a meninos de rua conseguiu convencer o Congresso de que era necessária uma mudança no tratamento legal dado a eles.

O Sul – Não há o risco de as ONGs estarem lutando por um mesmo espa ço ou público?
HADDAD – Os interesses são diversificados e específicos. Elas se complementam, de forma que juntas tenham mais força política. Elas surgiram de uma necessidade da sociedade civil de lutar por seus direitos.
Elas também não surgiram do esvaziamento de instituições, como os sindicatos.

O Sul – A ação das ONGs não pode estar esvaziando o papel do Estado?
HADDAD – A sociedade civil organizada é que produz o Estado, e não o inverso. Ela é a guardiã do poder político. As ONGs trabalham no monitoramento dos direitos civis. Muitas delas constroem, inclusive, parceria com o Estados para desenvolver seus projetos, os grupos de apoio e prevenção à Aids, por exemplo. O esvaziamento é uma possibilidade, mas depende do tipo de trabalho desenvolvido pelas ONGs, depende de até que ponto elas serão executoras ou produtoras das políticas públicas.


50 guardas municipais para o Centro da Capital
Prestação de contas foi feita ontem à tarde. Obras da Terceira Perimetral e do OP receberam a maior parte do dinheiro

A prefeitura de Porto alegre investiu R$126 milhões na cidade em 2001. A Terceira Perimetral e as obras definidas pela população através do OP (Orçamento Participativo) ficaram com a maior parte do dinheiro. A prestação de contas da Administração Popular à população foi feita ontem à tarde pelo prefeito Tarso Genro, que reuniu seu secretariado embaixo de uma lona montada na Usina do Gasômetro. Parlamentares do PT e dos partidos de oposição acompanharam a audiência.


Editorial

Pacote frágil
As sugestões levadas pelo governador paulista Geraldo Alckmin ao presidente Fernando Henrique, para diminuir a violência, são subjetivas, pouco eficazes e de difícil implementação. Muitas delas são inclusive antigas - constam do Plano Nacional de Segurança Pública, lançado em 2000 pelo governo federal e, pelo que se vê, sem resultados efetivos.

As maiores críticas ao pacote foram ao fato de que ele não contém uma política permanente para o setor, além de não incluir um programa de qualificação e valorização profissional das polícias. Entre os pontos positivos, estão a permissão para atividades processuais dentro dos presídios.

Os analistas das medidas anunciadas não levaram a sério a proibição da comercialização de celulares pré-pagos. Mesmo que eles sejam facilitam o anonimato do usuário, este serviço já é responsável pelo atendimento de 75% dos usuários da telefonia móvel. Desativá-los causaria um transtorno e prejuízo enormes. O problema pode ser resolvido por uma das medidas sugeridas, o uso de bloqueadores celulares nos presídios, através da Anatel. Um plano estratégico de segurança inclui a valorização das polícias. A comparação com outros países é chocantes. Enquanto no Brasil, o salário médio da Polícia Civil é de R$ 807,00 e de R$ 861,00 na Polícia Federal, na França é, em média, de US$ 3 mil, passando de US$ 5 mil no Reino Unido.

As boas idéias sobre segurança pública já foram formuladas. Resta saber se elas serão efetivamente implantadas, acabando com os erros e omissões - nas diversas esferas de governo - que permitiram o avanço do banditismo em nosso país.


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01/24/2002


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