Pesquisas dão vitória fácil para Roseana









Pesquisas dão vitória fácil para Roseana
Levantamento da CNT/Sensus e do Datafolha apontam derrota de Lula no segundo turno das eleições, este ano

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), derrotaria com facilidade o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno das eleições presidenciais deste ano. A previsão é da pesquisa do Instituto Sensus e da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada ontem.

Roseana teria 48,6% dos votos contra 36% para Lula. Todos os cenários montados pelo Instituto Sensus com relação às intenções de voto para as eleições presidenciais de outubro revelam um empate técnico entre Lula e Roseana. O melhor desempenho do petista, de acordo com a pesquisa seria numa disputa sem a participação da governadora do Maranhão (veja quadro ao lado), quando poderia ganhar.

De acordo com a pesquisa CNT/Sensus realizada como dois mil entrevistados entre os dias 14 e 21 de fevereiro, em 24 estados, Lula e Roseana Sarney estão empatados nas intenções de voto no primeiro turno da eleição e com boa margem de vantagem sobre os demais candidatos. O mesmo empate foi registrado na pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no fim de semana.

Segundo a pesquisa CNT/Sensus, Lula manteve-se praticamente estável, passando de 26,1% das intenções de voto no mês passado para 26,2%. Já Roseana oscilou para cima de 22,7% para 24,5%. O ex-ministro José Serra (PSDB) subiu de 7,0% para 9,2%, em quarto lugar, enquanto o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), em terceiro, recuou de 15,1% para 12,3%. As variações dos candidatos, entretanto, se encontram dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 3%.

Já na pesquisa Datafolha, realizada nos dias 21 e 22 de fevereiro em todo o País, Lula caiu para 26% das intenções de voto para o primeiro turno, enquanto Roseana subiu para 23%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, os dois candidatos estão tecnicamente empatados.

No caso de um segundo turno entre Lula e Roseana, o candidato petista perdeu mais votos em relação à última pesquisa divulgada pelo instituto. Na última pesquisa, Roseana derrotaria Lula por 46% a 40%. Já nos resultados divulgados sábado, a derrota ficaria em 51% para Roseana a 39% para o petista. Roseana dobrou a vantagem que teria, em pontos percentuais, sobre Lula no segundo turno de acordo com a pesquisa de fevereiro.


Desemprego cresce, renda cai e inadimplência sobe
Maior causa de rombos, porém, é assumir compras de quem está com nome sujo ou não tem rendimentos

O desemprego e a perda de renda estão fazendo com que um número maior de pessoas atrase o pagamento de suas prestações. Juntos eles foram apontados por 21,4% de consumidores inadimplentes em 21 capitais, numa pesquisa feita pelo Grupo Unidos, uma das maiores empresas de cobrança do País. Caso se some a essas duas causas o comprometimento de renda, que costuma ter causas comuns, o percentual se eleva a 29,7%
O levantamento, que ouviu em janeiro mais de 28 mil pessoas em todas as regiões, mostrou que o item compras para terceiros permanece sendo o principal motivo para que o consumidor não honre seus compromissos. Para ajudar amigos - que não têm comprovação de renda ou está no SPC – eles contraem mais dívidas e não conseguem pagá-las.

Apesar de ter registrado queda de 0,8% em relação ao estudo anterior – feito em novembro de 2001 – ele se mantém como principal causa da inadimplência apontada pelo consumidor em janeiro. Mas a queda na renda e o desemprego começam a crescer em importância.

No Distrito Federal, a situação não é diferente. O gasto feito em nome de terceiros segue como o maior motivo para os atrasos, indicado por 23,3% dos entrevistados. O atraso de salário é responsável por 16,9% da inadimplência, registrando crescimento de um ponto percentual.

O desemprego e a redução na renda são apontados por 17,4% dos consumidores como principais causas por não terem conseguido pagar suas contas em dia.

Na média nacional, o desemprego é apontado por 13,7% dos inadimplentes, contra 11,9% no ano passado, como causa de dívidas não honradas.

Sempre sobra gasto no fim do mês
O artista gráfico João Marcos Silva sabe bem o que é não ter como honrar seus compromissos. Desempregado há quatro meses ele teve seu telefone cortado e a ameaça de ficar sem energia elétrica por total falta de dinheiro. "Nunca tinha ficado inadimplente antes. Sempre paguei todas as minhas contas em dia. Mas sem salário fixo ficou difícil. Fiz alguns bicos o que garantiu a conta do supermercado, mas o telefone não deu para pagar", conta Silva.

A maior parte dos inadimplentes – de acordo com a pesquisa – tem renda entre R$ 250 e R$ 500 e 42,2% estão com prestações em atraso há mais de 91 dias.

Entre eles, 34% acumulam atrasos entre dois e três meses e 23,8% atrasaram prestações em até 30 dias.
O estudo do Grupo Unidos mostrou também que as prestações em atraso – 39,5% delas – estão concentradas em prestações com valores baixos, entre R$ 50 e R$ 100.

O salário recebido com atraso passou a ser a principal causa para 7,7% das pessoas. Em 2001, ele era apontado por 7,1%. Isso leva à suposição não apenas de que maior número de empresas passou a pagar com atraso, como o de que se esgotam mais rapidamente as reservas do comprador .

O crescimento do desemprego e da redução de renda no rol dos motivos da falta de pagamentos poderá resultar em aumento da inadimplência. A opinião é do diretor de Marketing do Grupo Unidos, Julio Shinohara, que vê com preocupação a escalada dos dois itens. " Os outros motivos estão estáveis, mas as questões ligadas a emprego estão afetando muito a inadimplência", diz o diretor.

A expectativa é de que por ser ano eleitoral, período em que a economia se aquece, a inadimplência caia em 2002, voltando aos patamares de 2000. "Em 2001 prevíamos que ela caísse 15% em relação a 2000. Mas ela subiu 14%. (M.M.)

Desemprego chega a 6,8%
A taxa média de desemprego em janeiro ficou em 6,8% em janeiro. Medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice superou os meses de dezembro, que foi de 5,6% e de janeiro do ano passado que ficou em 5,7%.

Os setores que mais perderam postos, em relação a dezembro, foram o comércio - com o fim dos empregos temporários de final de ano - e a construção civil.

No comércio a taxa subiu de 5,8% para 8,1% e na construção, o índice pulou de 6,5% para 8,9% em janeiro.
O crescimento do desemprego se deu em cinco das seis regiões metropolitanas onde é feita a pesquisa mensal de emprego do IBGE. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre tiveram alta nos índices de janeiro, em relação ao mês anterior. Recife foi a única capital pesquisada onde a taxa caiu, passando de 5,9% para 5,7%. Em relação a janeiro Recife e Porto Alegre apresentaram queda. As demais tiveram crescimento, com destaque para o Rio de Janeiro onde a taxa de pessoas sem emprego cresceu 1,8 ponto percentual.

Apesar da alta expressiva do desemprego, o aumento do número de pessoas ocupadas em janeiro, se comparado ao mesmo mês de 2001, pode ser indício de que o mercado de trabalho está se recuperando.
O crescimento de 0,3% da população ocupada muda a tendência de queda que se verificava nos últimos cinco meses. "Embora a taxa de desemprego tenha sido maior, o mercado sinalizou que está conseguindo absorver parte das pessoas que procuram trabalho", explica a técnica do Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE, Shyrlene de Souza. (M.M.)


Banco do Brasil leiloa 56 imóveis no Plano Piloto
Uma casa e 55 apartamentos, todos com três quartos, serão vendi dos pelo lance mais alto

A classe média de Brasília pode ficar de olho na concorrência de 56 imóveis do Plano Piloto, que serão vendidos pelo Banco do Brasil no dia 14 de março. Os apartamentos – só uma casa está na lista dos imóveis – possuem três quartos, entre 100 e 134 metros quadrados e preço médio de R$ 200 mil.

Todos são imóveis funcionais e ainda estão ocupados. O morador atual do apartamento terá preferência na compra: se cobrir ou igualar a proposta mais alta, poderá adquirir o apartamento. Caso contrário, terá 30 dias para desocupá-lo.

Para participar da concorrência, é preciso procurar uma agência do Banco do Brasil e recolher caução no valor de 5% do preço do imóvel desejado. A caução é aceita em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia. De posse do comprovante, qualquer pessoa pode fazer a sua proposta. "Cada um pode dar um lance só, em envelope fechado", explica o gerente da divisão de vendas do banco, José Eduardo de Souza.

O imóvel pode ser vendido à vista ou a prazo. Se a opção for parcelar, são duas as opções: pagar o valor em até 12 meses, com juros de 1,35% e prestações fixas ou quitar em até 120 meses, com juros de 0,75% e atualização anual pelo IGPM, que gira em torno de 7%. Nos dois casos, é preciso dar entrada de, no mínimo, 15% do valor do imóvel.

Esses são, provavelmente, os últimos imóveis funcionais do banco a serem vendidos no DF. Após a concorrência, restarão apenas 32 para moradia de funcionários, reservados apenas para executivos da diretoria e presidência. "O banco preferiu fazer um ajuste no salário e os funcionários se encarregam de pagar o aluguel", diz Souza.

Concorrência de imóveis do Banco do Brasil 14 de março, às 9h, no Edifício Sede I (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Bloco A, 2º subsolo, Sala 1). Central de Licitações: 310-2844


Caixa promete acatar os contratos de gaveta, mas quer analisar novo dono
O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Emílio Carazzai, disse que o banco vai acatar a decisão final no processo sobre os contratos de gaveta que tramita no Rio, mas não pode abrir mão de, "em qualquer circunstância", analisar a capacidade de pagamento de qualquer eventual sucessor de mutuário.

Ele explicou que a Caixa ainda não foi notificada da decisão judicial da semana passada e ainda vai analisar se recorrerá. O Tribunal de Justiça (TJ) do Rio determinou que a CEF reconheça os contratos de gaveta de venda de imóveis financiados. "Vamos examinar os autos e aí tomar uma posição formal", disse Carazzai.
"A Caixa reconhece que algumas situações dos chamados 'gaveteiros' sensibilizam do ponto de vista social", argumentou citando que não há desatenção da CEF quanto ao problema. Na prática, gaveteiros são pessoas que compraram imóveis com prestações do financiamento ainda a pagar, mas cujo contrato com a Caixa continua em nome do antigo dono.

A CEF alega que cada mutuário passou por processo de cadastro e análise de risco e, por obrigação, ela não pode proceder a troca de contratante sem fazer a mesma análise.

Ele afirmou que, qualquer que venha eventualmente a ser a decisão judicial, a Caixa terá a "obrigação incontornável" de analisar a capacidade de pagamento de qualquer sucessor.


Empresários discutem impostos
Começa hoje, em Brasília, o XII Congresso Brasileiro da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB). O tema do encontro é Associativismo – um Brasil de Resultados e estará dividido em nove painéis. A abertura será feita pelo vice-presidente da República, Marco Maciel, em exercício na Presidência. Ele falará sobre o País do presente.

Cerca de 25 estados da Federação, do total de 27, estarão representados nos dois dias do evento, sediado no Blue Tree Park. Entre os assuntos a serem discutidos, a exportação, a chegada da mulher e do jovem ao meio empresarial e a reforma tributáriasão os mais esperados.

Para o presidente da CACB, Luiz Otávio Gomes, é urgente a necessidade de se começar a mudar o processo de cobrança de impostos. "Ainda que estejamos no fim de um governo, é preciso organizar tributos, pois não podemos mais ser surpreendidos com a criação de novos impostos todos os dias". A palestra Como viabilizar a reforma tributária será proferida hoje, a partir das 14h.


Cuidado com pacotes de turismo
Procon recebe queixas contra agências de viagem que prestavam serviço inferior ao que prometiam

Imagine comprar um pacote de viagem para Porto Seguro durante o Carnaval com todas as comodidades, como ônibus com serviço de bordo e pousada próxima da praia e depois descobrir que o sonho de viagem perfeita não passou de propaganda enganosa das agências de turismo.

Por causa de descumprimento de contrato como esse, feito pelas empresas de viagem Marea Tour e Milla Tour, o Procon recebeu, só este mês, dez reclamações de clientes insatisfeitos com o que encontraram quando chegaram ao destino.

De acordo com o diretor de atendimento do Procon-DF, Oswaldo Morais, a maioria dos turistas reclama que o ônibus da viagem apresenta conforto inferior e é diferente do combinado no contrato. Para completar, o serviço de bordo prometido não acontece durante a viagem.

A hospedagem também faz parte da lista de queixas. As pessoas contam que a distância colocada no folder mostrado pelas agências para os clientes é diferente da realidade. "A distância real para a praia era de 4 mil metros, quando a propaganda falava em 400 metros", conta Oswaldo.

Outra reclamação dos clientes é que as refeições prometidas pelas agências de turismo são incompletas. Algumas pessoas pagaram para ter café da manhã e jantar. Mas o café foi servido sem pão e as pessoas jantaram num restaurante self-service próximo que de acordo com as reclamações registradas tinha condições precárias de higiene e custava R$ 2,99 que era pago pelas agências.

Segundo a proprietária da agência Marea Tour, Pamela Borges, nenhuma empresa de turismo pode se responsabilizar por imprevistos que acontecem durante as viagens. "Os passageiros exigem demais. Querem pagar barato e ter um serviço cinco estrelas. Assim fica difícil agradar a todos os clientes", afirma Pamela. Ela também reclama que os clientes usufruem do passeio e depois sustam cheques alegando que algo saiu diferente do combinado.

O diretor de atendimento do Procon diz que sustar cheques não é um procedimento legal; afinal as agências tiveram gastos com o transporte das pessoas. O correto é procurar o Procon e fazer uma reclamação. Com isso, empresa e consumidor são notificados para uma conciliação. "Nós brigamos aqui por um abatimento pelo que foi descumprido no contrato proporcional ao preço total que a pessoa pagou", explica Oswaldo.

Hóspede ganha R$ 3 para jantar
A promessa da agência de turismo Milla Tour atraiu o filho da programadora Rita de Cássia Gomes. Ela conta que seu filho Diogo Henrique Gomes, 20 anos, pagou R$ 440 para viajar durante o Carnaval para Porto Seguro.

O pacote incluía hospedagem numa pousada que tinha piscina e ficava a 400 metros da praia. As refeições da manhã e da noite também estavam incluídas.

"Mas muitas coisas não aconteceram como o combinado", diz Rita. Segundo ela, a aventura começou no princípio da viagem. O ônibus não era o mesmo que a empresa tinha apresentado no folder. E o ônibus substituto sequer conseguiu chegar ao local de destino. "O pneu que estava careca furou e como não dava para consertar as pessoas começaram a pedir carona para chegar à pousada", conta Rita.

Diogo ficou hospedado numa casa particular de dois andares e sem piscina. "Os dormitórios não tinham tranca nas portas e não havia roupa de cama para todos", diz a programadora. Para completar, a distância da casa para a praia era de 4 quilômetr os, diferente do que a agência prometeu.

O jantar incluído no pacote foi servido num restaurante self-service de R$ 2,99. A falta de higiene do local fez com que as pessoas exigissem dos contratantes os R$ 3 para comer em outro lugar. (G.P.)

Fique por dentro
Para não ser seduzido por propagandas enganosas de agências de turismo é bom seguir as dicas do Procon.
1. Consulte a Embratur para verificar se a empresa de turismo é registrada.

2. Ligue para o Procon no telefone 1512 para saber se existem reclamações registradas no nome da agência com a qual está fechando contrato. É bom verificar se as reclamações foram resolvidas, pois isso demonstra que a empresa tem preocupação com os clientes.

3. Leia o contrato (cláusula por cláusula) atentamente antes
de assiná-lo.

4. Não acredite em promessas verbais. Procure deixar todos os acordos devidamente registrados.

5. Durante a viagem é importante notar se o ônibus está em bom estado e de acordo com o combinado no contrato.

6. No local da viagem, o consumidor deve fotografar ou filmar tudo que estiver em desacordo com o contrato. Isso será útil para uma possível reclamação.


Artigos

Faça alguma coisa
José Roberto Lima

Os anos 70 foram marcados por dias tenebrosos da crise do petróleo. Os postos de gasolina passaram a fechar à noite. Quem não tivesse abastecido até as 20 horas ficava no risco de ser surpreendido a meio caminho de casa.

A crise petrolífera passou, os postos voltaram à sua normalidade, mas ninguém poderia prever que, depois de uma invernada energética tivéssemos uma crise de violência sem precedentes.

Ficar sem abastecimento à noite é fácil de ser administrado.

Já o problema da violência tem um componente mais sério. Significa domínio do mal, do medo, império do pânico e atestado público de incompetência do aparelho policial para deter seu avanço.

Hoje é uma temeridade arriscar-se a entrar num caixa eletrônico à noite para retirar dinheiro.

Alguns bancos, por sinal, já estão fechando seus caixas às 22 horas, e agora querem cerrar definitivamente as portas ao anoitecer, diante do crescimento dos assaltos noturnos aos terminais eletrônicos.

Até pouco tempo não se ouvia falar disso. Mas, hoje, a situação parece ter fugido do controle do Estado.
Os bandidos, cada vez mais ousados, vão invadindo as áreas públicas e tomando conta dos espaços antes reservados ao setor produtivo, às pessoas de bem que produzem e geram riquezas e benefícios para o País.
A situação, hoje, escapa ao controle do poder público porque não há um firme propósito para se resolver o problema.

De um lado, o Executivo cobra do Legislativo a urgência nos projetos de lei em tramitação que deveriam, em tese, proporcionar os meios para atacar o problema.

Já o Legislativo se esquiva e diz que o Executivo tem condições de agir mesmo sem a força de uma nova e punjente legislação.

Nesse jogo de empurra fica claro que ninguém quer tomar iniciativa de nada neste País. É tudo na base do “deixa como está para ver como é que fica”.

O problema da dengue é outro triste exemplo de inoperância das autoridades, que se preocupam mais com seus cargos e posições do que em arregaçar as mangas e decidir.

Ainda temos mais 10 meses para o fim deste governo. Não podemos esperar que o próximo assuma responsabilidades que exigem imediatas soluções.

Não queremos, nem precisamos, incomodar nossos dirigentes com questões tão vulgares. Afinal, coisas como dengue, violência urbana, miséria incomodam, ferem os sentimentos de elevada nobreza.

Mas é ano eleitoral e a população precisa votar em alguém que, pelo menos, resolva parte desses problemas. Senão, pra que eleição?


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

TSE já decidiu vincular votos
Em novembro de 2001, o Tribunal Superior Eleitoral respondeu a uma consulta muito parecida com a de Miro Teixeira (PDT-RJ), hoje na ordem do dia, sobre vinculação de votos. A consulta do deputado tucano Sérgio Carvalho (RO) recebeu o nº 738 e a decisão foi unânime. A relatora, ministra Ellen Gracie, citou decisão anterior do próprio TSE (nº 20.126, de 12 de março de 98): existente coligação majoritária, não é admissível a inclusão de coligação proporcional de partidos estranhos a ela.

Interpretação perigosa
O programa de governo do PMDB tem tudo para excitar nossa imaginação, já exacerbada pelos edredons dos reality shows. Caso fecunde o slogan do documento-base, lançado hoje: "Tirando o atraso - combater a desigualdade já". Crianças, saiam da sala!

Credo nacional
Setenta por cento dos brasileiros, incluindo o presidente da República, pedem a Felipão o Romário na Seleção. Não se trata de torcida organizada. É, na verdade, uma Romaria.

Os métodos de ACM
Como não conseguiu encontrar um advogado decente para processar jornalistas que não controla, ACM contratou um escritório rastaquera que também atormenta as famílias das vítimas. Aproveitam até o clima de banditismo reinante para atemorizar mulheres e crianças durante a noite, utilizando para isso a colaboração prestimosa de oficiais de Justiça.

Último a saber
O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira, tomou conhecimento nesta coluna que foi multado outra vez pela Receita Federal. Acusado de "omissão de receita", acabou autuado em R$ 600 mil e pagou a dívida à vista. Intrigados, os auditores da Receita foram saber de onde saiu da nova dinheirama e o multaram novamente.

Razões aéreas
A soprano americana, Jessye Norman alegou conjuntivite para cancelar novamente uma turnê no Brasil. Ano passado, teve medo dos aviões-bomba de Osama bin Laden. Agora, temendo o vôo certeiro do Aedes aegypti, deixou os fãs brasileiros a ver mosquitos.

O culpado da CPI
Como os parlamentares da pretendida CPI da dengue vão proteger os colegas, já é possível antecipar a conclusão das investigações: o único responsável pela epidemia de dengue no Brasil é o mosquito.

De volta à família
Um amigo jantava num restaurante de Brasília com o ministro Pimenta da Veiga, há uma semana, quando sua mulher, Ana Paola, chegou com Pedro, filho de sete anos do casal. O garoto correu e deu um longo abraço no pai. Abraço de quem mata saudades daquele que mora em sua própria casa. Ali o amigo percebeu que a decisão de abandonar a vida pública estava tomada. Pimenta a confirmou ontem.

O mistério das baleias
O advogado e ecologista Henrique Sylos luta para provar denúncia do Sindipesca da Paraíba de que estrangeiros estão metralhando cachalotes entre a Paraíba e Rio Grande do Norte. Organizou expedição, tirou fotos, mas Ibama nem Marinha se interessaram. São tiros de armas militares, talvez para "treinamento" ou matança indiscriminada.

É o maior
Não é à toa que Itu tem mania de grandeza. O seqüestrador preso naquela cidade paulista, Andinho, só podia ser mesmo o maior do país.

Rambo do MS...
O advogado José Maurício Bemi é um prestigiado instrutor da Secretaria de Segurança do Mato Grosso do Sul e seu currículo cita passagens pela Swat e até pelo Mossad, o temido serviço secreto israelense. Exibe-se na TV local, ao lado de autoridades, e deu aulas para o Exército e a Polícia Militar, mas não é nada disso; é apenas um policial frustrado.

... engana até a Abin
Quem denuncia a "farsa" é o site paulomagalhaes.com, de um delegado da Polícia Federal em Campo Grande. As acusações são ignoradas pelas autoridades envolvidas na "qualificação" do maluco beleza José Maurício Bemi, que usa uniforme, armamento do Exército e é acusado até de enganar o serviço secreto da PM do Rio e os arapongas da Abin.

A droga continua
O Brasil mantém-se na lista negra dos 23 principais produtores e corredores do tráfico internacional de drogas, segundo o presidente George W. Bush em discurso no congresso americano. Junta-se à Bolívia, Colômbia, Haiti, Afeganistão e Burma. Que só receberão ajuda financeira em "questões vitais para os EUA", informou a Casa Branca.

Amiga ursa
O cerimonial do Palácio do Planalto poderia ter avisado à neta de FHC que existem peles sintéticas, capazes de suportar a geladeira de Varsóvia. Além de transformá-la numa ursa panda embrulhada para presente, o casacão seria alvo de protestos em qualquer país da Europa. Os ecologistas poloneses comeram mosca. Os nossos também.

Pátria embriagada
O cônsul do Brasil em Frankfurt-Main quer promover as praias do Recife, restabelecendo a conexão suspensa pelo excesso de prostitutas brasileiras na Alemanha. Renato Guimarães também quer organizar confraternizações com caipirinha e bilhar. O jornal Frankfurt Rundschau foi a uma delas e constatou o consumo de 2.5 litros de cachaça.

Poder sem pudor

Partido popular é isso aí
Um homem baixinho, barrigudo e careca ia entrando apressado num elevador do edifício Varig, ontem pelas 15 horas, em Brasília, quando foi interceptado pela porteira, genuína integrante das classes trabalhadoras:
– Ei, vai pra onde?
– Vou para a TV Globo...
– Ok. Qual é o seu nome? – Inquiriu ela, caneta em punho.
– Cristovam... – respondeu o baixinho, sem graça.
– De quê?
– ... Buarque.
E a moça entregou um crachá ao visitante, sem perceber que estava diante do ex-governador do DF e candidato do PT ao Senado.


Editorial

PM ENFRENTA A DENGUE

Brasília não vive o drama do dengue com a mesma intensidade de outras cidades brasileiras. Embora sejam muitos os casos, as primeiras ações têm dado resultados positivos e os principais focos têm sido atacados com eficiência. Mas a decisão de integrar os soldados da Polícia Militar ao combate da doença só merece elogios da sociedade, não apenas pela solidariedade de soldados que vão atuar fora de seus horários de trabalho, mas porque ações como esta ajudam a integrar ainda mais a corporação à sociedade.

A Polícia Militar muitas vezes é vista como uma corporação fechada, que aparece apenas na hora de punir a sociedade. A presença de soldados fixos nas entrequadras ajuda a negar esta separação, mas é numa ação social como o combate à dengue e a educação para que as famílias não deixem nada que possa servir de criatório para os mosquitos é que os policiais militares realmente se aproximam da população e podem ser vistos como defensores e não como funcionários cujo único objetivo é punir.

O Distrito Federal, com a decisão de mandar os soldados para combater a dengue, dá mais um exemplo de administração solidária ao Brasil. É preciso, no entanto, que trabalhos como este não se limitem a momentos de crise e façam parte da rotina de corporações como a PM.


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02/27/2002


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