Pimentel diz que fusão de supermercados será estratégica para o Brasil
A fusão da rede brasileira de supermercados Pão de Açúcar com a multinacional francesa Carrefour será estratégica para o Brasil, disse nesta quarta-feira (29) o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Para ele, a junção poderá estimular a exportação de produtos industrializados brasileiros.
Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Pimentel disse que o possível ingresso de recursos da ordem de R$ 4 bilhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na operação ainda está em estudo, mas que, se for aprovada pela diretoria do banco, será positiva para o Brasil.
Para Pimentel, a operação não é “fora do comum”. “É uma operação que tem méritos. O banco tem autonomia para avaliá-la, julgar o risco e fazer ou não o aporte de recursos necessários”, afirmou o ministro.
“Em primeiro lugar, como é uma operação entre duas grandes empresas que tem presença no mercado de capitais, ações na Bolsa de Valores, por força do cargo que ocupo, tenho que ser muito cauteloso com o que vou falar para não provocar movimentos na Bolsa que causem lucros ou prejuízos a quem quer que seja”, ponderou o ministro.
De acordo com o ministro, essa é a oportunidade de o Brasil ter uma grande cadeia varejista internacional. “Para colocar nossos produtos lá fora, para aumentar nossa capacidade de exportação, justamente no momento em que discutimos a necessidade de diversificar nossa pauta de exportação", disse.
A cadeia do agronegócio também será beneficiada. “[Ela] vai ter uma alavanca fortíssima. Esse é o motivo que leva nosso banco de desenvolvimento a estudar [o assunto] com muita cautela. Se for acontecer, será nessa direção”, argumentou Pimentel.
Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a fusão não deve causar prejuízos à concorrência no setor de varejo. Segundo ele, se confirmada a fusão, as duas empresas teriam menos de 30% do mercado de varejo de alimentos no País. “Quem analisa isso não somos nós, é o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], mas, pelos dados do setor, mesmo que a fusão se concretize, isso vai concentrar 26%, 27% no máximo, do varejo de alimentos do Brasil. É muito pouco e não acho grande risco à concorrência”, disse.
Fonte:
Agência Brasil
29/06/2011 17:17
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