Plenário faz última votação de emenda que acaba com guerra fiscal



O plenário do Senado faz nesta quinta-feira (dia 10) a segunda e última votação da proposta de emenda à Constituição destinada a colocar um fim à chamada guerra fiscal entre os estados, ou seja, à redução de impostos para atrair empresas. O projeto, do senador Waldeck Ornelas (PFL-BA), prevê que caberá ao Senado estabelecer em resolução as condições para que um estado possa conceder incentivo fiscal. A proposta esteve na pauta do dia 18 de abril, mas a votação acabou adiada para esta quinta (dia 10).

Se aprovada, a emenda constitucional será remetida imediatamente à apreciação da Câmara, onde também terá de ser votada por duas vezes, devendo receber, no mínimo, três quintos dos votos dos 513 deputados. Se a proposta for aprovada pelos deputados, o Senado ainda terá de votar a resolução com as normas para concessão dos incentivos.

- Até que seja votada a resolução, os estados continuarão com sua guerra. Só depois disso é que poderemos dizer que o assunto está resolvido - afirma o senador Waldeck Ornelas.

A emenda acrescenta, entre outras coisas, algumas frases ao artigo 155 da Constituição, estabelecendo que a futura resolução definirá em detalhes as condições em que um estado poderá reduzir impostos para atrair indústrias. Determina ainda que as alíquotas do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobradas dentro de cada estado não poderão ser inferiores às mesmas taxas cobradas entre os estados. Até que seja aprovada a resolução do Senado, valem os atuais incentivos, isenções e benefícios fiscais.

Para o senador Waldeck Ornelas, a mudança constitucional irá inibir a atuação do Conselho de Administração Fazendária (Confaz), integrado por todos os secretários de Fazenda dos estados. "Hoje, o Confaz está legislando na área tributária, quando isso é competência do Senado", afirma. "Aliás, nem isso o Confaz vem fazendo, pois qualquer alteração de alíquota ou concessão de incentivo exige unanimidade dos 27 secretários. Como há uma guerra entre eles, o Confaz nada aprova e cada um reduz impostos como lhe convém." - Essa é uma guerra que prejudica os próprios estados. Se todos reduzem impostos para atração de empresas, no final todos perdem arrecadação, prejudicando pesadamente as políticas sociais. No final de tudo, é a população que sai perdendo - acrescenta Waldeck Ornelas.

Ainda na sessão desta quinta-feira (dia 10), o Plenário pode votar projeto do ex-senador João França que obriga todos os fabricantes e importadores de produtos industriais a garantir a oferta de peças por um prazo mínimo de cinco anos, assim que ele sair de linha ou deixar de ser importado. A proposta tem parecer favorável do relator, senador Leomar Quintanilha (PPB-TO), que apresentou um projeto substitutivo.

Quando foi apresentado por João França, o projeto previa a garantia de peças por dez anos apenas para automóveis. França queria ainda que as montadoras instaladas no Brasil mantivessem a comercialização de qualquer modelo por um mínimo de cinco anos, mas o relator modificou o prazo para as peças e não aceitou o prazo mínimo de venda de cada modelo de veículo. O relator Quintanilha decidiu ampliar a garantia das peças para qualquer produto industrial.

09/05/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Plenário faz última votação de emenda que acaba com guerra fiscal

PLENÁRIO ADIA VOTAÇÃO DA EMENDA DA "GUERRA FISCAL"

Plenário começa discussão final da PEC que acaba com guerra fiscal

CCJ APROVA EMENDAS DE PLENÁRIO À PROPOSTA QUE ACABA COM "GUERRA FISCAL"

ADIADA VOTAÇÃO DA EMENDA DA GUERRA FISCAL

PLENÁRIO ADIA EMENDA DA GUERRA FISCAL E VAI CONSULTAR AUTOR