PMDB faz festa para Rigotto e execra Britto







PMDB faz festa para Rigotto e execra Britto
Relançamento do pré-candidato no Encontro de Mulheres do partido teve a presença de Pedro Simon. O senador chorou

O PMDB reuniu cerca de dois mil militantes no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa, ontem pela manhã, para a realização do Encontro Estadual de Mulheres. Além de definir as propostas de campanha da ala feminina do partido, o evento foi o primeiro ato público de apoio ao pré-candidato do PMDB ao governo, deputado federal Germano Rigotto. Além das bancadas estadual e federal, vereadores e prefeitos do interior, o encontro reuniu o presidente estadual, Cézar Schirmer, o candidato ao senado Odacir Klein e o senador Pedro Simon, que chegou sábado à noite para reafirmar o apoio a Rigotto. "O diabo é sábio porque é diabo e porque é velho. Eu sou igual a todos vocês, tenho mais defeitos do que muitos,mas tenho uma qualidade: sou velho. Serei um soldado à disposição do Rigotto para ganhar as eleições", disse Simon ao final de um discurso que durou cerca de 30 minutos.

O senador chorou ao traçar o próprio perfil para deixar claro que não quer concorrer ao Piratini, como vinha defendendo o diretório gaúcho: "tenho 72 anos, me chamo Simon. Cargo? Senador", enfatizou. O clima de comoção provocado pelo senador, que também levou parte da assistência às lágrimas, começou quando ele mencionou o falecido presidente do diretório metropolitano, André Forster. "O PMDB tem muitos mártires, assim como André, que sofreu e lutou contra o câncer até os últimos dias, sempre servindo à causa do PMDB”, comparou, dirigindo-se a Iara Forster. O desabafo de Simon estendeu-se à postura da cúpula nacional, que esvaziou a tese da candidatura própria e apóia o presidenciável do PSDB, José Serra.


Título de eleitor: prazo termina quarta-feira
O prazo do TER é para o eleitor fazer seu primeiro título, tirar a segunda via ou transferir seu domicílio eleitoral

O eleitor que pretende votar nas eleições deste ano tem apenas até quarta-feira para ficar em dia com a justiça Eleitoral. De acordo com o calendário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 8 de maio é o prazo final para o eleitor fazer seu primeiro título, pedir uma segunda via ou transferir seu domicílio eleitoral.

Ontem, a Justiça Eleitoral de Porto Alegre recebeu um contingente de 2,1 mil pessoas. Desse total, 420 eram menores de 16 anos pedindo sua inscrição no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Em todo o Rio Grande do Sul, 8,3 mil pessoas procuraram pelo atendimento. No total, 1.710 jovens entre 16 e 18 anos deixaram o descanso dominical para garantir o seu comparecimento nas urnas do pleito deste ano. Entretanto, o tempo perdido foi mínimo.De acordo com a assessoria do TRE, cada atendimento levou, em média, cinco minutos, do preenchimento da ficha com os dados pessoais, passando pelo arquivamento das informações até a retirada do título.

Ontem, não houve filas e a tendência é que permaneça assim, já que o TRE colocou 30 guichês de atendimento no Fórum da avenida Padre Cacique número 96.


Empresas brasileiras estão pagando 21% de seguro-eleição
Investidores estrangeiros temem comprar papéis brasileiros sem uma definição da eleição presidencial, dizem analistas

O volume de recursos obtidos por bancos e empresas privadas brasileiras no exterior através da emissão de títulos pode cair à metade este ano, depois de atingir US$ 16,6 bilhões em 2001. Os analistas atribuem essa queda à avaliação dos investidores estrangeiros de que seria arriscado comprar papéis brasileiros antes de uma definição da corrida eleitoral à Presidência.

Mantido o atual cenário político, estima-se que os juros nas captações passem, na média, de 9% para até 12% ao ano nas próximas semanas. Para tentar reduzir estas taxas, as empresas adiantaram as captações para os primeiros meses do ano e estão incluindo nas emissões o chamado seguro de risco político. "Praticamente todas as últimas captações embutem este seguro", diz o analista de um grande banco.

O aumento da tensão no mercado financeiro fechou uma janela que ficou aberta nos últimos quatro meses. Neste período, bancos e empresas privadas se anteciparam aos efeitos do quadro eleitoral e captaram US$ 6,26 bilhões no exterior, cerca de 20% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Os tempos era outros: ninguém falava em eleições e o apetite dos investidores pelo risco era maior. Mas um estudo do BBV Banco mostra que, daquele valor, US$ 1,3 bilhão (21% do total) só saiu depois de prever uma cláusula de cobertura de risco político.


300 produtores impedem invasores de se deslocar
Fazendeiros querem diminuir as chances de ocorrerem novas invasões como a da fazenda Ana Paula, em Hulha Negra

Os ânimos estão acirrados no condomínio agrícola Ana Paula, em Hulha Negra. Nem agricultores sem-terra nem estanceeiros parecem dispostos a ceder um milímetro que seja em suas posições.

Os fazendeiros, que são aproximadamente 300, querem impedir o trãnsito dos sem-terra, organizados pelo MST no Estado, diminuindo assim as chances de novas ocupações ocorrerem. Os colonos só levantarão seu acampamento quando o Incra retomar as vistorias e apresentar um programa de reassentamento. No acampamento estão 800 adultos e 200 crianças.


Ministério Público vai investigar presidente FHC
O procurador Luiz Francisco fala, inclusive, na nulidade da venda da Vale e suscita a possibilidade de Eduardo Jorge Caldas Pereira ter sido o braço político da manipulação

O Ministério Público Federal vai investigar se houve improbidade administrativa na conduta do presidente Fernando Henrique Cardoso, do ministro da Educação, Paulo Renato Souza e do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, durante a venda da Companhia Vale do Rio Doce. No caso denunciado pela revista Veja, a investigação sobre FHC e Paulo Renato só poderia ser feita pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.

De acordo com a revista, Paulo Renato e Mendonça de Barros teriam ouvido do empresário Benjamin Steinbruch, que comprou a Vale, que o empresário Ricardo Sérgio de Oliveira pedira a ele R$ 15 milhões para reunir em seu benefício o poder financeiro dos fundos de pensão na privatização. Oliveira era, na época, diretor do banco do Brasil.


Quem será a nova primeira-dama do Brasil?
nas eleições, a presença das mulheres de candidatos promete ser um capítulo à parte na corrida ao Planalto

Em 1998, o publicitário Nizan Guanaes fundiu alguns neurônios até bolar o formato de alguns programas de TV da campanha de Fernando Henrique à reeleição. Precisava de um cabo-eleitoral de influência maior do que a percebida pelas estatísticas: a antropóloga Ruth Cardoso. Sem trucagens, maquiagem ou roteiros pré-definidos, ela cumpriu à risca o dever. Só exigiu uma coisa. Não ser chamada de primeira-dama, uma antiga aversão. A exigência foi aceita.


Editorial

UMA GUERRA INVENCÍVEL

Jovens manifestantes realizaram sábado, no Rio de janeiro, um ato pela legalização da maconha, com a presença de centenas de pessoas.

Quanto mais se investe no combate às drogas, mais elas se multiplicam, maior é o seu cultivo e, pior ainda, mais baratas ficam e de mais fácil acesso.

Uma guerra invencível. A polícia consegue prender os pequenos traficantes, punir os usuários, dar batidas em portas de bar - onde o consumo já é escancarado - e levar uma meia dúzia de drogados para passarem uma noite na cadeia, mas não é capaz de acabar com o cultivo da cocaína e da maconha, com as megaredes de narcotraficantes e com o interesse da população em consumir dr ogas. Em 1980, o governo dos Estados Unidos gastou US$ 1 bilhão para combater as drogas com campanhas e investimento em segurança. Em 2000, foram US$ 18 bilhões. Somente para combater o narcotráfico na Colômbia, aplicou US$ 1,3 bilhão do seu Orçamento.

Entretanto, a CIA (serviço de inteligência norte-americano) divulgou um relatório mostrando que aumentou em nada menos que 24,7% o plantio de coca na Colômbia no ano passado.

Com o passar dos anos, além de mais barata, a cocaína ficou mais pura. Nos EUA, a grama da droga era vendida a US$ 191,00 em 1981. Em 1998, valia em torno de US$ 44,00. O grama da heroína baixou de US$ 1.194,00 para US$ 317,00. Nesse mesmo período, o grau de pureza do produto comercializado nas ruas cresceu de 60% para 66%. No caso da heroína, a diferença foi muito maior: o grau de pureza passou de 19% para 51%. Diante deste quadro, as conseqüências não poderiam ser outras: aproximadamente 20 mil pessoas morrem por ano nos EUA por problemas gerados pelo uso de drogas ilícitas. Convém destacar que as drogas lícitas - álcool e cigarro matam bem mais: 400 mil têm mortes relacionadas ao uso do tabaco e 100 mil morrem em conseqüência da ingestão de álcool a cada ano. Todo o aparato de segurança norte-americano não conseguiu impedir que as drogas se tornassem mais baratas, puras e acessíveis e, ainda por cima, contribuiu para que as prisões ficassem entupidas de gente, o que acarretou no aumento dos gastos da justiça do 'país com o sistema penitenciário. É hora de a sociedade brasileira reavaliar, de forma responsável, até que ponto a ilegalidade de drogas leves, como a maconha, possa ser suspensa e, quem sabe, partir para a sua legalização. Quantos recursos humanos e financeiros nas forças policiais e militares poderiam ser poupados? Quanta corrupção deixaria de existir? Quantos adolescentes não mais teriam curiosidade em experimentá-la, deixando a maconha de ser um “fruto proibido” pela sociedade e pelos pais?


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05/06/2002


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