Rigotto quase saiu do PMDB com Britto
Rigotto quase saiu do PMDB com Britto
A grande surpresa da eleição gaúcha é um deputado federal que foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso no primeiro mandato, está na Câmara há 12 anos e conseguiu a proeza de superar no primeiro turno, ao mesmo tempo, o candidato do PT, Tarso Genro, e o do PPS, Antônio Britto.
Germano Rigotto, 53, disputará o segundo turno com Tarso, quando toda a tendência era de que o enfrentamento seria entre o petista e Britto.
"Arrancamos com 3,4% na primeira pesquisa. Poucas pessoas acreditavam no nosso potencial", diz.
Mais que isso: o dentista e advogado Germano Rigotto, nascido em Caxias do Sul, conquistou votos preciosos para tucano José Serra. Serra obteve, no Estado, um dos seus melhores desempenhos (32,4% contra 45,1% de Lula, com 99,36% da apuração concluída).
Cotado para sair do PMDB com Britto, Rigotto por fim decidiu ficar no partido em 2001. Uniu-se a um grupo do PMDB gaúcho ligado a Britto mesmo no partido, mas mantém proximidade ao grupo do senador Pedro Simon -adversário do ex-governador.
O mesmo Rigotto que atualmente representa o principal entrave para a continuidade petista no Estado foi derrotado em 2000 por seu primo Pepe Vargas (PT) na disputa pela Prefeitura de Caxias do Sul.
Antes disso, ele foi vereador de Caxias do Sul, deputado estadual (1983 a 1990) e deputado federal (1990 a 2002). Em 1998, obteve 151.260 votos nas eleições para deputado federal -a terceira maior votação de toda a bancada gaúcha.
Candidatos se preparam para confrontar projetos de governo
Embora o discurso oficial no Rio Grande do Sul seja de que haverá paz, a disputa de segundo turno entre os candidatos Germano Rigotto (PMDB) e Tarso Genro (PT) será a contraposição entre dois projetos administrativos opostos, devendo provocar fortes discussões e, provavelmente, ataques mútuos.
Por um lado, Rigotto, 53, tratará de criticar a atual administração petista no Rio Grande do Sul. Por outro, Tarso, 55, vinculará Rigotto ao ex-governador Antônio Britto (1995 a 1998), que deixou o PMDB para ingressar no PPS.
Ontem, Rigotto já dizia, a respeito da possibilidade de ser vinculado à administração de Britto: todos os governos têm virtudes e defeitos, inclusive, segundo ele, o atual de Olívio e o do próprio ex-peemedebista.
Herança
Desde o primeiro turno, ele procura fugir da herança ""brittista", apesar de ter sido cotado até o último momento para trocar de partido com o ex-governador, agora novamente seu aliado de primeira hora no segundo turno.
Tarso elogia os resultados econômicos e as medidas de forte apelo social tomadas pelo governador Olívio Dutra, a quem derrotou nas prévias do PT. Porém, assim como Rigotto vem fazendo em relação a Britto, o candidato petista critica a dificuldade de diálogo, que teria criados empecilhos administrativos.
De ambos os lados, as primeiras atitudes são de procurar possíveis aliados para a nova etapa da campanha e travar um duelo apenas de projetos.
Os candidatos Britto e Celso Bernardi (PPB) já se manifestaram favoravelmente com relação a Rigotto, para formar um frentão anti-PT no segundo turno.
Tarso fala em conquistar mais aliados no PDT , a favor de um "projeto popular".
Confronto
Entre uma ou outra declaração oficial pacificadora, os dois deixam claro que não afastam a possibilidade de confronto pesado.
"No primeiro turno, Rigotto não participou do debate, e agora não poderá fugir. Teremos um latifúndio na TV para apresentar nossos projetos e não apenas para nos defender", afirmou Tarso. "Vamos manter o mesmo tom do primeiro turno, apresentando propostas, mas contra-atacaremos com toda a firmeza quando o assunto merecer", rebate Rigotto.
Eleito com votação recorde, Jader volta a depor no Pará
Ex-senador nega envolvimento em supostos desvios da Sudam
Um dia depois de ser eleito com a maior votação para deputado federal da história do Pará, com 343 mil votos, o ex-senador Jader Barbalho (PMDB) voltou a ter de se explicar sobre supostos desvios de verbas federais da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, já extinta).
Jader negou à Justiça Federal, em Belém, envolvimento em fraudes na execução do projeto Usimar, com sede no Maranhão e que não chegou a sair do papel. O depoimento de Jader começou às 17h e acabou às 20h45.
Na denúncia, os procuradores da República afirmam que foram liberados R$ 44,1 milhões para a implantação do projeto, avaliado em R$ 1,8 bilhão.
Os interrogatórios atendem carta precatória expedida pelo juiz federal da 2ª Vara do Tocantins, Alderico Rocha Santos, para que 13 pessoas, todas elas residentes em Belém, sejam ouvidas e apresentem defesa no caso. Entre outros denunciados estão a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL), eleita senadora, seu marido, Jorge Murad, Antônio José Guimarães, assessor de Jader, e José Artur Guedes Tourinho, ex-superintendente da Sudam.
Tourinho foi eleito deputado estadual no Pará com apoio de Jader. Os dois tiveram pedido de prisão preventiva há 16 dias acusados de desvios na Sudam pela Justiça Federal de Mato Grosso, mas conseguiram habeas corpus.
"Organização criminosa"
Em 75 laudas, cinco procuradores descrevem condutas que eles classificam como de "complexidade típica de uma organização criminosa, com divisão de funções e de grupos de agentes".
Após mostrarem, com quadros e tabelas, a destinação dos recursos, eles concluem que a "movimentação [do dinheiro" espelha que apenas pequena quantidade dos recursos provenientes da Sudam, não mais que 20%, foram efetivamente aplicados na Usimar. O restante foi desviado".
Os procuradores chamam Jader de "controlador do esquema Sudam" e citam números de seis cheques, que totalizam R$ 2,4 milhões, como prova de que ele recebeu o correspondente a 20% incidentes sobre parte dos recursos liberados para o projeto Usimar.
Segundo os procuradores, os cheques eram entregues ao doleiro José Samuel Benzecry, dono da casa de câmbio Cruzeiro, e ele "providenciava a lavagem final dos recursos, convertendo-os em moeda estrangeira ou nacional, a critério do denunciado Jader Barbalho, remetendo ou não quantias para o exterior".
Lula acena a PPS e PSB em eventual governo Candidato afirma que o partido está pronto para discutir seu programa de governo e nega oferecimento de cargos
Em sua primeira declaração após a confirmação do segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acenou ontem com a possibilidade de discutir participação em seu eventual governo com os ex-candidatos que o apoiarem.
Ao referir-se aos contatos com os candidatos derrotados Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS), Lula afirmou que a composição do governo estará "na mesa".
"Nas conversas é que vamos saber o que vai ser acertado. Se os companheiros [de PSB e PPS] querem discutir coisas programáticas, se querem discutir governo. Tudo isso vai estar na mesa de conversa", declarou.
Questionado em seguida se estava se referindo à negociação de cargos, o presidenciável petista ensaiou um recuo: "Cargo não se discute. Só se discute política [de governo]."
O PT não perdeu tempo para arrebanhar apoios. Na noite de anteontem, quando ficou claro que haveria segundo turno com José Serra (PSDB), Lula teve uma conversa telefônica com Ciro. O candidato do PPS pode anunciar hoje o apoio ao petista.
"Foi uma conversa positiva. Acho que com o PPS vamos poder nos acertar, porque fez campanha de oposição", disse Lula.
Também já houve contatos do presidente do PT, José Dirceu, com Leonel Brizola (PDT), Miguel Arraes (PSB) e com os ex-presidentes José Sarney e Itamar Franco. Garotinho também está sendo procurado.
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