PMDB gaúcho rejeita apoio a Serra









PMDB gaúcho rejeita apoio a Serra
Lideranças contestam proposta feita pelo líder na Câmara e reafirmam decisão por candidatura própria

A cúpula do PMDB gaúcho reagiu com indignação à manifestação do líder na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima, de que o partido estaria se movimentando para apoiar a candidatura do ministro da Saúde, José Serra. O pré-candidato à Presidência da República senador Pedro Simon disse que Geddel está mentindo. O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, garantiu ontem à tarde ao senador Simon que Geddel não está autorizado a falar em nome do partido e não há qualquer intenção de fazer acordo com o PSDB visando à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. 'Geddel foi muito infeliz ao fazer as declarações', avaliou Simon. O presidente estadual do PMDB, deputado Cezar Schirmer, declarou que Geddel está agindo por interesse próprio, pois existe a possibilidade de o PMDB e o PSDB se coligarem para disputar o governo da Bahia, 'o que lhe beneficiaria diretamente'. O secretário-geral do partido, deputado Alexandre Postal, afirmou que não serão declarações isoladas que impedirão o PMDB de ter candidatura própria.

Essa posição é reforçada por Simon ao lembrar que 98% da convenção nacional aprovou a decisão. 'Mesmo que queiram vender o partido ou a própria consciência, não será possível mudar uma decisão que é unânime das bases', advertiu o senador. Reafirmou que a prévia será realizada e, se eventualmente não ocorrer, vai se colocar à disposição da convenção nacional para disputar a Presidência. Simon disse que não está preocupado apenas em ser presidente, mas em salvar o PMDB para que não se transforme em partido de terceira categoria.

Schirmer lastimou que o próprio líder da bancada na Câmara entenda que o PMDB não deva ter projeto nacional. 'É inaceitável a proposta de Geddel, que quer ver o PMDB mais uma vez coadjuvante e secundário, como vem fazendo há oito anos no Planalto', comentou. Para Schirmer, qualquer outro caminho que não seja o definido pela convenção representará traição à decisão dessa instância partidária. Postal defende que o PMDB não deve ficar a reboque de outros. Conforme ele, a declaração de Geddel representa os que sempre foram governistas e só conseguem enxergar o partido como apêndice. O assunto também será tratado amanhã, quando os dirigentes estaduais se reunirão em Rainha do Mar para definir a data de registro da pré-candidatura de Simon.


Aníbal admite que PSDB busca união
O presidente nacional do PSDB, deputado federal José Aníbal, admitiu ontem que o partido tem procurado dirigentes do PMDB para propor aliança voltada à sucessão presidencial. 'Nós estamos mais propensos a compor com o PMDB, mas isso não significa que estamos fechando acordo', ponderou. O tucano disse que o prazo para definir as alianças é maio e antes disso o quadro se manterá como o atual. Segundo Aníbal, pelo fato de algumas candidaturas estarem definidas, como a do ministro José Serra, do PSDB, e da governadora Roseana Sarney, do PFL, provavelmente o debate sobre as coligações será antecipado. 'Se isso ocorrer, o PSDB vai entrar na discussão', afirmou.


Declaração irrita aliados de Itamar
Aliados do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, estão irritados pelo que chamam de manobra da ala governista do PMDB para inviabilizar a prévia à Presidência da República. O presidente da Companhia de Saneamento do estado, Marcelo Siqueira, disse ontem que é triste pertencer a partido que, em determinados momentos, prefere ter candidato próprio e depois quer fazer alianças. Siqueira criticou o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, por ter declarado que 'a prévia subiu ao telhado porque Itamar dá sinais de que não deseja ser candidato'. O presidente do partido em Minas, deputado Saraiva Felipe, acha que Geddel agiu como 'coveiro' por querer 'enterrar' o partido.


Jungmann diz que continua candidato
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, declarou ontem que irá manter a sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PMDB na prévia marcada para 17 de março. Segundo ele, se a prévia não for realizada, o PMDB estará frustrando a vontade da maioria dos filiados, expressa na convenção de setembro do ano passado. 'Seria quebrar a regra do jogo depois que ele começou', disse. Jungmann também defende que o PMDB tenha candidatura própria e discuta coligações apenas caso não consiga a adesão da opinião pública e o seu candidato não decole. 'Ninguém é suicida', justificou. Conforme o ministro, o PMDB precisa disputar senão passa para a segunda divisão.


Maguito defende adesão a Lula
O senador Maguito Vilela, do PMDB de Goiás, declarou ontem que a proposta de apoio do partido à candidatura do ministro José Serra à Presidência da República, feita pelo líder na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima, é um absurdo. Maguito defendeu a adesão ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, caso o PMDB não concorra com chapa própria. 'Sou favorável à escolha de um candidato do partido como foi definido na convenção nacional. Se isso não ocorrer, a minha decisão pessoal é de apoiar a esquerda', enfatizou. Segundo o senador, há seis meses ele havia denunciado que a cúpula do PMDB era contrária à candidatura própria ao Palácio do Planalto. 'Eu sempre soube que eles queriam alugar o partido para o governo', acusou, referindo-se ao presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e ao deputado Geddel. 'Temer venceu a convenção defendendo a tese da candidatura própria. Até o diretório do Rio Grande do Sul o apoiou por isso. Agora ele não tem moral para fazer outras propostas', afirmou Maguito.

Segundo o senador goiano, o partido não pode simplesmente voltar atrás na decisão de realizar a prévia nacional. 'A cúpula não tem o direito de contrariar as bases. Estão traindo a maioria dos militantes e a história do PMDB', atacou. Hoje, o senador se reúne com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o presidente do PMDB de São Paulo, ex-governador Orestes Quércia, o senador Roberto Requião e outras lideranças do partido para pressionar a direção pela regulamentação da prévia.


Melo propõe dissidência do RS
O vereador Sebastião Melo defende que o PMDB gaúcho se desligue do diretório nacional caso o partido venha a apoiar o candidato do presidente Fernando Henrique Cardoso. O vereador está concluindo um documento, a ser entregue na próxima semana à direção estadual, propondo 'o PMDB de Bombacha'. Segundo ele, os gaúchos têm vida própria e podem manter-se independentes em relação à executiva nacional, buscando retomar o partido que fez história por suas lutas pela democracia. 'Não posso concordar com patifarias, mas também não abandonarei o partido', disse. Melo vai pregar que o Estado seja a resistência para impedir o fim do partido.


Resumo
ATOS - O PT protesta hoje, às 18h, na Esquina Democrática, em Porto Alegre, pela morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, do PT, ocorrida domingo. O ato acontece também nas grandes cidades do Estado. Em todo o país, manifestações exigem ações contra o crime organizado.

MINISTÉRIO - Devido ao agravamento dos problemas de segurança pública no país, o presidente Fernando Henrique Cardoso adiou para 6 de fevereiro a reunião ministerial que seria hoje, no Palácio do Planalto. Na pauta, os projetos prioritários para o último ano de governo, as questões orçamentárias e as datas de saída dos 13 ministros candidatos.

INQUÉRITO - A Delegacia de Ordem Política e Social da Polícia Federal em São Paulo abriu ontem inquérito para investigar 'implicações políticas' no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, do PT. Vai apurar a atuação da Frente de Ação Revolucionária Brasileira, entidade clandestina que teria enviado e-mails ameaçadores a parlamentares e a prefeitos do partido.

TESTEMUNHA - O empresário Sérgio Gomes da Silva, principal testemunha do assassinato do prefeito Celso Daniel, foi incluído ontem no Programa de Proteção à Testemunha da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana de São Paulo.

SEGURANÇA - O Plano Nacional de Segurança do Instituto Cidadania, ligado ao PT, poderá ser apresentado em Santo André (SP). Ele seria entregue a Celso Daniel no dia 28 deste mês e apresentado em 26 de fevereiro, no Senado.

REFORMA - A secretária nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, disse ontem que a segurança pública depende de outra forma de recrutar, pagar, treinar e controlar os policiais. Defende a reforma dos estabelecimentos penais e a moralização da sociedade na questão da corrupção.

MEDIDAS - O relator da comissão especial da Câmara que analisa a violência, deputado Alberto Fraga, do PMDB, afirmou ontem que 90% das medidas de combate à violência apresentadas pelo governo já constam do relatório da proposta de emenda constitucional da segurança pública.

PACOTE - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, anunciou ontem pacote antiviolência: o deslocamento de 12 mil policiais civis e militares em cargos burocráticos para as ruas, a criação de mais uma companhia da Rota, com 200 homens, e a compra de 2.532 veículos.

REJEITADA - A proposta do governador Geraldo Alckmin de utilizar as Forças Armadas para garantir a segurança dos presídios em SP foi rejeitada pelo presidente Fernando Henrique 'porque os recrutas do Exército não poderiam exercer esse tipo de função'.

IMPUNIDADE - O deputado federal Marcos Rolim, do PT, sugeriu que a segurança pública seja discutida 'começando pelo combate à impunidade crescente'.

ATENTADO - O prefeito de Santa Luzia, em Minas, Carlos Calixto, do PFL, sofreu atentado às 23h de terça-feira, durante reunião com assessores em seu escritório. Dois homens em uma moto atiraram. Ninguém foi ferido.


Rossetto é contra uso do Exército
O vice-governador Miguel Rossetto apresentou restrições ontem do Executivo gaúcho quanto às manifestações de apoio de membros do PT sobre a participação do Exército no combate à criminalidade. A proposta foi feita por lideranças como o governador do Acre, Jorge Viana, e o deputado federal por São Paulo Luiz Eduardo Greenhalgh, que vêem a necessidade da utilização das Forças Armadas em caráter emergencial. Para Rossetto, o país deve defender o seu modelo econômico de combate à miséria sem deixar de qualificar a Polícia e combater a corrupção. O vice-governador afirmou que a criminalidade não diminuirá com o Exército nas ruas, ressaltando que esse esforço deveria estar associado às políticas sociais defendidas pelo partido.

A deputada Luciana Genro, do PT, considerou a proposta absurda, ao salientar que o Exército não está capacitado para garantir a integridade física das pessoas. 'Há treinamento para a morte e a guerra. Utilizá-lo para combater a criminalidade nas ruas geraria onda maior de violência', argumentou. Para Luciana, seria retroceder à época da ditadura pelo confronto que se estabeleceria com os movimentos sociais. O coordenador do programa de governo do PT na área da segurança, Luiz Eduardo Soares, também discorda do uso militar: 'As Forças Armadas não estão voltadas para a segurança pública. Isso seria irracional e desvio de função absurdo'. O deputado Aloizio Mercadante disse ser favorável ao uso do Exército contra o crime, mas só nas áreas de apoio logístico às polícias e no controle de armas.


Simon critica Geddel por carta
O senador Pedro Simon enviou carta ao líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima, afirmando que as suas declarações sobre a candidatura própria à Presidência da República foram inoportunas e de grave prejuízo à unidade. Simon admitiu a possibilidade de Geddel ter sido mal interpretado, pois não acredita que desconheça a decisão unânime do partido. Na carta enviada ao líder, Simon garantiu que serão infrutíferos os esforços da minoria interessada no atrelamento a outros interesses. 'Um partido com a dimensão histórica do PMDB não pode abrir mão de participar e comandar novo projeto para o Brasil', enfatizou.


Temer garante que a prévia irá ocorrer
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, garantiu ontem que a prévia do partido para a escolha do candidato à Presidência da República será realizada no dia 17 de março. Ele admitiu que é grande o assédio do PSDB sobre o partido. Em menos de 15 dias, Temer foi procurado duas vezes pelo ministro da Saúde, José Serra. O pré-candidato do PSDB ofereceu aos peemedebistas a vice-presidência e uma composição de governo dos dois partidos. O principal nome cogitado pelo PMDB à chapa é o do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. 'É verdade que o PSDB está mais alinhado ao PMDB, mas isso não significa que vamos fechar com eles', observou Temer.


Artigos

A criação do Estado Romeno
Emílio Cioba

O fim da Guerra da Criméia (1853-1856) constituiu, na Europa, novo equilíbrio de forças favoráveis às nações que lutavam pela reconstituição da unidade nacional: romenos, italianos, alemães e polacos. No Congresso de Paz de Paris (1856), o representante da França reavivou a idéia de união dos principados romenos, apoiada por Inglaterra, Prússia, Rússia e Sardenha. A oposição da Áustria e da Porta Otomana obrigou o congresso a propor uma consulta prévia à população dos dois principados sobre a união. O congresso decidiu ainda a substituição do protetorado da Rússia pela garantia coletiva das grandes potências. Prevalecendo-se de falta de precisão da Convenção de Paris sobre a designação dos príncipes, os dirigentes da luta nacional decidiram, em 24 de janeiro de 1859, eleger, também na Valáquia, o eleito da Moldávia - Alexandru Ioan Cuza.

Esse ato histórico, decisivo para a união dos dois principados, foi festejado pelo povo em Bucareste e em Iasi com a mesma alegria. Assim foram lançadas as bases do Estado romeno moderno, continuador de uma tradição estatal de mais de 2 mil anos. A união provou o desejo dos romenos de ter um Estado livre e independente. A eleição de Cuza provocou na Transilvânia, na Bessarábia e na Bucovina alegria maior, pois os romenos de lá esperavam que a Romênia viesse libertá-los do domínio estrangeiro. A união foi saudada com entusiasmo também pela opinião progressista da Europa, apreciada como prova de maturidade política, 'manifestação flagrante de vontade nacional', declarou o conde Welewski, ministro do Exterior da França.
Após eleito, o príncipe Alexandru Ioan Cuza iniciou vasto programa para modernizar as estruturas da sociedade e do Estado romenos. A união dos dois principados foi a primeira etapa na criação do Estado nacional unitário romeno, realizada em 1O de dezembro de 1918. Obra de toda a nação, foi reconhecida pela Conferência de Paz de Paris, aberta a 18 de janeiro de 1919. A finalização da unidade da Romênia foi o resultado de longo processo, de luta que o povo travou por séculos, a coroação das suas aspirações à unidade, o sonho pelo qual lutaram e se sacrificaram várias gerações. De salientar, também, o momento de 1877, a proclamação da Romênia, único país latino que conserva o nome da Roma e do Império Romano no seu nome. O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer o novo Estado e seu papel na região em 1880, quando se iniciaram as relações diplomáticas entre os dois países de origem latina.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

FÁBRICA DE TALENTOS
Se os estúdio s de Hollywood descobrirem os pendores de integrantes do PMDB governista, virão com contratos na mão para desfalcar a bancada federal. Começa pela capacidade na arte de simular. Dependendo do cenário, os atores são a favor ou contra à prévia que escolherá o candidato do partido à Presidência da República. Segue o talento de interpretar as falas. O deputado federal Geddel Vieira Lima, por exemplo, declarou que 'está cada vez mais difícil para o PMDB viabilizar candidatura própria dentro deste espectro que está aí'. O ritmo da frase e a empostação da voz lhe deram ares de imperador romano comandando espetáculo em uma arena com poderes de juízo final. No fundo, estão habilitados para elenco de comédia pastelão.

DEFINITIVO
Setores que apóiam Tarso Genro se reuniram para decidir, ontem à noite, que não há como recuar: a sua pré-candidatura ao governo do Estado é irreversível. Vão buscar o consenso ou a vitória na prévia.

NÃO
O ministro Pratini de Moraes mantém pré-candidatura à Presidência da República, mas comunicou à direção do PPB que não participa de espaços de propaganda em rádio e TV ao lado de Paulo Maluf.

ERA PRECISO? - Passadas 24 horas, surgem vozes no PT questionando a ida de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto para conversar sobre combate à violência. Entendem a dor com a perda do prefeito Celso Daniel e o sentido do apelo, mas alegam que as fotos de Lula sorridente cumprimentando o presidente Fernando Henrique Cardoso serão usadas contra ele na campanha eleitoral. A alegação não deixa de fazer sentido.

PROMETER É FÁCIL
O deputado Germano Rigotto leu entrevista do candidato José Serra em que declarou ser a reforma tributária uma das prioridades de sua plataforma. Espera que não repita o atual governo: durante duas campanhas anunciou a mesma coisa. No poder, jogou contra a aprovação. Rigoto presidiu a Comissão Especial da Reforma Tributária na Câmara.

ONDE PISA
A escolha de José Fortunati para presidência da Câmara Municipal não está tão garantida como parte da oposição acredita. Convém ao trabalhista cuidar onde pisa. De repente, alguém pode puxar o tapete.

PRECAUÇÃO
O PDT não se decidiu pelo apoio a Ciro Gomes, mas integrantes da Fundação Alberto Pasqualini colaboram no seu programa de governo. Não quer pegar o bonde andando.

ESCOLHIDO
O professor Luiz Afonso dos Santos Senna, da Engenharia da Ufrgs, será o único gaúcho na diretoria de cinco membros da Agência Nacional dos Transportes Terrestres. A sua indicação foi aprovada pelo Senado.

VANTAGEM
Os brasileiros já passam a fronteira para comprar com muitas vantagens na Argentina. É proibido retornar com produtos de origem vegetal e animal, ainda que a picanha custe R$ 4,00 o quilo. Porém, preços da gasolina e da cerveja empatam e estão compensando: R$ 1,00 o litro.

EM 1982
Há 20 anos, neste mesmo dia, o Partido Democrático Social (PDS) anunciou a vitória de Jair Soares na prévia para a escolha do candidato ao governo do Estado. Concorreu com Nelson Marchezan e Octávio Germano. Votaram 77.951 filiados.

APARTES
Servidores da CEEE reclamam: tarifas aumentaram 72,02% desde novembro de 1997; salários só 9,81%.

Moreira Franco, manda-chuva do PMDB que esteve em P. Alegre há pouco, quer pôr pá de cal na prévia.

Expectativa: o secretário Marco Maia retoma às 17h de hoje negociação salarial com técnicos-científicos.

Magistrados poderão se inscrever em partidos até 5 de junho e concorrer às eleições deste ano.

Governadora Roseana Sarney foi ontem à noite ao Palácio Alvorada conversar com o presidente FHC.

Cortar celulares pré-pagos equivaleria ao PSDB dar um tiro no pé.

Faixas nas manifestações do PT em protesto pela morte brutal do prefeito Celso Daniel: 'De luto na luta'.

Balanço da Câmara de Sapucaia do Sul mostra: vereadores apertaram o cinto e reduziram despesas.

Corre em Brasília que o presidente FHC deixará recado no gabinete do Planalto: o 1O a assumir, acenda a luz.


Editorial

O CULPADO É O CELULAR?

O avanço da telefonia celular no país, nos últimos anos, é um fato incontestável. Mais surpreendente ainda tem sido a difusão do sistema pré-pago, que, sem dúvida, se tornou uma opção barata para grande parte da população. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que, no final do ano passado, havia no Brasil 28,7 milhões de telefones celulares, dos quais 19,5 milhões eram pré-pagos, ou seja, o serviço atende 68% dos usuários. Não é difícil imaginar o impacto que causou nos dois extremos, operadoras e usuários, o anúncio da probabilidade de se proibir a comercialização dos telefones celulares pré-pagos.
A medida passou a ser analisada e defendida no domingo passado, quando foi encontrado o corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel, crivado de balas após um seqüestro. As chamadas feitas através dos pré-pagos não são identificadas e, por isso, esses telefones são utilizados regularmente nos presídios para tramar fugas e outros tipos de crimes, como seqüestros. Segundo o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, essa proibição, proposta pelo governo de São Paulo, pode ser inócua no combate à criminalidade e trazer sérias conseqüências para o setor e para a sociedade.

Para o ministro, se os pré-pagos fossem proibidos, quem quisesse usar o celular para cometer um crime cometeria antes outro delito menor, que seria roubar um celular e usá-lo, pois aí não haveria identificação eficiente. Por isso, o ministro tem razão em afirmar que não se pode tomar nenhuma decisão precipitada, pois o sistema tem um peso enorme na sociedade brasileira, por todos os seus aspectos econômicos e sociais.
Que estejamos reféns da violência e que algo deve ser feito imediatamente para diminuir a criminalidade em todo o país também são fatos incontestáveis. A questão da segurança, que vem sendo pauta obrigatória nas promessas de campanha ao longo dos últimos anos, não tem sido concretizada em meios e recursos nos últimos governos. No entanto, a questão envolve um longo e profundo debate sobre a questão urbana no Brasil. Tentar centrar a discussão no celular pré-pago é simplificar o problema. O aparelho certamente não é o culpado pela violência urbana.


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01/24/2002


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