Presidente e relator da CPI sugerem aumento salarial para controladores



Nesta quinta-feira (21), tanto o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, senador Tião Viana (PT-AC), quanto o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), preocupados com novo capítulo do caos aéreo, sugeriram que o governo aumente os salários dos controladores de vôo como forma de acabar com os protestos dessa categoria profissional. Nos últimos três dias, uma suposta operação-padrão praticada pelos controladores de vôo nos aeroportos brasileiros vem provocando novos atrasos e cancelamentos de vôos.

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Tião Viana afirmou que a situação nos aeroportos continua delicada e que, apesar de os últimos problemas terem sido creditados a uma pane de 30 minutos em link de comunicação da Embratel,"há um problema disciplinar estabelecido nos aeroportos em relação ao comando" sobre o controle aéreo.

- Todas as pessoas que viajam toda semana sabem que a crise dos aeroportos se repete todos os dias. Muitos cidadãos brasileiros ficam horas dentro das aeronaves sem saber a razão - disse.

Para Tião Viana, o problema que origina todos os outros é que "existe uma crise de definição da política salarial dos controladores". Na avaliação do senador, a situação é de emergência e necessita de uma resposta, uma vez que "a sociedade está pagando as conseqüências". O presidente da CPI definiu a situação como "muito grave" e disse que isso traz sérios prejuízos à sociedade. E pediu que o comando da Aeronáutica se posicione de maneira clara na CPI sobre o problema salarial dos controladores.

Demóstenes Torres disse que a crise "é gravíssima". Para o relator, a infra-estrutura aeroportuária brasileira hoje é deficiente e há necessidade de ampliação de aeroportos e pistas de pouso. Citou como exemplo o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, que atende 18 milhões de passageiros por ano, mas tem capacidade para apenas 13 milhões.

O senador por Goiás sugeriu que sejam revistas pelo governo concessões de linhas e que haja abertura para a iniciativa privada. Mas destacou que acrise do momento, a curto prazo, é gerada pela questão salarial dos controladores de vôo.

- Por mais que os controladores neguem essa intenção salarial, sabem que o grave problema é esse - afirmou Demóstenes.

O relator disse que a questão salarial não é simples de resolver dentro da hierarquia militar, uma vez que qualquer aumento teria que ser dado para toda a tropa. Mas disse considerar "humano" que os controladores militares queiram ganhar tanto quanto os civis que fazem o mesmo serviço e ganham mais.

- É uma ambição natural do ser humano. É evidente que a operação-padrão é umaforma de pressão para resolver esse problema. Naturalmente, quem paga o pato é o consumidor. Hoje essa é a questão mais grave e deve ser solucionada imediatamente - defendeu Demóstenes.



21/06/2007

Agência Senado


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