PROCURADOR ACREDITA QUE "LAVAGEM" DIMINUI SE BC CUMPRIR SUAS OBRIGAÇÕES



Questionado pelos senadores da CPI do Sistema Financeiro, o procurador da República em Cascavel (PR), Celso Antônio Três, afirmou que, se o Banco Central (BC) cumprisse resolução do Conselho Monetário Nacional que determina a identificação dos correntistas que remetem acima de R$ 500 mil para o exterior por meio de contas CC-5, a maioria das irregularidades estaria resolvida.Entre as sugestões dadas ao senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) para acabar com a lavagem de dinheiro pela utilização de contas CC-5, o procurador disse que o BC deve acionar o Ministério Público assim que receber as informações on line sobre as movimentações suspeitas. Para Três, o BC não usa os instrumentos que tem à disposição por seguir uma política institucional que privilegia apenas a parte monetária. A omissão do BC, continuou, faz com que a denúncia seja apurada depois de a conta ter sido encerrada, o que torna as investigações mais difíceis.O representante do Ministério Público disse ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que é preciso rastrear o dinheiro para chegar ao remetente de recursos para o exterior e que é fácil processar o "laranja", que aparece como titular da conta CC-5. O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) disse, porém, que é preciso processar também os "laranjas" para que as pessoas saibam que abrir contas a pedido de terceiros pode envolvê-las em crimes. Diante dos dados apresentados pelo procurador, o senador fluminense disse que o BC deveria intensificar sua ação fiscalizadora no oeste do Paraná.O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), vice-presidente da CPI, perguntou ao procurador que rumo que as investigações devem tomar, e ouviu do procurador que a primeira providência é checar se o dinheiro movimentado na conta CC-5 foi declarado pelo correntista à Receita Federal. Da mesma forma, ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Três disse que a Receita precisa ter acesso aos dados apurados pelo BC. Assim, segundo ele, pode ser feito um cruzamento de dados que identifique ganhos inexplicados. "Temos que destrinchar isso", disse Alcântara.Para o senador Roberto Requião (PMDB-PR), o BC deve restringir a autorização para bancos operarem contas CC-5. Segundo ele, como é feito hoje, um agência bancária em Quixeramobim (CE) ou Xanxerê (SC) podem abrir contas desse tipo. Requião também sugeriu que seja proibido o trânsito de carros-forte pela fronteira do Brasil para fazer depósitos.

02/06/1999

Agência Senado


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