PT municipal confirma Humberto
PT municipal confirma Humberto
Congresso ratifica decisão da direção estadual e lança secretário de Saúde para majoritária
O secretário de Saúde do Recife, Humberto Costa, deu, ontem, mais um passo rumo à campanha pelo Palácio do Campo das Princesas em 2002. Ele foi apontado como a alternativa majoritária petista a ser negociada com os aliados, durante o congresso municipal do partido, realizado no último fim de semana, no Forte das Cinco Pontas. A decisão ratifica o que foi feito pela direção estadual do PT. O prefeito João Paulo assegurou, mais uma vez, que não renunciará ao seu mandato em hipótese nenhuma e negou ser candidato a governador.
João Paulo garantiu apoio a Humberto e elogiou a condução dada pelo PT ao debate sucessório. A atitude foi interpretada como uma tentativa dele desmontar a versão de que trabalha contra o secretário para não perder a liderança do PT e da oposição. João Paulo estaria disposto a entrar no páreo, se o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) desistir da reeleição.
Alguns gestos do prefeito são considerados hostis à candidatura de Humberto, como o de alimentar a postulação do prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), e manter uma ponte com Jarbas. O que estaria reduzindo o espaço para o secretário fazer oposição ao governador e facilitando a vida de outros candidatos deste campo, como o deputado federal Eduardo Campos (PSB). Este pode inclusive liderar um palanque alternativo ao PT.
"Isso (a suposta briga de João Paulo com Humberto por espaços) não tem nada a ver", assegurou Dilson Peixoto, presidente da Câmara Municipal e articulador do PT para assuntos relativos à sucessão de 2002. No congresso municipal do PT também ficou decidido que a direção municipal do partido e o prefeito João Paulo terão reuniões periódicas para estreitar os laços.
O mesmo foi acertado com relação à bancada petista na Câmara Municipal. Outra decisão foi consagrar Luis Inácio Lula da Silva como presidenciável do PT no encontro nacional que o partido promoverá em dezembro em Recife. Os deputados Fernando Ferro (federal), Paulo Rubem Santiago e Sérgio Leite (estaduais) não foram ao congresso. Ele se fizeram representar por suas tendências.
Jarbas vai a Brasília falar sobre a Sudene
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) começa a semana viajando para o Sertão do Araripe. Hoje ele estará em Ouricuri (630 do Recife), onde assina uma ordem de serviço para a ampliação do abastecimento d'água, que também vai beneficiar o município de Trindade. Amanhã, o governador vai a Brasília, para uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB/MG), sobre a Medida Provisória que extinguiu a Sudene, transformando-a na Adene.
Jarbas e outros governadores do Nordeste querem modificar os termos desta MP, sobretudo garantir recursos permanentes para a região, através de fundo constitucional, e resgatar o nome Sudene. A idéia é estabelecer uma base para falar diretamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso, cobrando dele uma posição imediata sobre o assunto, considerando que em dezembro o Congresso fecha o orçamento e o recesso parlamentar vem aí.
Além da agenda administrativa, o governador de Pernambuco tem almoço marcado com Aécio Neves, onde o cardápio deverá ser a política nacional, cuja influência será grande nos palanques estaduais. Jarbas também conversará com o vice-presidente Marco Maciel (PFL).
Dez anos sem Cristina
Os amigos e familiares da jornalista e ex-deputada Cristina Tavares programaram para fevereiro do próximo ano uma série de eventos que lembrarão seus dez anos de falecimento. Para que o dia 23 de fevereiro de 1992 não passasse despercebido, foi instituído os "10 Anos sem Cristina". O roteiro de atividades consiste num concurso de monografia sobre a participação de Cristina Tavares na história política de Pernambuco e do Brasil, numa pesquisa para traçar seu perfil, na publicação de um livro sobre sua carreira política, além de uma sessão solene na Assembléia Legislativa de Pernambuco e de uma missa em homenagem à jornalista.
A sessão solene no Legislativo está prevista para o dia 21 de fevereiro. De acordo com Maria do Carmo Nóbrega, uma das integrantes da comissão organizadora, o evento na Assembléia foi marcado para esse dia porque o dia 23 de fevereiro do próximo ano será num sábado. Está previsto a exposição de fotos, livros e a realização de um coquetel. Os deputados João Braga (PV) e Pedro Eurico (PSDB) estão encarregados de preparar a solenidade. No dia 23 de fevereiro será realizada uma missa, na Igreja das Fronteiras. O horário ainda está sendo definido.
Entidade busca fim da greve no ensino
RIO - A Associação de Pais e Alunos do Estado do Rio de Janeiro vai procurar o Ministério Público hoje para entrar com uma representação contra os grevistas e contra o governo e forçar os professores a voltarem às salas de aulas dos colégios federais do Rio de Janeiro. A intenção é transformar a iniciativa numa mobilização de caráter nacional, voltada não apenas para a normalização do ensino médio, quanto para o fim da greve das universidades.
Segundo o presidente da Associação de Pais e Alunos do Rio de Janeiro, João Luiz Faria Neto, essa é a única forma de tentar conseguir uma saída para a paralisação dos professores das escolas e universidades federais, que dura mais de dois meses e para o impasse sobre a anulação do vestibular. A Associação representa cerca de 70 mil pais e alunos em todo o Estado.
Segundo o presidente, a entidade está conversando com outros grupos que representam alunos do resto do Brasil para tentar criar um movimento nacional contra a greve. "Vamos conversar com os promotores doMinistério Público e eles vão nos ajudar a acabar com a paralisação".
A greve quase foi interrompida no início da semana passada, quando um acordo entre grevistas e governo pareceu possível. Mas, como ficaram faltando R$ 250 milhões no orçamento de 2002 para bancar as reivindicações dos grevistas, a paralisação continua.
Colunistas
DIARIO Político
O plano B
Os tucanos Roberto Magalhães e Sérgio Guerra apresentaram, em conversa com o ministro José Serra, na semana passada, o problema fundamental para o candidato de FHC em 2002: qual será o discurso de campanha? A base governista precisa urgentemente de um. A estabilização da moeda resolveu o problema crônico da inflação e garantiu a vitória em duas eleições. Mas paga-se hoje um preço social elevado por ela. É preciso, portanto, justificar esse preço e apresentar um novo plano de desenvolvimento que efetivamente convença. Não adianta só falar nos programas sociais do Governo (como o bolsa-escola). Principalmente porque eles não têm identidade ideológica. Serão implementados por quem quer que assuma a presidência. Mais ou menos como a estabilidade monetária, que também já foi incorporada às teses de todos os pré-candidatos. Os governistas vão precisar trabalhar duro para montar outro plano. O PT de Lula já encontrou o caminho, ao definir um pré-projeto econômico e outro com metas sociais, apesar de polêmico, com data para iniciar e terminar o combate à fome de uma parcela significativa da população miserável. O que, somado ao fato de os petistas estarem na oposição e combatendo um modelo econômico que esgotou-se onde foi implantado, amplia as chances de Lula suceder FHC. O pleito de 2002 será o de julgamento do que foi ou não feito no Brasil desde 94, quando se implantou o real. Será, portanto, mais marcado pelo debate nacional. Como a falta de um discurso contribui para o crescimento do PT, alguns líderes já temem uma derrota nos estados, na disputa pelos governos.
Apesar de o governad or Jarbas Vasconcelos manter sua decisão sobre a sucessão estadual para março, alguns de seus auxiliares já discutem as linhas centrais do discurso de campanha
Mídia
O deputado federal Severino Cavalcanti (PPB) não perde tempo. Num lance de mestre, ajudou a resolver o problema da família cubana da menina Anabel Soneira, 13 anos, e ganhou a mídia. Anabel chegou ontem ao Recife e lá estava ele, acompanhando a criança e os parentes.
Discurso
Não será fácil definir o mote do discurso da aliança governista em Pernambuco. Há questões, como o desequilíbrio financeiro do Estado, que podem ganhar grandes proporções na campanha. Se não ganharem, tudo fica mais simples. Mostra-se as obras que estão sendo feitas com recursos da Celpe e os frutos que elas podem produzir numa segunda gestão.
Arrumação
Guilherme Robalinho já decidiu: vai ser candidato a deputado federal. Ele deve brigar pela última vaga do PMDB com o ministro Raul Jungman. É a reforma agrária e a saúde nos palanques eleitorais de 2002. Já Raul Henry (Educação e Cultura) deve sair para estadual, para não ter que disputar um mandato de federal com Carlos Eduardo Cadoca (Desenvolvimento Econômico).
Pesquisa
Sábado foi um dia de ansiedade para os principais líderes políticos do Estado. Todos aguardavam a divulgação de uma pesquisa de opinião que mostraria João Paulo (PT) com baixíssimos índices de aprovação popular. A pesquisa não existia. Mas, mesmo no Palácio, havia a certeza de que a informação tinha saído da própria Prefeitura do Recife.
Compromisso
José Serra comprometeu-se com o secretário de Projetos Especiais, Sérgio Guerra, a falar com o presidente da República para ele dar uma rápida solução à Sudene. O ministro da Saúde e presidenciável tucano foi muito cobrado neste sentido durante o jantar realizado quinta-feira, na casa do secretário.
Freire
O senador Roberto Freire (PPS) corre atrás do prejuízo. Tem circulado cada vez mais intensamente no Interior do Estado. Participa de reuniões do partido, faz palestras sobre a conjuntura nacional e tenta recuperar votos. Freire trabalha em dobro agora porque passa a maior parte de seu tempo longe das bases, em peregrinações pelo País.
É preciso avisar ao deputado pefelista José Mendonça que ele estava enganado, se pensava que não haveria reações à proposta de lançar Marco Maciel a deputado, abrindo espaço para a candidatura de Joaquim Francisco ao Senado. A reação veio com a idéia de tirar Mendonça Filho da vice, ele não gostou e, como fazem dez entre dez líderes políticos, culpa a Imprensa por isso.
Editorial
Falência dos presídios
A morte assumiu o papel de anunciar a falência do sistema prisional brasileiro. Rebeliões nos presídios, com assassinatos de presos pelos próprios companheiros tornaram-se fato corriqueiro. A questão envolve problemas dos mais complexos que passam tanto por falta de rumos corretos das nossas leis sociais, respeito aos direitos humanos, como também pelo grave abandono dos presidiários pelo Governo.
Mais ainda. O despreparo e a carência de profissionais não são os únicos problemas do sistema carcerário em todas as unidades da Federação. Condições desumanas em celas fétidas e mínimas, a morosidade da Justiça ao analisar processos e aprovar medidas de progressão das penas, maus-tratos e tortura delineiam o perfil do preso que se amotina e faz reféns.
É o mesmo que corrompe policiais, comanda o tráfico de drogas dentro dos presídios e pode acabar morto por um companheiro de cela em brigas de gangues. Uma realidade já documentada por comissões de direitos humanos e organismos internacionais e reconhecida pelas autoridades brasileiras. Apesar disso, as ações para combater o problema se restringem, quase exclusivamente, à construção de celas.
Faltam respostas estruturais. Falta desenhar ampla reforma do sistema carcerário capaz de produzir soluções para a recuperação de presos e não forjar marginais ainda mais perigosos dentro dos presídios mantidos com dinheiro público. Enquanto não se formar novo modelo, rebeliões continuarão eclodindo nos quatro cantos do País.
A situação de emergência exige o aprofundamento dos critérios de seletividade criminal para que os delitos de menor poder ofensivo sejam apenados com punições alternativas. Entre elas, a prestação de serviços à comunidade e a indenização das vítimas. Também é fundamental aperfeiçoar o modelo de execução das penas. Assim, os que já cumpriram as sentenças podem ser postos de imediato em liberdade. No longo prazo, não há outra solução senão a reforma radical do sistema penitenciário para evitar que a custódia de detentos se converta em verdadeira universidade do crime.
Impõe-se, em paralelo, o aumento adequado das instalações para conceder aos presos convivência humana. Ou se faz isso, ou as rebeliões prosseguirão com seu cortejo de violência e sacrifício de vidas. E continuará valendo para os presídios brasileiros o aviso de Dante Alighieri. Na porta do inferno da Divina Comédia, consta que, a partir dali, toda a esperança deve ser deixada de fora.
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11/05/2001
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