PT prefere enfrentar Ciro no segundo turno
PT prefere enfrentar Ciro no segundo turno.
Militantes acreditam que Ciro estará debilitado para a reta
final, enquanto que Serra tem a máquina pública a apoiá-lo.
A coordenação de campanha do candidato à presidência da Frente Popular, Luiz Inácio Lula da Silva, prefere enfrentar Ciro Gomes (PPS) no segundo turno, ao candidato tucano José Serra. Segundo avaliam os petistas, "o candidato do PPS chegaria mais combalido para o duelo final, enquanto Serra, contaria com mais apoio do empresariado, da máquina do governo federal e da mídia".
O coordenador político da campanha de Serra, o deputado federal Pimenta da Veiga (PSDB/MG) conclamou os tucanos para "chamar o Lula para o debate e confrontar suas idéias". Pimenta mostrou-se satisfeito com o desempenho do presidenciável do PSDB no debate dos candidatos a presidente, realizado pela Rede Record, na segunda-feira.
Já o líder do PSDB na Câmara Federal, jutahy júnior (BA), disse que a campanha de Serra será centrada em duas frentes: os embates com Ciro Gomes sobre o seu comportamento, e os debates de conteúdo a serem travados com o candidato do PT, Luis Inácio Lula da Silva.
No lado da Frente Traballústa, o coordenador da campanha de Ciro, o deputado federal Walftido Mares Guia (MG) e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, foram escalados para criticar pu blicamente José Serra.
Serra ganha mais uma de Ciro.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu ontem novo direito de resposta ao presidenciável José Serra (PSDB) no programa de seu adversário, Ciro Gomes (PPS). É o terceiro direito de resposta conseguido pelo tucano, que poderá aparecer por um lmin30s no programa do adversário.
O ministro substituto do TSE, José Gerardo Grossi, entendeu que houve uma ofensa a Serra pelo fato de Ciro ter afirmado que o programa tucano estaria "manipulando informações" e "subtraindo fitas" ao mostrar uma entrevista que o candidato da Frente Trabalhista concedeu a uma rádio de Salvador.
Grossi afirmou que se a Frente recorrer, a questão será levada à apreciação do plenário do tribunal.
Com a decisão, Serra soma 3min30s em direitos de resposta no horário eleitoral de Ciro.
Porque Lula elogiou os governos militares.
O reconhecimento do petista ao crescimento econômico da
era Médici foi fundamental para o apoio de Sarney.
Deverá ser no Hotel Glória, no Rio, o encontro entre o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e próceres militares, na sexta-feira 13. Os convites têm sido enviados a oficiais das três armas pelo general Leônidas Pires Gonçalves.
Os elogios de Lula a governos militares atenderam a pedido de oficiais da reserva e da ativa com quem tem conversado. Os militares aconselharam a afirmar publicamente o que ele lhes disse em particular: seu reconhecimento ao crescimento econômico e ao pleno emprego, na era Médici, e conquistas importantes do Brasil, como nas telecomunicações.
Correios entram em
greve no RS.
Os funcionários da O ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) no RS decidiram entrar em greve desde ontem à meia-noite. Segundo o diretor do Sintect/RS (Sindicato dos 'ftabalhadores da ECT), João Carlos Farias, a decisão tem respaldo nacional. Segundo Farias, até o fechamento desta edição também teriam entrado em greve os funcionários da Bahia, Ceará, Brasilia e Minas Gerais.
Cartas, contas e encomendas ficarão retidas na sede da ECr. Os manifestantes rejeitaram a proposta da empresa, que oferecia 3% de reajuste@ vale-alimentação de R$ 10,00 e abono de R$ 1.000,00, entre outras vantagens. Na avaliação do sindicato, a oferta não cobriria o déficit salarial. O Sintect pede reposição salarial de 48,76%, piso de cinco salários mínimos, o reenquadramento de cargos extintos, vale-refeição de R$ 15,00, entre outras exigências. Segundo Farias, os grevistas iriam para trinte das agencias já na madrugada de hoje para impedir a entrada dos que não foram à assembléia.
Um divã para Ciro e Serra.
As brigas entre Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB), que têm monopolizado os debates e o horário eleitoral com trocas de desaforos cada vez mais agressivos, é um caso para a psicanálise.
O diagnóstico é do candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva. "Há um problema entre ele [Serra] e Ciro que tem de ser resolvido em um divã, não nos debates", disse o candidato petista durante comício em Caxias do Sul. "Eles se atacam porque se conhecem. Eles estão se chamando de mentirosos", ironiza Lula. Para reforçar seu perfil calmo, que está distante dos embates de campanha, Lula disse: "Eu estou na minha, sou como o telespectador".
Garotinho cumpre roteiro no RS.
A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) promove hoje, à partir das 8h30min, um debate entre os candidatos ao governo, que será transmitido, ao vivo, para todas as emissoras de rádio do interior do Estado.
Segundo o presidente da Agert, Paulo Sérgio Pinto, esta é a "maior rede de rádio já formada no Estado, com participação de 156 emissoras". A geração será feita na sede da associação, em Porto Alegre, a cargo da rádio Pampa. "Todo o processo foi coordenado por uma comissão presidida pelo Frei Osébio Borghetti", completou.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA
Semana de Pátria
O presidente da Assembléia Sérgio Zambiasi dirigiu ontem sessão solene em homenagem a Pátria. À noite, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre se apresentou no auditório Dante Barone.
Fundos
Os petistas da Secretaria do Governo Municipal promovem hoje no Cord (Casemiro de Abreu, 1223) festa para arrecadar fundos para a campanha de Tarso Genro. Confirmada a presença de Miguel Rossetto.
Ford na Bahia
O ex-prefeito Raul Pont está entre os debatedores do painel sobre o impacto da Ford na Bahia. O painel, que acontece hoje, às 19h, no Colégio Parobé (Avenida Loureiro da Silva, 945), terá como base estudo da Universidade Federal da Bahia.
Pensionistas do IPE
O deputado federal do PMDB Mendes Ribeiro Filho questiona a redução pela metade dos rendimentos de mais de 8 mil pensionistas do IPE, há três anos. "É preciso saber até quando continuará o descumprimento do dispositivo constitucional que assegurou o direito à integralidade das pensões", cobra o parlamentar.
Mulheres
Tramita no Senado projeto da senadora do PT Emilia Fernandes que reserva recursos para financiamentos habitacionais a mulheres chefes de família. De acordo com o IBGE, 30% dos lares no país são sustentados por mulheres.
Interpraias
Em visita ao município de Caraá, o deputado estadual do PFL Germano Bonow ouviu o pedido dos moradores para o asfaltamento da estrada até Santo Antônio da Patrulha. No litoral Norte, a grande reivindicação é para a duplicação da Interpraias, entre Imbé e Torres.
Editorial
ORÇAMENTO APERTADO
O novo presidente terá de dispor de alto poder de organização - e cabeça fria para elencar prioridades, pois ele terá pela frente um orçamento nada frouxo. Pelo contrário, está bem apertado. Serão apenas R$ 7,2 bilhões para investimentos para o primeiro ano de governo R$ 300 milhões a menos do que em 2002. Ele que não pense em obras faraônicas para inaugurar o mandato. Certamente ele não terá condições para isto. Mesmo que, em novembro e dezembro, o presidente eleito consiga negociar alterações na proposta orçamentária, será mínimo o espaço para mudanças.
Ontem, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, detalhou o novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e disse que o governo decidiu reduzir ainda mais as contas públicas este ano. Ele disse, entretanto, que não são esperados novos cortes no Orçamento do ano que vem.
Porém, o próximo presidente não poderá escapar do cumprimento de 59% da meta do saldo primário (diferença entre receitas e despesas) previsto para o primeiro semestre de 2003. No período de 12 meses - entre julho de 2002 e junho de 2003 - o resultado primário será de 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Essa meta foi prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), elaborada no primeiro semestre. Caberá ao novo governo federal, portanto, contribuir com a maior parte desse superávit - 2,8% do PIB.
O Orçamento brasileiro é muito rígido. Para desengessar as finanças públicas, o novo governo terá de incluir no programa de reformas a revisão de regras orçamentárias, o que necessitaria de apoio do Congresso.
O novo presidente teria um pouco mais de folga se conseguisse no Congresso a prorrogação da alíquota adicional de 2,5 pontos percentuais do IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física). Isso poderá garantir uma receita de aproximadamente R$ 1,7 bilhão.
A proposta orçamentária prevê um crescimento econômico de 3%, uma inflação de 6% e uma expansão de 4% do PIB no próximo ano. Mas muita gente já está dizendo que isso é otimismo demasiado.
O melhor mesmo é fazer os cálculos por baixo e, se o resultado for acima do esperado, o governo terá uma agradável surpresa. Esperar demais e depois ter de fazer das tripas coração para acertar as contas - sem conseguir, obviamente não é nada aconselhável. Ainda mais para o início de governo, quando ainda existe um clima de expectativa, esperança e confiança, independente de quem receber a faixa presidencial.
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09/05/2002
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