PT tenta manter PPS na esquerda



PT tenta manter PPS na esquerda Depois de filiar dois ex-integrantes do PPS, o PT reabre o diálogo com o partido do senador Roberto Freire e tenta atraí-lo para uma nova tentativa de unidade das esquerdas O PT decidiu abrir um novo processo de diálogo com o PPS, no Estado, visando a assegurar a permanência do partido no bloco de oposição, retirá-lo do isolamento e atrair os pós-comunistas para a construção da unidade das esquerdas em 2002. O secretário de Saúde do Recife e pré-candidato do PT a governador, Humberto Costa, e o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, marcaram para a próxima segunda-feira, um encontro – em local a ser definido – para avaliar o quadro político estadual e as relações entre as duas legendas. A abertura de diálogo tenta anular as possibilidades do PPS estadual acabar pendendo para uma aproximação com o Governo Jarbas Vasconcelos (PMDB). Freire e Humberto conversaram, ontem , por telefone, numa iniciativa do petista, quebrando o “gelo” que há tempos caracteriza o relacionamento entre as legendas. “Não há nenhum interesse do PT em isolar o PPS. Diante da hipótese aventada do partido caminhar para Jarbas, decidimos procurá-lo, mas Roberto Freire é claro ao dizer que está na oposição”, afirmou. O ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Neto, agora petista, disse que existe no PPS “um núcleo jarbista (não quis identificar nomes)”, o qual combateu por não aceitar o alinhamento com o PFL. “Defendi a candidatura única das oposições dentro do PPS até setembro, mas não avancei. O próprio Fernando Bezerra Coelho (prefeito de Petrolina) admite a ida do partido para Jarbas”, reforça Lyra. O telefonema de ontem de Humberto Costa a Roberto Freire buscou, também, evitar um mal-estar devido o ingresso dos ex-pós-comunistas Pedro Eugênio e João Lyra Neto no PT. “Não assediamos ninguém”, ressalvou Humberto. Nessa articulação para segurar e atrair o PPS, e aprofundar o diálogo sobre a unidade, o prefeito do Recife, João Paulo (PT), pediu reunião com o ex-governador Miguel Arraes (PSB), na próxima semana. Humberto Costa se dispõe a acompanhar o prefeito, que aguarda uma resposta de Arraes. O PSB, entretanto, tem admitido, com freqüência, a opção da candidatura do deputado federal Eduardo Campos ao Governo estadual. “Acho que a unidade das oposições em torno de uma candidatura única é o melhor caminho, até porque teremos mais chances de eleger os dois senadores”, contrariou Humberto. O petista garantiu que não há discriminação ou rejeição ao PPS, nem veto a uma aproximação com o PT, e ressaltou que o seu nome continua posto como “sugestão” para a majoritária, não havendo postulação a qualquer dos cargos. Troca de elogios marca filiação de Pedro Eugênio e João Lyra Sem nenhuma manifestação de rejeição da militância, a direção estadual do PT filiou, ontem, o ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Neto, e o deputado federal Pedro Eugênio, saudados pelo prefeito do Recife, João Paulo, e o secretário de Saúde e pré-candidato a governador, em 2002, Humberto Costa. O prefeito definiu as filiações como uma demonstração de que o PT “está amadurecido para assumir novos desafios”, enquanto o secretário de Saúde do Recife afirmou que o partido está “abrindo um espaço importante no Agreste”. Humberto Costa, que falou em nome da direção nacional do partido, destacou que o PT está somando forças para enfrentar “a grande aliança de direita”, numa referência ao Governo do Estado. “Coligação que tem a hegemonia das forças mais atrasadas do Estado e que que precisa encerrar a sua trajetória política derrotada em 2002”, disse Humberto. Com a presença dos socialistas do PSB Tânia Bacelar (secretária de Planejamento do Recife) e Yves Ribeiro (prefeito de Igarassu), João Lyra ressaltou que chegava para colaborar com o projeto nacional e estadual do partido e que tinha consciência das dificuldades internas do PT. “A diferença para os outros partidos é que as divergências têm um objetivo comum, a melhoria das condições do povo, enquanto nos outros é para saber quem vai usufruir mais do Poder”, exaltou Lyra. O deputado Pedro Eugênio declarou que se incorporava a um “projeto de transformação do Estado e de resgate do Governo para uma administração popular e democrática”. João Lyra assinalou que optou pelo PT por considerar que o partido representa “o grande instrumento de transformação” que precisa o País. Ele justificou ter deixado o PPS por entender que os pós-comunistas estão em processo de isolamento no Estado, o que estaria inviabilizando eleitoralmente as chances de candidaturas proporcionais. Pedro Eugênio explicou que convenceu-se que o PT “tem a melhor projeto para o Brasil” e está sincronizado com os anseios da população Petistas reagem à provocação de Tony Gel com o “PT do O” CARUARU- Fazia tempo que uma notícia política não mexia tanto com a opinião pública caruaruense, como a confirmação da filiação do ex-prefeito João Lyra Neto ao PT. O assunto dominou ontem todas as rodas de discussões, em cada esquina. E a declaração do prefeito Tony Gel (PFL), de que seu principal adversário teria criado o “PT do O – PT dos Oportunistas” – foi a que mais provocou debate. O diretório municipal do PT reagiu indignado, não poupando críticas ao prefeito. O vice-presidente do partido em Caruaru, Luís Costa, foi o primeiro a tomar as dores da legenda. Para ele, a declaração de Tony Gel representa “o retrato fiel do desespero que toma conta do PFL”, em razão dos petistas adotarem, agora, uma postura que facilita a ampliação do seu leque de alianças políticas. “Ninguém vai descaracterizar o nosso partido. Estamos partindo para uma vitória no próximo ano e não vamos empurrar Lula para a humilhação de renegar sua história, como fez Fernando Henrique Cardoso, presidente apoiado pelo atual prefeito”, disparou. Luís Costa questionou a coerência do pefelista, que criticou Lyra por trocar o PPS pelo PT, no momento em que o deputado estadual Roberto Liberato – um velho aliado político do prefeito – deixa o PL para entrar no PFL. Liberato assina a ficha de filiação hoje, numa festa que terá a presença do vice-presidente da República, Marco Maciel, e do próprio Tony Gel. No Recife, João Lyra respondeu ao adversário definindo o seu comentário como “desespero”, e considerou que a ironia está mais compatível com o partido do prefeito caruaruense. “Partindo de um político do PFL, que tem mais legitimidade para esse tipo de coisa, pela forma como faz política, a agressão não me atinge. Nem eu sou oportunista, nem o PT abriga oportunista”, disparou Já o prefeito João Paulo tachou de “forma mesquinha de tratar os adversários” as ironias de Tony Gel. Sobre a provocação de que estaria criado o “PT do O”, João Paulo destacou que não ouviu esse mesmo comentário, por parte de Tony Gel, quando Roberto Magalhães e o filho Carlos André se desfiliaram do PFL e entraram no PSDB. Jarbas critica troca-troca partidário e ataca Wilson Em visita ao Sertão, governador diz sentir “nojo” das mudanças de partido “por conveniência pessoal”, faz duras críticas ao senador Carlos Wilson e silencia sobre a possibilidade de uma aliança com o PPS O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) criticou duramente as trocas de partidos observadas, nos últimos dias, no quadro político local e nacional. “Esse troca-troca me inoja. Eu tenho nojo disso. Porque geralmente ele ocorre não por uma questão ideológica, por uma causa nobre; mas por uma questão de conveniência pessoal” afirmou, ontem, durante visita realizada ao Sertão do Estado. Questionado sobre as declarações do senador Carlos Wilson (PTB), que previu uma aproximação entre o PPS e Jarbas, o governador partiu para o ataque: “Carlos Wilson é um senador profundamente medíocre, com uma atuação medíocre e que vai aos jornais para destilar ódio e picuinhas”, respondeu o governador. Jarbas classificou a análise feita por Carlos Wilson como “uma isca jogada na imprensa” para inviabilizar uma aproximação entre o governador e o senador Roberto Freire, presidente nacional do PPS. “Essa é uma briga eterna dele (Carlos Wilson) com Freire. Ele não gosta de Roberto Freire e faz isso para infernizar a vida dele”, observou. Jarbas se mostrou preocupado com o momento difícil vivido pelo partido no Estado e sua maior liderança. “Carlos Wilson fica me jogando contra o PPS numa hora de enorme dificuldade para Roberto Freire. É uma hora difícil do PPS e eu não tenho o direito de estar me metendo nisso.” Ao avaliar uma possível aliança entre o PPS e o Palácio do Campo das Princesas em 2002, ele foi pouco conclusivo. “Não existe a possibilidade porque eu nunca fui procurado.” Jarbas chegou a afirmar que são “levianas” as acusações de que o PPS teria feito algum contato. “Eles nunca me procuraram para dizer que querem me apoiar. Nem Freire, nem nenhum outro político do partido.” Sobre as recentes mudanças de partidos, ele disse que essa situação era uma indecência e que o Congresso precisa fazer uma reforma política para evitar a desmoralização da casa. “Estamos vivendo uma fase muito pobre com esse troca-troca de partidos. Isso é uma coisa muito ruim e mostra a fragilidade do atual quadro partidário.” Ontem o governador passou o dia no Sertão, onde visitou as cidades de Afogados da Ingazeira e Sertânia. Na primeira, um público pequeno acompanhou a assinatura da ordem de serviço para construção da Adutora em Afogados, que deverá ficar pronta em 10 meses e vai levar água também para os municípios de Carnaíba, Solidão e Quixaba. À tarde, foi a vez dos moradores de Sertânia acompanharem a inauguração da adutora do município, que custou aos cofres do Estado R$ 4,6 milhões. PSDB defende aliança, mas sem abrir mão do candidato GOIÂNIA - O PSDB não está disposto a apoiar um candidato do PFL na sucessão presidencial. Em reunião da cúpula nacional do partido ontem, líderes da legenda reafirmaram que desejam ver um tucano encabeçando a chapa governista de 2002. Na falta de um nome competitivo nas pesquisas, eles aprovaram a realização de consultas regionais para a escolha do candidato. Na reunião, que durou quase quatro horas, o ministro da Educação, Paulo Renato, deixou claro: “Candidatura não é uma questão de pesquisa; é uma questão de projeto e quem tem projeto é o PSDB”, disse. Mas foi o ministro da Saúde, José Serra, quem fez uma intervenção forte, falando como candidato. Ele exaltou as conquistas sociais e a equipe econômica do Governo. Assim como fez no encontro do início do ano, em Belém, o governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira, voltou a defender a realização de prévias. Apesar de a proposta ter conquistado apoios, a maioria do tucanato prefere não fortalecer o discurso do PFL em favor das primárias entre as legendas da base aliada. Por isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG), apresentou a proposta das consultas regionais. Ao final, o que ficou do encontro foram três conclusões. A primeira delas é a de que não convém apressar a definição do candidato porque iria expor o nome a um desgaste. Todos concordam, também, que a comunicação do Governo e do PSDB tem sido péssima e, por fim, acham que é hora não só de exaltar os avanços do Governo como de polemizar com o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Seguranças atiram contra um veículo da TV Liberal BELÉM - Seguranças do ex-senador Jáder Barbalho (PMDB-PA) atiraram ontem contra o carro de uma equipe de reportagem da TV Liberal, afiliada da Rede Globo de Televisão no Pará. No automóvel, estavam dois jornalistas e um auxiliar, que não se feriram. Os disparos de revólver atingiram os dois pneus da frente do carro, uma Parati. Jáder despista a imprensa desde quarta-feira, quando ainda fazia mistério sobre a renúncia, confirmada só no dia seguinte. Suspeitando que ele estivesse na Fazenda Rio Branco, em São Miguel do Guamá, a cerca de 100 quilômetros de Belém, a equipe ficou de plantão no local. Por volta das 10h30, os seguranças de Jáder saíram numa caminhonete Cherokee, com vidros escurecidos. A equipe seguiu o veículo, de placa JFB-2727. Num trecho de estrada de terra, a caminhonete parou. Dois seguranças desceram, atirando quatro vezes contra os pneus. Depois, seguiram viagem. O cinegrafista Augusto Souza gravou os disparos. A assessoria de Jáder garantiu que ele afastou os seguranças que atiraram e que o ex-senador, que não estava no carro, ficou atônito e lamentou o acontecido. Artigos Liberou geral JURACY ANDRADE Hoje darei um feedback, como eles dizem lá na Gringolândia. Muito obrigado a todos que me mandaram mensagens. Gostei muito da de Patrícia (Bandeira de Melo) porque, além das palavras amigas, é bom a gente ver a meninada crescendo e descobrindo as coisas, muito além da história oficial do nosso País e do mundo, que nos ensinaram na escola. Ela escreveu: “Você disse exatamente o que penso em seu artigo de sábado (...), aquele jeito especial de chamar a nós de ‘povos morenos’ e ao golpe de 64 de ‘revolução redentora’. É bom poder ler tão claramente o que penso e que tentei passar para muitas pessoas, que me acusavam de estar ‘sendo do contra’ ou sendo cruel por não pensar nos que morreram no atentado. Quem não pensou nas conseqüências dos seus atos foi o governo americano ao fazer suas escolhas sobre qual grupo terrorista apoiar e que atos de guerra praticar ao longo de sua história (Vietnam, Camboja etc). Pois é, a democracia americana não vai aceitar ações terroristas (foi o que disse Bush) Deveria ter dito: ‘A democracia americana aceita ações terroristas, com duas ressalvas: desde que não em seu território e, de preferência, as financiadas por nós contra aqueles que elegemos um perigo contra o capitalismo’. Eita democracia difícil de entender (sem contar o processo de eleição deles, bem duvidoso. Tereza Duarte escreve: “(...) não posso deixar de parabenizá-lo pelo artigo publicado no Jornal do Commercio, edição de 22.09”. Fátima Carrazone e Eduardo Cavalcanti: “Parabenizamos a lucidez de sua matéria intitulada ‘A guerra santa de Bush 2º’. (...) Sua reportagem traz à luz a verdade dos fatos, quando resume numa frase ‘quem planta vento colhe tempestade’”. Murilo Correa de Araújo: “Faz pena uma nação ser governada por um caubói aloprado”. Bartolomeu de Barros Souza Junior me envia artigo do jornalista Fritz Utzeri (Jornal do Brasil de 17.09.01), em que é dito “Quem cria lobos não espere viver com ovelhas”. A professora Salete envia parabéns e diz gentilmente que usa meus textos para leitura de seus alunos em sala de aula. Luciano Goes Vieira: “(...) achei o artigo de hoje, 22.09.01, ‘A guerra santa de Bush 2º’ muito oportuno. (...) Todavia, meu amigo, você podia se voltar para os problemas internos de nosso País, (...) seu terrorismo de Estado. O Brasil tem um governo cuja política econômica e social só atende, se muito, a 30% de sua população, os que têm casa, carro, emprego, escola. Mas veja, existem neste País 50 milhões de cidadãos (...) que sobrevivem em estado de completa miséria, abaixo da linha de pobreza! É um Afeganistão inteiro! (...) Será que não cabe um ação popular contra Fernando 2º, por crime de genocídio?” Também recebi comentários e trechos de publicações de Ubirajara Cruz, velho companheiro dos tempos da Paulicéia Desvairada; Edelomar (Déo, do Grupo Igreja Nova): proporção de 60 minutos de silêncio, um pelas vítimas americanas e 59 pelas vítimas de seu governo pelo mundo a fora, e mais um artigo de Octavio Martí, do El Pais (Madri); José Adalberto Ribeiro lembra o Doutor Strangelove; Zenir Campos Reis: artigo do Le Monde Diplomatique e também outro, de Márcio Carvalho, publicado no CMI-Israel (ver: http://www.midiaindependente.org:8081/front.php3?article-id=6524), que diz que as imagens de palestinos supostamente comemorando a derrubada das torres do WTC na verdade são de 1991 e se referem a comemoração da retomada do Kuwait pelo Iraque (o Kuwait é criação do Império Britânico por razões petrolíferas). As cenas foram divulgadas pela CNN como se fossem atuais e de regozijo (?!) pela tragédia americana. Beleza pura. Viva a imprensa ‘livre’! O liberalismo liberou geral. Colunistas Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio Partidinho difícil Deve-se à sua falta de identidade política a mais recente crise do PPS. Enquanto era pequeno e tinha apenas em seus quadros Roberto Freire, Elias Gomes, Byron Sarinho, Waldemar Borges e Eduardo Carvalho, deu para administrá-lo muito bem. Não havia ninguém querendo engolir ninguém e todos trabalhavam em função do conjunto. Com a filiação de Ciro Gomes, o partido cresceu, absorveu inúmeros quadros provenientes do PSB e do PSDB, mas, em compensação, nunca mais soube o que é unidade. Visto com desconfiança pela esquerda ideológica de Pernambuco, corre o sério risco de ficar isolado nas eleições do próximo ano. O PT não o quer como aliado e o PSB menos ainda. Contribuiu para esta desconfiança a política de “boa vizinhança” que o partido sempre praticou em relação a Fernando Henrique Cardoso e a Jarbas Vasconcelos, malgrado se declare de oposição. A aliança com o PDT amainou a desconfiança por causa do aval de Leonel Brizola, mas a alegria durou pouco. Antonio Britto chegou e Brizola saiu. Resultado: João Lyra Neto, Pedro Eugênio e outros representantes da oposição local não tiveram coragem de pagar pra ver. Caíram fora. O destino do partido agora, cada vez mais indefinido, está nas mãos de duas pessoas: Roberto Freire e Fernando Bezerra Coelho. Agenda cheia Constam da agenda de Marco Maciel, hoje, em Caruaru, dois compromissos: um político e outro administrativo. Primeiramente ele assistirá na Câmara Municipal à filiação do deputado Roberto Liberato ao PFL. Depois, vai conhecer uma obra social que é a “menina dos olhos” do prefeito Tony Gel (PFL): a “mansão da vida”. Trata-se de uma chácara na zona rural do município, alugada pela prefeitura, aonde estudam e residem 56 ex-meninos de rua. Fim do casamento Por essa o PSB não esperava. Seu ex-candidato a prefeito em Bezerros, médico Marcone Borba, desligou-se ontem do partido. Estava conversando com o PT para ser candidato a deputado estadual. Como faz oposição ao PFL local há mais de 10 anos, ele diz que trocou de partido por “conveniência eleitoral”, mas o discurso não mudará. Porque saiu O que acelerou a saída de João Lyra Neto do PPS foi a ameaça do prefeito Fernando Bezerra Coelho (Petrolina), numa de suas reuniões internas, de levá-lo para os braços de Jarbas, caso fique isolado na oposição. “Eu fiquei incomodado com aquilo e sem saber direito o que estávamos fazendo ali”, disse o ex-prefeito, que ontem se filiou ao PT. Todos no PFL, menos ex-prefeito e ex-deputado Inocêncio (PFL) desistiu da idéia de filiar pessoas do seu grupo a partidos nanicos para disputar mandato em 2002. Só abriu duas exceções: para o ex-prefeito de Triunfo Eduardo Melo (PSD) e o ex-deputado Vital Novaes (PSL). PSB fez opção pela esquerda tradicional Como não era possível abrigar todos, o PSB do Cabo fez uma opção. Entre o deputado Lula Cabral (ex-PFL) e os vereadores Efigênia Oliveira (ex-PPS) e José Fernandes Moura (ex-PT), fez opção por esses dois últimos. Preço da ousadia Quando desligou-se da Arena para se filiar ao PPB (o de Tancredo e não o de Maluf), Carlos Wilson perdeu o apoio de 13 prefeitos e 66 vereadores. Apenas um vereador o acompanhou: Vanildo Leite (Olinda). Mesmo assim, foi vice-governador, governador, secretário nacional de irrigação e senador. Quarteto assíduo Cacique do PFL lembrava ontem que na legislatura 83-87, da Assembléia Legislativa, os campeões de presença no plenário eram Ivo Amaral, Wilson Campos, João Lyra Filho e Argemiro Pereira. Enquanto esse quarteto não chegava, contou o cacique, o presidente Felipe Coelho não abria a sessão. Na reta final do “troca-troca”, o PSDB-CE sofreu um duro golpe. Além do senador Sérgio Machado, que foi amigo pessoal de Tasso e hoje é desafeto, perdeu sete deputados estaduais, entre eles o presidente da Assembléia Legislativa Washington Landim. Todos, exceto o senador, abrigaram-se no PSB. O aniversário da morte de “Che Guevara”, que transcorrerá depois de amanhã, não passará em brancas nuvens no Recife. O Centro Cultural Manoel Lisboa, com a colaboração de diversas outras entidades, promoverá um ato político em sua sede tendo como atração principal o ex-guerrilheiro de Sierra Maestra Juan Diaz. O diretor de redação deste JC, Ivanildo Sampaio, receberá no Itamaraty na próxima 4ª feira a medalha do mérito Rio Branco (grau de comendador). A comunicação foi feita ao jornalista pelo diplomata Ruy Casaes, chefe do cerimonial e secretário da Ordem de Rio Branco. FHC comparecerá. Dos tucanos de Pernambuco, o único que se fez presente ontem em Goiânia na reunião nacional do PSDB foi Luiz Piauhylino, que é o secretário do partido. Discutiu-se o quadro nacional e internacional, mas sobre sucessão presidencial não se avançou nada. A idéia das prévias, sugerida por dois governadores, ainda será analisada. Editorial Contra o apagão Só faltava esta: o Nordeste brasileiro está seriamente ameaçado de apagão, neste final de ano. Poderemos ter um Natal com poucas luzes, e até noites sem iluminação nas ruas, nas lojas e nos lares. Todas as quatro regiões do País também o Sudeste, o Centro-Oeste e o Norte – submetidas ao plano federal de racionamento de energia elétrica, em virtude dos baixos níveis de água dos reservatórios das hidrelétricas, tiveram seu pior desempenho no mês de setembro, ficando três delas abaixo da meta de redução do consumo, que é de 20%. Mas, enquanto o Sudeste e o Centro-Oeste conseguiram economizar 18,6% de energia, o Nordeste teve um desempenho inferior às mais pessimistas expectativas, economizando somente 16,1%. Segundo os órgãos responsáveis pelo plano emergencial, em setembro a Região Norte conseguiu fazer uma redução de consumo de acordo com a meta governamental, ao apresentar uma economia de 20,2%, contudo inferior à de agosto. O presidente do grupo Operador Nacional do Sistema Elétrico fez um alerta que começa a espalhar-se como uma ameaça, advertindo que se o Nordeste não conseguir, neste mês de outubro, fazer uma economia de energia de 20%, de acordo com a meta da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), “poderá ser submetido a apagões programados”. Ficará enquadrado no chamado Plano B, que inclui feriados compulsórios e apagões. E isso já foi confirmado pela Chesf, depois de conhecidos os primeiros resultados do mês em curso. Aqui, em Pernambuco, de acordo com o levantamento da Celpe, só conseguimos economizar, em setembro, 14,4%. E é de salientar que o Estado tem um peso forte nas estatísticas de consumo da Região. Se isso continuar, prevalecerá como critério para fazer eclodir o Plano B (feriados e apagões), o nível crítico dos reservatórios. As barragens no Sudeste e Centro-Oeste deverão ser beneficiadas, este mês, pelas chuvas que já estão caindo, e cuja continuidade está sendo prevista pelos serviços de meteorologia. Até agora, tais reservatórios mantêm 20,41% de sua capacidade de armazenamento, o que corresponde a 4,21 pontos percentuais acima da chamada curva-guia, o parâmetro que aciona o Plano B, tão temido. Quanto ao Nordeste, estariam as reservas de suas barragens com 1,48 ponto percentual acima daquela curva, correspondente a apenas 12,48% do total de água que elas podem acumular. Nossa situação é crítica, portanto, e precisamos fazer alguma coisa para não serem comprometidos a economia do Estado e o bem-estar da população. Enquanto o Plano de Aumento da Oferta não colocar em funcionamento as novas usinas térmicas e hidrelétricas, e não efetuar a anunciada compra de 4 mil megawatts (MW) de energia emergencial no exterior, a ameaça de colapso energético estará pesando sobre todos. A Região, no princípio, surpreendeu o governo, pela sua adesão ao plano de racionamento. Mas houve um descuido no mês de setembro, talvez pela divulgação de notícias sobre chuvas em alguns Estados brasileiros. Os hábitos rotineiros são difíceis de ser erradicados. Atirar lixo nas calçadas, atravessar fora da faixa do pedestre, furar as filas dos ônibus e tantos outros hábitos indesejáveis podem ser interrompidos, mas não são extintos facilmente. Também deixar a televisão ligada ou lâmpadas acesas em cômodos vazios é um costume que nesta hora precisa ser duramente combatido. O Governo federal relaxou na publicidade educativa, entusiasmado com a adesão popular dos primeiros momentos de seu esforço para induzir todos à economia. É preciso voltar a uma campanha que dure enquanto durar a resistência da população aos novos hábitos de consumo de energia elétrica. Todo esforço é válido, para evitar as ameaças do apagão no fim de ano. Topo da página

10/06/2001


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