Reforma do Judiciário: 12 anos em tramitação no Congresso Nacional



A reforma do Judiciário, vista por juristas, advogados, juízes, políticos e pela população brasileira como uma esperança de mais rapidez, transparência e eficiência à Justiça, poderá ser aprovada pelo Senado ainda neste semestre. Foram oito anos tramitando na Câmara dos Deputados. Outros quatro anos sendo debatida no Senado Federal, nomeada como a proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 29/2000, de autoria do ex-deputado Hélio Bicudo (PT-SP). Em 2002, o ex-senador Bernardo Cabral concluiu seu trabalho de relatoria da proposta no Senado, mas o texto acabou não sendo votado. A tarefa agora é do senador José Jorge (PFL-PE).

O debate em torno da reestruturação do Poder Judiciário figura entre os temas analisados pelos senadores durante a convocação extraordinária, que vai até 13 de fevereiro. Neste tempo, os parlamentares têm ouvido as opiniões de juristas em audiências públicas na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), presidida pelo senador Edison Lobão (PFL-MA).

O senador chegou a mencionar a possibilidade de a reforma ser "fatiada" - aprovada por partes, ao longo deste ano. No entanto, a expectativa é de que, em breve, a PEC 29/2000 poderá sair do papel e trazer mais rapidez ao Judiciário, facilitando o acesso da população à Justiça.

Após as audiências públicas, o relator da PEC, senador José Jorge, apresentará à comissão o seu parecer, com as emendas que acolhe. Depois de votada na CCJ, a PEC seguirá para o Plenário, de acordo com o rito estabelecido pela Constituição federal e pelo Regimento Interno do Senado.

Para ser aprovada, a PEC passará por dois turnos de votação, e precisa ter a aprovação de dois terços dos parlamentares em cada um deles. No primeiro turno, há cinco sessões de discussão, em que os senadores debatem a matéria. No segundo, mais três sessões. Em todo o processo, novas emendas poderão ser apresentadas, o que levará a PEC de volta à CCJ para análise das emendas de Plenário.

Concluído o trabalho do relator, o texto retorna ao Plenário, para ser novamente votado. Se aprovada sem emendas, a PEC 29/2000 segue para sanção presidencial. Se houver emendas supressivas, de igual modo. No entanto, havendo modificação do texto original, a PEC retorna à Câmara dos Deputados.



06/02/2004

Agência Senado


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