Rejeitada emenda de Demostenes Torres que criava regra de transição



Por 45 votos a 29, o Plenário rejeitou nesta quinta-feira (27) requerimento do senador Demostenes Torres (PFL-GO) para votação em separado de emenda à reforma da Previdência Social criando uma regra de transição entre o atual sistema e o novo modelo de aposentadorias no serviço público.

A proposta estabelecia uma regra pro rata tempore , ou seja, os sete anos adicionais a serem trabalhados, como propõe o texto original, seriam aplicados integralmente apenas para quem está começando a trabalhar agora. Quem se encontra prestes a se aposentar teria um acréscimo mínimo.

Demostenes Torres explicou que a fórmula proposta pela emenda baseia-se num sistema proporcional. Quem já cumpriu, por exemplo, 80% do tempo de contribuição, trabalharia os 20% restantes e ainda cumpriria um adicional de 20% dos sete anos previstos. Neste caso, o acréscimo seria de 1,4 ano (16 meses e 24 dias). Ele ressaltou que, pela emenda, nenhum servidor poderia se aposentar antes dos 53 anos de idade (homem) ou 48 anos (mulher), como exige a atual legislação.

O senador argumentou que a proposta é justa, porque adota dois princípios fundamentais: a proporcionalidade e a razoabilidade. No entender do senador, a emenda, que contou com o apoio do PSDB e do PDT, caso viesse a ser aprovada, não acarretaria qualquer abalo na estrutura e objetivos da reforma da Previdência.

Mas os senadores Tião Viana (PT-AC) e Aloizio Mercadante (PT-SP) recomendaram a rejeição do requerimento, por entender que todas as propostas relativas a regras de transição, como a sugerida, iriam ser examinadas na chamada emenda paralela que, previram, será votada antes do dia 15 de dezembro, data em que o Congresso Nacional entra em recesso.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou a rejeição do requerimento de Demostenes Torres. Para ele, isso demonstra que a reforma proposta pelo governo Lula é puramente fiscal e foi imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para elevar ao máximo o superávit primário.

O senador José Agripino (PFL-RN) voltou a criticar a reforma proposta pelo governo, a qual chamou de perversa, enquanto o senador Jefferson Péres (PDT-AM) cobrou a adoção das regras de transição destinadas a humanizar a reforma.



27/11/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ideli defende regra de transição para quase aposentados

IRIS PEDE REGRA DE TRANSIÇÃO PARA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Paim defende regra de transição na reforma da Previdência Social para servidores que estão na ativa

Rejeitada emenda que dava direito de voto ao estrangeiro

Emenda do Amapá ao projeto do FPE é rejeitada pelo Plenário

Demostenes Torres diz que reforma continua