RELATOR QUER RENDA MÍNIMA TAMBÉM PARA CRIANÇAS ATÉ 6 ANOS



O relator da Comissão Mista para Erradicação da Pobreza, deputado Roberto Brant (PFL-MG), informou que indicará, em seu relatório, medida que estenda programas de renda mínima para crianças de 0 a 6 anos que vivam na pobreza. O programa atinge atualmente criaças de 7 a 14 anos. Para o relator, a criança aos sete anos, quando ingressa no ensino básico, muitas vezes já possui déficits nutricionais por ter sido mal alimentada durante toda a infância, o que provoca repetência escolar.
A proposta de Brant englobará tratamento integral, com alimentação e saúde, para a pré-escola. O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, afirmou que hoje os recursos destinados à merenda escolar já podem ser aumentados em situação de extrema pobreza ou dificuldade, como em locais atingidos pela seca.
O senador Romeu Tuma (PFL-SP), preocupado com a violência nas escolas, questionou sobre o que pode ser feito em relação a crianças infratoras. O ministro disse que o problema vem crescendo em todo o mundo e apontou como solução a integração dos jovens em atividades esportivas e culturais. "Isso não custa dinheiro, é uma questão de mobilização", destacou.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que sejam ampliados os recursos para o Programa de Garantia Renda Mínima e sugeriu algumas fórmulas, diferentes das usadas pelo governo, para que seja calculado o valor a ser dirigido a cada família. Paulo Renato afirmou que o programa já está estabelecido e tem uma dimensão razoável para continuar crescendo.
- O programa de renda mínima é candidato a receber recursos adicionais para erradicação da pobreza. É um benefício que está causando impacto positivo nas famílias - afirmou o ministro.
Quanto a dificuldade, levantada por Suplicy, que alguns municípios têm para oferecer a contrapartida aos recursos do governo, Paulo Renato informou que podem ser feitos acordos com os municípios mais pobres. A idéia, salientou o ministro, é que estes municípios possam oferecer a contrapartida através de serviços ou mesmo ficar isentos de fazê-lo.
A senadora Marina Silva (PT-AC) lembrou as dificuldades em relação ao transporte escolar, problema que o ministro reconheceu ser um dos mais sérios enfrentados no meio rural. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) informou que muitos professores universitários estão deixando a rede pública para trabalhar em universidades particulares, desestimulados pelos baixos salários. O ministro afirmou desconhecer essa situação e que os professores fazem essa migração após a aposentadoria.

19/10/1999

Agência Senado


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