Renan é a favor de voto aberto para cassação de parlamentar



O presidente do Senado, Renan Calheiros, é favorável ao voto aberto para algumas votações do Legislativo, como a referente à cassação de parlamentares. Renan deu essa informação ao deixar, na manhã desta terça-feira (29), solenidade em que homenageou 58 servidores da Casa, todos pessoas com deficiência.

- Em alguns casos, sou a favor do voto aberto, como no caso de cassação, declarou.

Renan explicou que os defensores do voto aberto alegam que essa é a melhor forma de a sociedade acompanhar como votam seus representantes. Os que defendem o voto fechado, prosseguiu ele, alegam contudo que, votando secretamente, o parlamentar digno dispõe da independência necessária para deliberar de acordo com sua consciência, sem pressões.

O presidente disse ainda que "alguns acham inclusive que o voto aberto facilitará o controle do poder político pelo poder econômico". Pessoalmente, contudo, Renan acha que o voto deve ser aberto, mas entende que o voto fechado deve ser mantido para as votações de vetos presidenciais, indicação de diretores do Banco Central e outras escolhas de autoridades.

- No voto aberto, as votações podem ser pressionadas. Não sabemos se a matéria passa ou não no Senado. O assunto é polêmico. O certo é que, quando a proposta chegar da Câmara, daremos aqui a maior celeridade possível à votação. No que depender de mim, facilitarei a tramitação.

Renan também disse ter feito tudo para agilizar os trâmites que levaram o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a instaurar processos contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES).

- Fizemos tudo para que os processos andassem com rapidez, como a sociedade queria. Não tentei atrasar o processo. Os próprios interessados ligaram pedindo celeridade. Queríamos ver isso rapidamente esclarecido - disse o presidente.

Na mesma entrevista, Renan afirmou que, seja quem for o próximo presidente da República, terá que fazer uma coalizão com o Parlamento a fim de conduzir a administração do país. E observou que essa coalizão deverá ocorrer em torno do aperfeiçoamento constitucional, não de cargos.

Renan disse que não conversou sobre o próximo governo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas reafirmou que essa conversa será necessária com quem quer que seja eleito, para o bem do país.

Numa análise do cenário que se visualiza para o país, no próximo ano, Renan prevê uma reestruturação partidária, em razão da cláusula de barreira (que exige um desempenho mínimo dos partidos em nível nacional) e, mais de uma vez, defendeu a coalizão do presidente da República com o Parlamento, com base no aperfeiçoamento das leis. Ele citou especialmente a lei da micro e pequena empresa, a reforma tributária e a reforma política.



29/08/2006

Agência Senado


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