Renan vai esperar definição do calendário de seu processo para tomar decisão sobre licença
O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (20) que só vai decidir se renova ou não a licença de 45 dias depois de definido o "calendário do processo". Ou seja, as datas de apreciação do projeto de resolução que propõe a perda do seu mandato na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e no Plenário do Senado.A licença de Renan termina na segunda-feira (25).
- Não posso falar nada por enquanto. Tenho até segunda-feira para decidir, mas vou me submeter a todo o calendário - disse Renan, enquanto se dirigia ao gabinete do líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), para discutir justamente o atraso no andamento do processo acarretado pela decisão do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) de não apresentar nesta quarta-feira (21) seu parecer à CCJ.
- Esse é um processo político mantido artificialmente. Caso contrário, eu já teria sido julgado - analisou Renan.
Não tendo encontrado Raupp nem o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), Renan voltou ao seu gabinete, mas anunciou que pretendia conversar com os dois ainda nesta terça-feira sobre o calendário. O senador disse estar esperando o resultado de uma conversa entre o presidente interino e Arthur Virgílio.
- Eu próprio conversei com o Arthur, mas ele não me deu as razões dele [sobre o adiamento do parecer] - disse Renan, negando qualquer ressentimento em relação a qualquer senador.
Conversar sempre com seus colegas é uma das tarefas do que ele chama de seu "dever de casa". Por estar cuidando quase que em tempo integral de sua defesa, não estaria envolvido nas negociações em torno da PEC da CPMF, embora lembrando sua opinião de que não seria necessário fechar questão no PMDB sobre o assunto, dada a disposição da bancada em seguir o líder, "sem problemas".
Renan Calheiros, entretanto, criticou a vinculação dos calendários de votação da CPMF e do seu mandato:
- São assuntos com tempos completamente diferentes. Não há como fazer coincidi-los sem arcar com o ônus - advertiu.
Mesmo pressionado pelos repórteres, Renan não quis falar sobre os termos do processo, sua estratégia de defesa e sua possível sucessão, antecipada com o lançamento da candidatura Garibaldi Alves, no Plenário. Não deixou, porém, de observar que está sendo condenado "sem provas".
- Só posso falar sobre o processo no dia do julgamento, que será em sessão aberta, de modo que todos poderão se manifestar. Quanto à sucessão, só quando o cargo estiver vago - disse.
20/11/2007
Agência Senado
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