Requião considera contraditórias posições do governo e da oposição sobre salário mínimo
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou em Plenário, nesta terça-feira (22), tanto a proposta do governo para o novo salário mínimo, quando as que vêm sendo defendidas pela oposição. Ele se disse incapaz de compreender como o PSDB, por exemplo, pode defender a adoção de um salário mínimo de R$ 600 em nível federal, quando a maioria dos estados governados pelos tucanos não estabeleceu valor superior ao piso salarial proposto pelo governo.
- A minha perplexidade em relação à postura do PSDB é muito grande porque o partido tem cinco administrações estaduais no Brasil e, dessas, apenas duas, Rio Grande do Sul e São Paulo, utilizaram o direito de estabelecer salário mínimo regional e, quando estabeleceram, fixaram valor, me perdoem a franqueza, absolutamente ridículo - disse.
Requião também criticou a regra estabelecida para a concessão anual do reajuste do salário mínimo, que leva em conta a variação da inflação mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para ele, o índice de reajuste obtido desta forma é "demasiadamente modesto".
Requião afirmou ainda que a delegação do Congresso Nacional ao Executivo para estabelecer o valor do mínimo por decreto, prevista no projeto de reajuste do mínimo a ser votado nesta quarta-feira pelo Senado, "representa uma capitis diminutio" (perda vexatória de autoridade) do Congresso frente ao governo federal.
- Vejo também um paradoxo por parte do governo federal: é a continuidade da velha política monetarista. Temos que enxugar a liquidez. E o governo opta por enxugar a liquidez aumentando juros e, com isso, aumenta a dívida pública e dá lucro para os bancos e para os rentistas, e, de certa forma comprimindo o salário, estabelecendo o salário mínimo de 543 reais - disse o senador.
22/02/2011
Agência Senado
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