REQUIÃO PROTESTA CONTRA ATITUDE DE FHC PARA IMPEDIR CPI DO BINGO



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou nesta sexta-feira (dia 5) a oposição do presidente Fernando Henrique Cardoso à instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar possíveis irregularidades envolvendo a autorização para o funcionamento de bingos eletrônicos. De acordo com Requião, o presidente teria orientado o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), a instar os senadores integrantes da base governista a não assinarem o requerimento que propõe a criação da CPI.
Porém, apesar disso, o requerimento, de autoria do senador Osmar Dias (PSDB-PR) já conta com 32 assinaturas, assegurou Requião. O regimento exige 27 assinaturas para que se constitua uma CPI.
- A CPI será instalada. Se os líderes dos partidos que apoiam o governo não quiserem indicar seus membros para a comissão, o presidente do Senado poderá fazê-lo - explicou.
Roberto Requião também disse que, obedecendo a orientação do presidente, Arruda estaria tentando convencer alguns colegas que já assinaram o requerimento a retirarem suas assinaturas. "Como podemos estabelecer um pressuposto de inocência do Presidente da República?", questionou.
Para o senador a permanência de Rafael Greca no Ministério do Esporte e Turismo, "apesar de todas as denúncias", e o silêncio de Fernando Henrique diante das "graves irregularidades denunciadas, só contribuem para a disseminação de um clima de "liberou geral", do qual se prevalecem os corruptos.
Segundo Roberto Requião, através de dois funcionários nomeados para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Araújo e André Manfredini, representantes das máfias italiana e espanhola conseguiram a elaboração de uma medida provisória preparada para servir aos seus interesses.
- Os donos de bingos, gente ligada ao jogo do bicho, pagaram US$ 150 mil pela MP e Greca chegou a levá-la para o presidente assinar, o que só não aconteceu porque o Ministério Público italiano denunciou a operação, impedindo que ela se concretizasse -disse Requião.
O senador argumentou que uma CPI poderia esclarecer o episódio em poucos dias aprovando a quebra dos sigilos telefônico e bancário de Paulo Araújo e André Manfredini. Seria, no entendimento de Requião, a forma de detectar o suposto envolvimento dos funcionários com as organizações criminosas.

05/11/1999

Agência Senado


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