Requião quer que CAE convoque presidente da Renault
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) comunicou nesta segunda-feira (17) ter apresentado requerimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para que o presidente mundial da Renault, Carlos Ghosn seja ouvido. Requião quer que Ghosn explique críticas feitas a ele durante o anúncio da ampliação da fábrica da Renault no Paraná, no início do mês.
Na ocasião, Ghosn afirmou que nunca foi recebido durante os oito anos de governo do atual senador e que nunca o encontrou durante visitas à montadora no estado. Requião quer explicações sobre as críticas e sobre os atuais incentivos do governo à Renault.
- Quero ouvi-lo, olhos nos olhos. É muito importante que os Srs. Senadores tomem conhecimento, afinal, dessa inusitada perseguição que uma multinacional francesa sofreu no Paraná - disse.
Requião lembrou ter denunciado, entre 1995 e 2002, erros da política de incentivos do estado às montadoras. Segundo o senador, no governo de Jaime Lerner, essas empresas receberam, além de terrenos com terraplanagem e obras de infraestrutura, incentivos fiscais. O governo também comprou, segundo o senador, US$ 136 milhões em ações da Renault. O retorno não teria valido a pena.
- Foram 136 milhões de dólares de ações compradas pelo governo e a multinacional havia pagado em impostos a ridícula quantia de um milhão e meio de reais - criticou.
O senador também afirmou que o governo do estado, à época, pressionou os sindicatos para aceitassem piso salarial inferior ao que as montadoras pagavam aos metalúrgicos do ABC paulista e que a polícia era usada como "guarda pretoriana" e agia de forma truculenta contra trabalhadores grevistas.
- A Renault, provavelmente, considerou-se maltratada porque tirei a polícia da frente da fábrica; porque proibi qualquer ação policial contra os movimentos grevistas; porque pressionei a fábrica para que assinasse acordos salariais justos com os trabalhadores - disse o senador.
Requião afirmou, ainda, que nunca se recusou a receber representantes da montadora e que já foi elogiado por dirigentes da Renault pelo seu governo.
17/10/2011
Agência Senado
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