Ricardo Santos defende renegociação para a dívida do café



A renegociação das dívidas dos cafeicultores, avaliada em cerca de R$ 1,3 bilhão, é uma das proposições que o senador Ricardo Santos (PSDB-ES) comunicou, nesta quinta-feira (4), ter encaminhado ao ministro da Agricultura e Abastecimento, Pratini de Moraes, para que seja incorporada à Política Cafeeira Nacional.

Ele esclareceu que a proposta faz parte dos resultados parciais do II Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, realizado em Vitória (ES), no período de 24 a 27 de setembro. Conforme o senador, mesmo após um período de pelo menos seis anos de preços remuneradores, o setor produtivo continuou endividado:

- Nesse sentido, é preciso renegociar esse passivo de uma vez por todas, para que os cafeicultores possam dedicar-se à implementação de soluções estruturais para seus negócios, que demandarão novos investimentos - afirmou.

Ao analisar o mercado internacional do café, Ricardo Santos observou que, de acordo com os estudos apresentados no simpósio, os baixos preços do produto podem ser atribuídos aos elevados excedentes de oferta, decorrentes principalmente do aumento da produção do café robusta, a baixo custo, nos países asiáticos, com destaque para o Vietnã.Além disso, continuou o senador, as dificuldades de entendimento entre os países produtores inviabilizaram o controle da produção mundial e contribuíram para que ocorresse uma ruptura no equilíbrio do mercado do café.

Foi nesse contexto que os interesses de todos os segmentos da cadeia produtiva do café convergiram no Conselho de Desenvolvimento da Política Cafeeira (CDPC) e na Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), de acordo com o senador.

O simpósio, promovido pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, propôs outras medidas que Ricardo Santos disse ter também encaminhado ao ministro Pratini de Moraes, como a de incluir a produção cafeeira nos planos de safra do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. E ainda a de garantir uma efetiva promoção dos cafés por meio de acordos de compra em que fique bem caracterizada a origem do café como sendo do Brasil.

04/10/2001

Agência Senado


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