Ricardo Santos propõe o fortalecimento das cooperativas de leite para reverter dificuldades do setor



Apoio do governo ao sistema cooperativista e a continuidade dos investimentos em produtividade e qualidade do leite, associados à mecanismos de ampliação da demanda interna, de formação de estoques e de promoção das exportações. Essas são algumas das propostas feitas nesta quinta-feira (dia 25) pelo senador Ricardo Santos (PSDB-ES) para tentar reverter as dificuldades que o produtor brasileiro está enfrentando na comercialização do produto.

De acordo com o senador, com o ingresso e domínio de empresas transnacionais na indústria laticinista brasileira e a conseqüente redução da participação de cooperativas e pequenos laticínios privados regionais, fortaleceu-se a característica oligopolista no mercado de leite e derivados. Este fato, segundo ele, influenciou decisivamente tanto os preços pagos aos produtores quanto a obtenção de margens de lucro mais vantajosas no processamento e na distribuição.

Nesta última década, conforme Ricardo Santos, a cadeia produtiva do leite, no Brasil, experimentou profundas transformações em praticamente todos os seus segmentos. Ele destacou que os preços do leite, no Espírito Santo, foram reduzidos de R$0,40 para R$0,28 o litro, o que representa um declínio de 30%, em apenas três meses. A situação se agrava na medida em que os preços para o consumidor ficaram praticamente estáveis.

- Fazemos coro à defesa da pecuária leiteira em âmbito nacional, porquanto os produtores do nosso Estado também são vítimas do aviltamento dos preços pagos aos produtores - disse ele.

Ricardo Santos salientou que, embora a estrutura cooperativista da área de laticínios exerça ainda um importante papel regulador de preços pagos aos produtores, a política de preços praticada por grupos privados que atuam no mercado regional vem desestimulando muitos produtores.

A produção leiteira nacional gira em torno de 22 bilhões de litros ano, enquanto a demanda do produto fica um bilhão de litros abaixo desse total. No entanto, Ricardo Santos entende que as mudanças estruturais ocorridas nos últimos anos tendem a fortalecer posições oligopolistas de empresas transacionais, o que só poderá ser contido através do fortalecimento das cooperativas de laticínios.

25/10/2001

Agência Senado


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