Ricardo Sérgio e Steinbruch não comparecem à CFC



O ex-diretor do Banco do Brasil e ex-tesoureiro de campanha do PSDB Ricardo Sérgio de Oliveira não compareceu à audiência pública da Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) prevista para esta quarta-feira (22) para tratar de denúncias de irregularidades no processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Também não compareceu à reunião o presidente do conselho da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch. Ele informou ao presidente da CFC, Amir Lando (PMDB-RO), que deverá depor em reunião da comissão em junho, enquanto Ricardo Sérgio de Oliveira comunicou à comissão que somente falará sobre o assunto em depoimento à Polícia Federal.

Os dois foram convidados a requerimento dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Heloísa Helena (PT-AL), Roberto Saturnino (PT-RJ) e Jefferson Péres (PDT-AM) para dar explicações sobre denúncias publicadas pela revista Veja em abril deste ano. Segundo a matéria, Steinbruch teria dito que Ricardo Sérgio cobrou propina de R$ 15 milhões para assegurar que o consórcio liderado pela CSN ganharia o leilão de privatização da Vale.

O presidente da CFC, senador Amir Lando (PMDB-RO), informou que a comissão não tem poderes para convocar os dois convidados, mas disse que medidas mais enérgicas podem ser adotadas pelo Plenário da Casa. O regimento interno estabelece que poderão ser convocados apenas ministros de Estado ou titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República.

A convocação apenas poderia ser feita para o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que também consta da matéria da Veja como tendo sido citado por Steinbruch como a pessoa com quem ele, o presidente do conselho da CSN, teria conversado sobre a questão à época do leilão. Lando acrescentou, porém, que Paulo Renato já se dispôs a comparecer à CFC para dar os esclarecimentos necessários, faltando apenas a marcação da data da reunião.

A senadora Heloísa Helena, por sua vez, explicou que o único instrumento efetivo e capaz de obrigar as pessoas citadas na reportagem a comparecerem ao Senado seria a criação de uma comissão parlamentar de inquérito. A CPI, lembrou, confere aos integrantes da CPI poderes de investigação e até de polícia.



22/05/2002

Agência Senado


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