Saad aponta grande vantagem de telefônicas sobre empresas de televisão



Ao mesmo tempo em que se consolida no setor de comunicações a convergência tecnológica, que permite a oferta de múltiplos serviços por uma mesma infra-estrutura, estão se tornando "descomunais" - na definição do presidente da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), João Carlos Saad - as diferenças de fluxo de caixa entre as empresas de telefonia, de televisão a cabo e de televisão aberta.

As emissoras de telefonia, muitas delas controladas por capitais estrangeiros, detêm faturamento superior a R$ 140 bilhões enquanto as televisões abertas movimentam aproximadamente R$ 10 bilhões anuais. A convergência permite a possibilidade técnica de se utilizarem as redes de telecomunicações para a veiculação de conteúdo audiovisual.

- Queremos evitar domínio de capital estrangeiro. Se não houver restrições, o jogo termina - advertiu Saad, durante o quinto painel da Conferência Nacional Preparatória de Comunicações, que teve como moderador o senador Wellington Salgado (PMDB-MG).

A mesma preocupação foi demonstrada pelo presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero. Ele considerou "bem-vindas" as novas tecnologias de distribuição de produtos audiovisuais, mas alertou para a necessidade de se proteger um setor que gera 220 mil empregos diretos e indiretos.

O diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Leopoldo Nunes, disse que as políticas públicas para o novo cenário convergente, na área das comunicações, devem ter, entre os seus objetivos, a garantia de sustentabilidade para a produção audiovisual brasileira.

O modelo de negócios da televisão paga não deve mudar com o estabelecimento da TV digital aberta, na opinião do presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg. A televisão por assinatura, recordou, já nasceu digital. O que pode mudar, a seu ver, é o próprio modelo da televisão aberta, com a necessidade de instalação de set-top boxes (conversores) junto aos receptores analógicos.

A crescente importância dos aparelhos de telefone celular foi ressaltada pelo presidente da Associação de Marketing Móvel Brasil, Ronaldo Fernandes. Em 2010, previu, os celulares já se tornarão, em todo o mundo, o meio mais popular de acesso à Internet - tendência que, a seu ver, se repetirá no Brasil.

O conselheiro Luis Antonio Silveira, da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão, pediu maior abertura das televisões abertas à produção independente de audiovisual. Por sua vez, o superintendente-executivo da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), Cesar Rômulo Silveira Neto, disse que já está na hora de transformar em normas legais os principais pontos convergentes, ressaltados por diversos participantes da conferência.



19/09/2007

Agência Senado


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