SANTOS DEFENDE VIABILIZAÇÃO DE PROGRAMA DE COOPERATIVAS
Com a baixa adesão do sistema financeiro ao programa - a exemplo do Banco do Nordeste e dos bancos privados -, as exigências de garantia são desproporcionais ao valor do financiamento requerido pelas cooperativas, às quais ainda é exigida prévia capitalização, disse o senador.
Há ainda outro obstáculo à implementação do Recoop, segundo Ricardo Santos: os agentes financeiros têm renegociado as dívidas das cooperativas pelo prazo de cinco anos, quando as normas do Recoop prevêem um prazo de 15 anos. Assim, com recursos da ordem de R$ 2,1 bilhões, dois anos após o lançamento do programa, 11 meses após a aprovação dos projetos pelo Comitê Executivo e seis meses após a instalação do Comitê de Implementação do Recoop, apenas R$ 114,12 milhões foram contratados, observou.
O Comitê Executivo do Recoop, por sua vez, tem usado de excessivo rigor técnico para enquadrar as cooperativas agropecuárias no programa, apontou o senador.
- Aprovou 439 cartas-consulta encaminhadas previamente por 651 cooperativas, excluindo, portanto, 212 cooperativas da possibilidade de enquadramento no programa. Encaminhados os projetos, apenas 322 foram aprovados e submetidos aos agentes financeiros - afirmou, observando que as cooperativas enfrentaram outra série de entraves à contratação de seus projetos. Em julho de 1999, dos 322 projetos aprovados pelo Comitê, apenas 80 foram contratados, a maioria deles referentes a alongamento de dívidas.
- O volume de recursos deferidos para o alongamento de dívidas é superior aos recursos novos alocados pelo programa, sendo estes últimos fundamentais para uma efetiva revitalização das cooperativas agropecuárias - disse o senador.
O senador Osmar Dias (PSDB-PR) aparteou Ricardo Santos para registrar que concorda integralmente com a análise dos entraves que impedem a efetiva implementação do Recoop.
09/11/2000
Agência Senado
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