SATURNINO DEFENDE RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS DOS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL



O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) propôs ao governo brasileiro que inclua na pauta da próxima reunião dos presidentes dos países da América do Sul a questão da renegociação das suas dívidas com o mercado financeiro internacional. Ele observou que o momento é favorável a uma tentativa de rediscussão dos compromissos financeiros dos países pobres com os seus credores.
- O Brasil poderá exercer sua liderança diante dos demais países da América do Sul propondo a renegociação geral destas dívidas e mostrando que há alternativas para o desenvolvimento do continente - afirmou Roberto Saturnino. Ele acrescentou que algumas das nações credoras já demonstraram que aceitam uma revisão nos valores dos seus créditos.
Saturnino elogiou a decisão dos presidentes dos países sul-americanos de acelerar os projetos de integração física - através da construção de estradas - e econômica do continente. Na sua opinião, somente após a unificação do Mercosul (Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil) e do Pacto Andino (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) é que as nações da América do Sul poderão pensar em aderir ao Nafta, bloco econômico liderado pelos Estados Unidos.
Na avaliação do senador, a América do Sul assumiu uma postura consistente para afirmar seus interesses regionais. Para ele, se persistir a vontade dos países em acelerar a integração do continente, problemas como a dolarização formal da economia do Equador e a dolarização de fato da Argentina poderão ser resolvidos. "O encontro dos presidentes sul-americanos foi correto em todos os sentidos", analisou.

12/09/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


CAE aprova nova regra para renegociação de dívidas de países pobres

CAE pode votar na terça imposição de condições para renegociação de dívidas de países pobres

Paim defende renegociação das dívidas dos estados

Eduardo Lopes defende renegociação das dívidas dos estados

Mercadante defende renegociação seletiva de dívidas agrícolas

César Borges defende renegociação das dívidas dos cacauicultores