SBPC encaminha carta ao Supremo em defesa das organizações sociais



A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, encaminhou na terça-feira (29) uma carta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reiterando a importância de que seja considerada improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.923 (ADIn), prevista para ser julgada nesta quinta-feira (31).

A ADIn 1.923 questiona a legalidade da gestão de órgãos públicos por Organizações Sociais (OS). O modelo é contestado por supostamente promover a privatização dos serviços públicos; dispensar a licitação para a assinatura do contrato de gestão, permitindo que recursos públicos fossem arbitrariamente cedidos às organizações; além de diminuir o controle dos serviços sob sua gestão.

No entender da SBPC, a Lei da OS não alterou em nada as responsabilidades do poder público em relação aos serviços públicos não-exclusivos do Estado. O que fez foi criar um procedimento prévio de qualificação das entidades e instituir um instrumento – o contrato de gestão – muito mais adequado que os tradicionais convênios para a realização das parcerias com o terceiro setor.

Além de ter mecanismos de controle e transparência mais rígidos, o modelo das OS é comprometido com metas e resultados, que são mensuráveis por indicadores de qualidade e produtividade. “Vários hospitais de São Paulo e da Bahia alcançaram um patamar elevado de qualidade depois que passaram a ser geridos por OS”, exemplifica Helena Nader.

Em razão de sua flexibilidade, o modelo de gestão das OS têm sido cada vez mais adotado por órgãos públicos. Pelo menos 14 dos 26 estados, além de dezenas de municípios brasileiros, já o utilizam. Na área da ciência, tecnologia e inovação, cinco órgãos públicos são administrados por OS: Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa/MCT), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP/MCT), Laboratório Nacional de Luz Síncroton, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT).

Para a SBPC, a melhoria dos serviços públicos depende da decisão do Supremo. Legitimar esse mecanismo, que já deu provas de atender à necessidade de melhorar a qualidade dos serviços públicos, é o caminho mais coerente e esperado pela sociedade.


Fonte:
Ministério da Ciência e Tecnologia



30/03/2011 17:56


Artigos Relacionados


Paim lê carta de trabalhadores em defesa de empregos e direitos sociais

TSE encaminha recurso de Cunha Lima ao Supremo

Organizações Sociais de Saúde receberão repasse de R$ 1,3 bilhão

SP libera R$ 1,3 bilhão para Organizações Sociais de Saúde

HARTUNG DESTACA CARÁTER INOVADOR DA LEI DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Jucá elogia Organizações Bradesco por investir em políticas sociais